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O ASTRO

O ASTRO

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APOLINÁRIA, A BORBOLETA AMANTE

APOLINÁRIA, A BORBOLETA AMANTE

Não, não vou sair daqui...

Não, não vou sair daqui...

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domingo, 30 de maio de 2010

DEPOIMENTO MALUCO


Cadê o toucinho que estava aqui?
Gato comeu! Gato? Que gato?
Cadê o gato?! Está desmaiado.
Desmaiado? Como desmaiado?
Foi atirado um pau no felino!
Pau? Que pau?!
O mesmo pau que deu em Chico e no Francisco.
Quem arremessou o pau?
Não sei! Suponho que seja o cravo.
Você está me deixando confuso. Que Cravo?
Aquele mesmo que brigou com a rosa
debaixo de uma sacada.
Aí seu Francisco entrou sem querer na roda
quebraram-lhe o violão,
transformaram o instrumento em pau
(e já que a cobra fumou...)
Mataram-na, arremessaram o pau
que atingiu o escandaloso gato.
Dona Chica, esposa de seu Chico,
cujo o nome é Francisco,
‘dmirou-se –se do berro,
do berro que o gato deu
ao perder uma das suas sete vidas:
minh’alma!

Ora, doutor, é verídica essa história!
Pena que ela entrou por uma porta e saiu pela outra,
tomara que o senhor encontre alguém que lhe conte outra.

O FILHO DA POETISA

sábado, 22 de maio de 2010

ANIVERSÁRIO DA FADA MÃO DE LUZ...

Querida Fada cuja mão possui incrível energia
de com os dedos nossas enfermidades então curar,
Tô sabendo que hoje na verdade é o seu lindo dia
de receber presentes, cantar Parabéns e a velinha soprar.

Então vamos convocar toda felicidade que há no mundo,
vamos intimar os anjos celestiais para virem aqui tocar,
vamos buscar com convicção em nossa alma lá no fundo
toda energia positiva que alguém possa literalmente emanar.

Anda, minha amiga Fada Mão de Luz, seja uma excelente anfitriã,
curta ao máximo o dia de hoje sem preocupação com o amanhã
e recarregue as baterias do amor, da alegria, do carinho e amizade.

Vamos, faça um pedido com toda fé antes de apagar a velinha!
Dê o primeiro pedaço de bolo aquele que no seu coração vinha
embrulhado confortavelmente pelo seu amor e reciprocidade.

O Filho da Poetisa

À MINHA AMIGA FADA ROSA SAN


Como esquecer aquilo que é inesquecível?!
Fora a amizade que nos deu esta condição.
É humanamente, Fada Rosa San, impossível
tirá-la da minha mente e do meu coração.

A falta do tempo nos dá um sentimento horrível
De que a amizade entre nós não existe mais não,
mas esta sensação se desfaz na medida do possível
que em nossa amizade damos constante demonstração;

demonstração como esta de lhe desejar feliz aniversário
e que você tenha tudo de bom que a vida nos oferece
além do seu dia hoje ser, de coração, extraordinário.

Demonstração de carinho colocado num simples papel
ou então seu nomezinho está presente na minha prece
que todo dia encaminho ao nosso santíssimo Papai do Céu.

O Filho da Poetisa

ATO PREÇO PELO PRESENTE


CAPÍTULO UM – PATINHAS ATADAS

A minha querida amiga Fada Azul que faz hoje aniversário.
Como posso concretizar o desejo de lhe dar um presente,
se não possuo magia, poderes ou se quer um salário?!
O que fazer? Por grande Zeus, que situação deprimente!

Queria, de coração, dar à ela um presente extraordinário,
Que de tão legal a deixasse assim tão feliz completamente.
Algo que habitasse bem lá no fundo do seu farto imaginário
e que fosse materializado por mim de forma surpreendente.

Insisto! Sem magia, sem grana e sem nenhum poder...
Agora, pessoal? O que é que eu posso realmente fazer
para tornar o aniversário da Fada Azul inesquecível?

Escrever poema? Faço isso para ela quase todo santo ano.
Quero fugir do convencional! Poesia não está no meu plano!
E agora? O que fazer para lhe dar um presente muito incrível?

CAPÍTULO DOIS - UM PROBLEMA DISFARÇADO DE SOLUÇÃO

Observando de longe o Grilo Falante com o seu problema,
Aproximou do inseto um homem estranho e desconhecido
que solucionaria de uma hora pra outra o terrível dilema
tirando do Grilo Falante o legítimo direito de ficar aborrecido.

Conta-me depressa, meu simples homem, qual é o esquema.
Anda! Fale logo! Não me deixa aqui totalmente aturdido!
Vamos! Deixe de suspense! Faça com que eu não tema
de passar vergonha diante de um ser por mim tão querido.

Faço qualquer coisa para sair dessa situação constrangedora...
Então ta! Já que é assim, assine este contrato para mim agora
e o presente da Fada Azul estará presente nas suas patinhas.

Você não vai ler o contrato? Digo sem nenhum medo, numa boa.
Para que ler, meu bom homem?! Não perderei meu tempo à-toa...
E lá foi o grilo pegando o contrato e assinando todas as linhas.

CAPÍTULO TRÊS - O PRESENTE

O Grilo Falante abre a caixinha. As patinhas eram uma só tremura.
Que lindo presente! Nunca tinha visto no mundo coisa igual!
Era uma caixinha de música com formato de circo em miniatura
e toca uma musiquinha linda, diferente, com um toque bem celestial.

Era só levantar a lona do circo que a musiquinha cheia de candura
tomava conta de todo ambiente de um jeito bem igual.
O presente tem um certo quê de uma charmosa formosura
e a amiga Fada Azul considerou-o um presente sensacional.

Fada Azul não aquentava mais dentro de si de contentamento.
Mostrava seu presente a qualquer um e a todo o momento,
com isso o Grilo Falante também era pura alegria.

A música que saía da caixinha era um estilizado Parabéns pra Você
a musiquinha ideal para aquele momento, fazer o quê
Enquanto isso cada vez mais o Grilo Falante se envaidecia.

CAPÍTULO QUATRO – O CARÍSSIMO PREÇO DO PRESENTE

Grilo Falante, vamos embora! Esse Portal não mais lhe pertence!
Você vai trabalhar para mim e não vai ganhar se quer um centavo.
Você, Grilo Falante, será do meu circo a principal atração circense;
ou seja, em relação a mim, será apenas o meu mais novo escravo.

Anda! Vamos embora! Disse o ex-homem bom super bravo.
Não adianta! Essa carinha de espanto não me convence.
A partir de hoje você é meu servo e sobre você eu cravo
todo o meu desejo de ficar absurdamente muito rico. Pense,

quem não pagaria no mundo dos para ouvir um Grilo Falante!
Ainda mais se esse grilo além de falar declama e escreve poesia.
Insisto! Uma atração dessa quem curiosamente não pagaria?!

Ganharei dinheiro igual água, pois quererão lhe ver muita gente.
Ficarei podre de rico por sua causa, pode sem susto apostar;
Aí sim, minha simples vida ficará bem mais atraente.

CAPÍTULO CINCO – O CONTRATO

Bem que eu falei para você ler o contrato antes de assinar,
mas você não me ouviu! Achou que eu estava brincando!
O tom foi de brincadeira para você mesmo não acreditar...
na minha ironia você acabou ingenuamente embarcando.


Caso você resolva o contrato assinado desrespeitar
será levado à suprema corte e lá lhe condenando,
ficará mesmo por lá na cadeia e por muito anos lá mofar,
sem dizer que o seu nome na lama estará morando.

Como você, humano, é maquiavélico! Vou lhe dizer a verdade!
Apesar de tudo posso lhe afirmar que o preço pode ser alto,
mas valeu a pena ver a Fada Azul na mais completa felicidade.

Posso pelo menos saber o nome do meu frigidíssimo algoz?!
Claro que sim! Disse o homem sem nenhum sobressalto.
para você, inseto falante, sou simplesmente o senhor Queirós.

CAPÍTULO SEIS – IRONIAS

Posso despedir das minhas amigas fadas daqui do Portal?
Felizmente não! Tempo é dinheiro! Precisamos mesmo ir;
Como lhe disse, você será a minha atração circense principal
e temos muitas coisas lá no circo sobre o seu show decidir.

Coisas pra discutir comigo?! Terei que fazer algo especial?
Não basta ficar conversando com a platéia e fazê-la sorrir?
Não banque o tolo, Grilo! Você terá um número sensacional...
temos que criar algo para o pessoal vir apenas para lhe assistir.

Espere aí! Não darei ideia alguma para o seu ganancioso projeto.
Como você mesmo disse: sou seu escravo e não estou no negócio,
logo não colaborarei com alguém que considero um ser abjeto.

Ora Grilo falante, não seja tão radical para cima de mim.
Encare a coisa por outro ângulo: você e meu preferido sócio
e na nossa relação comercial, o lucro fica cem por cento para mim.

CAPÍTULO SETE – A PIVÔ FADA AZUL

Vamos deixar de blá-blá-blá! Partamos já! Já passou da hora!
Tratarei como merece alguém com má vontade e colaborar não quer
Uai Grilo, que estória é essa! Parece que você está indo embora!
Vamos! Desembucha inseto! E quem é este senhor do seu lado?

Queirós é o nome dele. Que mistério todo é esse? Responda agora!
Alto lá, Fada Azul! O seu amigo tem um contrato comigo assinado
Que contrato é esse? Por que o Grilo o assinou? A fada se apavora.
O Grilo deixa tudo para a Fada Azul o caso muito bem explicado...

Ao saber que fora o pivô da estória, a Fada Azul cai em pranto.
Grilo! Grilo! Por que você fez isso? Juro por tudo que não precisava!
Quando a gente tem no coração um ser a qual amamos tanto, tanto,

jamais queremos que o ser amado faça por nós qualquer sacrifício.
Só de você estar presente no meu aniversário para mim bastava,
sentiria feliz. Garanto-lhe que isto não seria pra você algo difícil.

CAPÍTULO OITO – A NEGOCIAÇÃO

Senhor Queirós, por tudo que é mais sagrado! Desconsidere essa situação!
Para que você não fique no prejuízo lhe considerarei apenas um desejo,
assim o Grilo Falante não seguirá o triste caminho horrendo da escravidão
e o senhor pode pedir até aquele que no fundo do seu âmago lhe causa pejo.

Espera um pouco! Você não é minha fada-madrinha, Fada Azul! Sei não...
Tenho medo de que você esteja fazendo comigo algum tipo de gracejo.
Senhor Queirós, tirar o meu amigo dessa enrascada; esta é a minha intenção,
como posso estar blefando se outra saída para este caso ainda eu não vejo?!

Eh, você está certa! Sou o dono absoluto dessa situação, de fato!
Quero muito, muito dinheiro! Quero em euros. Quantia? Um bilhão!
Sem problemas! Mas antes quero ver se o senhor está com o contrato.

Por quê? Na hora que você receber a grana, passará o contrato para mim.
Rasgarei o contrato; eu e mais o Grilo Falante iremos embora então,
enquanto que você poderá gastar o dinheiro com o que estiver a fim.

CAPÍTULO NOVE – FIM DO CONTRATO

Queirós concorda com o argumento da fada. Achou-o bastante coerente.
Ainda desconfiado, Queirós tira do bolso o contrato e o mantém longe da fada.
E como dizia o poeta Vinícius de Moraes... “de repente, não mais que de repente”
aparece um fortíssimo redemoinho como se surgisse assim magicamente do nada.

O forte redemoinho cega o humano e Queirós libera o contrato desesperadamente.
O contrato vai subindo em direção ao infinito, novamente de forma inexplicada.
Queirós sentindo que tem coisa de magia acontecendo grita neuroticamente:
Fada Azul! Sua mentirosa! Traidora! Ordinária!Trambiqueira! Dissimulada!

Eu pensando que fadas só tem boas qualidades! Enganei-me redondamente!
Hoje não dá confiar em ninguém! Ninguém mesmo! Nem mesmo em fada!
Deve ser consequencia de um mundo globalizado em que estamos, infelizmente!

Espere um momento, senhor Queirós! Você está enganado de novo!
Não fui eu que fiz o redemoinho. Você tem uma falta de sorte danada.
Eu não sei de que maneira a minha verdadeira verdade lhe provo.

CAPÍTULO DEZ – O DEUS DO VENTO

Não precisa provar nada, Fada azul! Deixe!Eu mesmo me apresento.
Queirós, as fadas continuam sendo criaturas do bem como no passado.
Os gregos antigos me chamam de Eolos, o grande deus do vento...
Estou aqui para evitar que o mal vença, que este seja recompensado.

Uma das brisas daqui do Portal dos Sonhos e Magia foi ao meu aposento
deu-me rapidamente o seguinte recado que me deixou de fato intrigado.
Grilo Falante naquele instante estava passando por um difícil momento.
Grilo Falante mesmo, aquele inseto que é do deus Febo/Apolo o afilhado.

Resolvi então intervir no caso e ajudar o protegido do deus Febo/Apolo.
Quando apareci, você (Fada Azul) e Queirós estavam falando do contrato.
Unindo a conversa de vocês com o fatídico papel aqui dentro do meu miolo

Deduzi que a causa de todo o mal estava naquele tão falado documento,
portanto mandei na hora aquele fortíssimo redemoinho e um pequeno jato
de areia nos olhos do mortal e o vento dando ao contrato desaparecimento.

CAPÍTULO ONZE - TUDO ACABADO

Agora o Grilo Falante está livre da chantagem daquele ser humano
e você, Fada Azul, não precisa premiar o mortal que age com maldade
porque se Queirós conseguisse o que queria com o seu terrível plano
com o trabalho do Grilo Falante ou sua magia seria uma cruel fatalidade.

Pronto! Tudo acabado! Chegou ao fim esse tipo de comportamento leviano
e o mortal tem que ser punido exemplarmente para que a humanidade
não venha copiar esse maldoso modelo enraizado no seu cotidiano
tornando a vida na Terra sinônimo claríssimo de intranqüilidade.

Infeliz Mortal! Não adianta posar de inocente agora e fingir-se
de coitadinho. Seu castigo já foi por mim definitivamente decidido.
Como queria enriquecer através de um circo, você será entregue a deusa Circe

Deusa que tem como característica de transformar humanos em animais
Como você queria tirar proveito de um pequenino animal que é querido
pelos deuses gregos, acredito que no seu caso estou sendo justo até demais.

O Filho da Poetisa

UM URSO FEROZ


CAPÍTULO UM – INTERROMPIDA JORNADA

Estávamos voando à-toa, eu e a minha amiga Fada melada,
quando alguma coisa ruim interrompeu nosso percurso,
assustado eu fiquei quando percebi que era uma patada
desferida em nós por um imenso e fortíssimo urso.

A minha amiga mágica estava totalmente desacordada
e eu grogue com as patinhas livres, porém sem recurso,
enquanto isso a fera através vem de olhares e da fungada
para nos encontrar às pressas, achando assim o nosso curso.

Não preocupo comigo. Verde, na mata ninguém me achava!
O problema estava com um forte cheiro de mel que exalava
Da fada, alimento este que o gigantesco animal apreciava.

Caminhei com muito custo carregando a Fada Melada
Que nas alturas do campeonato estava ainda desacordada
E lhe juro que jamais carreguei uma criatura tão pesada.

CAPÍTULO DOIS – URSO NÃO SAGAZ

O diacho do urso cinzento tinha um faro bastante aguçado;
sentiu, mesmo estando muito longe, o cheiro da minha amiga.
Achou em segundos o nosso cárcere. Tinha um olhar esfomeado
Que chegou a dar um friozinho na minha pequenina barriga.

Assim que nos achou escondido, a grande fera conosco jogou pesado.
Parecia que ela considerara a árvore, nosso esconderijo, como inimiga.
Penso com os meus botões, se os tivessem: esse bicho é mesmo retardado!
Por que investir em dois minúsculos seres que mal sustentariam sua lombriga?

Se esse urso gigantesco fosse um animal assim muito sagaz
com toda a certeza ele nos deixaria viver em paz
e em busca de uma caça de grande porte iria atrás.

Aí sim, ele teria a comida com muita fartura,
ficaria com alguns dias na vida com a maior brandura
sem ir atrás de uma caça por alguns dias (sua fatal ventura).

CAPÍTULO TRÊS – QUE GELADA !

A Fada Melada aos poucos vai recobrando a consciência...
apesar do urso irado lá fora, este fato me deixa mais tranquilo
porque a Fada Melada com a sua poderosa magia e sapiência
resolveria rapidamente sem nenhum problema tudo aquilo.

Já de volta ao seu juízo perfeito a Fada Melada toma consciência,
através de mim ela fica sabendo do nosso presente tão intranqüilo.
A Fada Melada me pede a varinha de condão para resolver com urgência
a nossa horrível situação e ficarmos completamente livre daquilo.

A varinha mágica não estava com a Fada e nem tão pouco comigo,
diante dessa triste realidade vimos que corríamos grande perigo.
Fiquei novamente meditativo: será que é de algum deus esse castigo?

Depois de muito pensar tirei dos deuses a responsabilidade desta fria
que agora eu e a minha querida amiga Fada melada tanto angustia,
pois não é pecado brincar e através da brincadeira mostrar alegria.

APITULO QUATRO - COMO SAIR DESSA?!

Temos que achar o mais rápido possível minha varinha de condão
se quisermos sair ileso imediatamente dessa grande enrascada,
caso contrário o grande urso continuará sendo o dono da situação
até chegar ao momento em que nossos esforços seriam iguais a nada.

É uma ideia maluca, mas não existe mesmo outra solução.
O jeito é eu sair como isca para afastar aquela fera danada,
enquanto isto você procura e encontra a varinha desejada,
depois volta depressa e livra o seu amigo dessa imensa roubada.

Vamos! Se esfregue em mim respeitosamente e deixa-me seu cheiro,
pois o urso pensará que está perto de um pote de mel e virá rápido e rasteiro
atrás de mim. Para não ser pego pela fera terei que ser bem ligeiro.

Não tendo o urso na entrada da árvore, a Fada vai cumprir a sua missão
de reaver sua salvadora, eficiente, mágica e linda varinha de condão
para por fim de vez em nossa tão assustadora situação.

CAPÍTULO CINCO – SE LIVRANDO DA CONFUSÃO

Com a enorme desilusão estampada visivelmente na cara
por parecer alguma coisa tão eterna e em vão sua busca,
de repente a fada sente uma luz se incidir no seu rosto, era a vara;
por muito pouco o forte lume da varinha o olhar da Fada ofusca.

Quando chega à direção do objeto mágico, a Fada para de voar
de tão ansiosa e contente, faz isso de uma forma tão brusca
que quase a espinha dorsal da Fada de uma hora pra outra se deslocara
Para fora do corpo da mesma, tornando-a uma entidade “molusca”.

Ao pegar a vara, a Fada Melada voa no mesmo instante
para salvar o corajoso, amado, amigo e astuto Grilo Falante,
por acreditar que o mesmo esteja numa situação periclitante.

Quando encontra o Grilo, ele está sozinho e ela não faz ideia
do que acontecera com o urso. O inseto atraíra o bicho para uma colméia
de onde as abelhas, em legítima defesa, expulsaram a fera da aldeia.

CAPÍTULO SEIS – INUSITADO DESEJO

Grilo Falante! Grilo falante! Você é mesmo um bichinho danado!
Pensando que você estava correndo risco de morte ou até morrendo
para a minha surpresa como lhe encontro: em perfeito estado
como se nada de grave lhe tivesse realmente acontecido.

Fada Melada, você pode achar que estou ficando “abilolado”,
mas tenho que lhe fazer esse estranhíssimo pedido
leva-me onde se encontra aquele cinzento urso malvado
que durante essa estória toda nos insistentemente perseguido

Eu não vou achar que você está maluco! Terei é clareza!
você deve não ter, Grilo Falante, amor á vida com certeza
para me fazer um pedido que a qualquer um cause estranheza.

Fada Melada, eu sei seguramente o que estou fazendo!
Para lhe ser sincero nenhum risco estaremos correndo,
uma vez que acredito que o urso está de dor sofrendo

CAPÍTULO SETE – COMPENSAÇÃO

Como já disse, lá encontraram o animal sofrendo de dor,
causado pelos ataques das guerreiras e destemidas abelhas.
coitadinho dele! Ele também é uma criatura do criador
não merece passar por isto. Está inchado até as orelhas!

Vamos, Fada Melada! Cure o coitadinho do urso, por favor!
Livra-o deste tormento onde os ferrões parecem relhas.
Na mesma hora o urso deixou de ser um animal gemedor
pois o seu corpo parecia que não estava mais nas grelhas.

Livre de toda dor, o urso parecia feliz habitar o céu,
ainda mais que a Fada Melada lhe dera um grande pote de mel
atendendo mais um pedido do Grilo Falante, seu amigo fiel

Já que está tudo na santa paz e em seu devido lugar,
vamos para o nosso querido Portal dos Sonhos e Magia voltar
para ficarmos quietinhos e por lá serenamente descansar.

O Filho da Poetisa

SONETO À GAROTA JOANNA


Um dia no jardim da minha humilde vida,
apareceu do nada pequena menina – Joanna -,
deixando a minha existência mais colorida
e o meu sagrado viver ainda mais bacana.

Tornou-se para mim uma criança tão querida,
que o meu modesto coração por ela emana
Um amor muito puro e sem nenhuma medida,
Digna de uma pessoinha assim tão humana.

A caneta comum que os meus versos anota
ficou feliz por eles serem a esta boa garota
Que encanta a todos com o seu encanto.

Então esses versos saem bem singelos,
com traços assim naturalmente belos,
Causando a quem o lê prazer e tanto.

O Filho da Poetisa

p.s.: Feliz aniversário Joanna!!!

O AZAR


Estava andando tranquilamente, sem nenhuma pressa,
com a mente super limpa, sem pensar mesmo em nada,
Não é que um ordinário passarinho ao ver a minha cabeça
resolveu de repente transformá-la em sua particular privada.

É fogo! É fogo! Uma pessoa quando está bastante azarada
de nada adianta! O que há de bom vem de forma avessa!
Se tivesse uma pedra por perto daria na ave uma pedrada
Para ela aprender nunca mais fazer uma coisa feia dessa.

Até agora tento entender, mas infelizmente não consigo.
Por que aquela danada avezinha foi fazer isso comigo
se eu nem se quer sabia de sua miserável existência?

O passarinho me acertou, digamos, bem no alvo...
para limpar minha cabeça foi fácil, pois sou calvo.
Ser cagado por passarinho... tenha Santa paciência!

O Filho da Poetisa

PARABÉNS FADA CRISTAL


Faço agora o papel de fofoqueiro do Portal.
Fadinhas, vamos nos reunir em caráter extraordinário!
Vamos fazer uma festa para a nossa amiga Fada Cristal
Porque hoje ela está fazendo mais um aniversário.

Arranjei um repertório que acredito que seja legal,
escrevi um texto extraído do meu imaginário;
vamos fazer uma bela festa surpresa sensacional,
pois ela merece todo o nosso amor solidário.

Fada Cristal ficará conosco tão emocionada
que considerará esse dia o mais feliz de sua vida
Por estar rodeada só de gente muito querida

Fiquemos atentos porque nessa festa não pode faltar nada.
Presentes e “Parabéns pra você” já é algo tradicional.
Tudo pronto? Agora só falta chamar a Fada Cristal.

O FILHO DA POETISA

A POSSESSÃO


CAPÍTULO UM – O VISITANTE
Deixa-me ver: Portal dos Sonhos e da Magia...
é aqui mesmo que o Grilo Falante está morando.
Não vejo a hora de cara a focinho com este inseto ir ficando,
para acabar de vez com a minha terrível agonia.

Ele trabalhou tão bem servindo ao boneco de madeira de consciência
que favoreceu para que um incrível milagre acontecesse
e que o tal boneco de madeira tornasse humano por excelência
fazendo com que este raro milagre o boneco de madeira merecesse.

Boneco, qualquer um, de madeira ou não, não possui alma nem mente;
no lugar da alma para lhe dar vida, uma fada lhe concedeu tal magia,
no lugar da mente, foi dado ao boneco um grilo que fez um trabalho competente.

Foi fantástico o milagre ao boneco de madeira que aconteceu!
Pinóquio, tal boneco, virou ser humano como ele queria,
Com isto solitariamente no meu plano astral fiquei eu.

CAPÍTULO DOIS – ENCARNAÇÃO
Quando surge um ser humano na Terra uma alma é encarnada,
por Causa disto a criatura humana passa então a adquirir vida,
para sua progressão espiritual a alma aceita a missão que lhe fora confiada;
A partir daí do plano astral temporariamente a alma faz sua despedida.

Uma das opções é encarnar no planeta Terra como um lindo bebê
Através dessa prisão chamada corpo, é que a alma poderá se evoluir espiritualmente.
Caso ela se entregue a matéria, sofrerá muito sem entender o porquê
E com isso não haverá uma evolução no processo espiritual, infelizmente.

buscando o seu crescimento espiritual, meu amigo aceitou ser alma do ex-boneco de madeira,
deixando-me, insisto, do outro lado, no meu mundo espiritual solitário, sem eira nem beira,
tornando dessa forma a minha vidinha espiritual num verdadeiro tédio.

Porém já - já estarei diante daquele que desgraçou a minha vida
E esta pendenga com ele será definitivamente resolvida.
Vingança ao Grilo Falante! Daqui pra frente é que será o meu santo remédio.

CAPÍTULO TRÊS – O GRILO DO MAL
Lá está o Grilo Falante, o causador do meu maior desgosto,
levando sua vidinha de forma tranquila e muito digna.
Colocarei em ação o meu extraordinário plano onde serei o seu encosto
e este inseto mudará completamente a sua vida, tornando-se numa criatura cruel e maligna.

Ao ficar bem próximo do nosso protagonista, o grilo muda-se por completo,
torna-se um ser bem sério, carrancudo, de uma aparência bem sombria,
também muda suas vestes passando dos pés à cabeça a se vestir de preto;
além de crescer dentro de si um terrível desejo de disseminar agonia.

Como disse Lacan “tudo para ser real tem que passar primeiro pelo imaginário”,
confirmando este pensamento o espírito sem luz coloca em prática o seu plano ordinário
de trazer sofrimentos a todos, residentes ou visitantes do nosso querido Portal.

Lógico que os primeiros a serem vitimados serão os amigos do Portal do Grilo Falante.
Depois de tudo consumado irei atrás daqueles amigos que residem no lugar bem distante
e quando a vida do Grilo se transformar num inferno, a minha vingança chegará ao final.

CAPÍTULO QUATRO – PRIMEIRA VÍTIMA: A FADA AZUL
Fada Azul ao visitar o Grilo Falante, achou-o bem estranho e arredio,
Mas o inseto retrucou a sua dindinha fada dizendo que estava normal,
Disse que estava com uma enorme vontade de estar no estádio da Beira-Rio
Para assistir ao grande clássico gaúcho do Grêmio com o Internacional.

Você quer isto mesmo Grilo? Sério? Não vejo o porquê do seu sonho não ser realizado!
Com a maldade implícita no que dissera, responde realmente que sim;
com mágica os dois estavam no meio da Camisa 12, maior torcida do time colorado
e lá qualquer coisa referente a cor azul é sinônimo de inimigo ou outra coisa ruim.

Os torcedores voltaram-se para a Fada Azul e o Grilo saiu assim meio amiúde
dizendo que lá era visitante e que por ser verde o seu time de coração é o Juventude
e graças a esta mentira, o Grilo saiu do estádio sem ter um fio de cabelo tocado,

Por outro lado a fada Azul, coitadinha, tomou uma surra tremenda.
A coisa só não foi ainda mais grave porque chegou à brigada e acabou com a contenda.
Mesmo muito machucada, com sua mágica, a Fada Azul saiu daquele lugar infernizado.

CAPÍTULO CINCO – PRÓXIMA VÍTIMA: A FADA MENINA
Guilinhu Falante! Qui cê ta fazeno aqui?Cê nunca mi visito? Tem coisa istranha aí, vai!
Estou pensando que você gostaria que lhe visitasse, mas se você quiser,... vou embora!
Só que antes de ir tenho uma coisa séria lhe dizer: eu sei onde está o seu pai!
Guilinhu , quer dizer que tenho pai memu?Compulsivamente a Fada Menina chora.

Pare de chorar, Fada menina! Vamos ao encontro do seu “querido” pai agora!
Não poxu saí axim, Guilinhu, tenhu qui visá a dinda Fada Azul e a Arco-íris, minha mãezinha.
Nada disso, Fada menina! Se for avisar todo mundo não vai dar! Desse jeito demora!
Vamos lá visitar seu papai, depois você conta a novidade ás duas, quentinha... quentinha...

Os dois atravessam rápidos em linha reta pela encantada floresta.
Um quilômetro depois de sair da mata o Grilo apresenta a Fada ao pai e esta fica besta!
O pai que tanto desejava na verdade não passava de um ogro, muito feio de dar dó.

A fada menina não sabia de duas coisas: primeiro que o ogro não era seu pai nada;
segundo que aquele ogro na verdade era um ser mal comedor de fada.
Assim que o Grilo saiu, o ogro pegou a sua pseudo-filha e a trancou num xilindró.

CAPÍTULO SEIS – MAIS PLANOS MALIGNOS
O Grilo vai voltando para casa e o encosto vai acompanhando o inseto, rindo.
É inseto! O negócio está mais divertido do que eu imaginava!
Quando me encostei a você pensara que seria chato, mas o trem está me saindo
melhor do que tudo que podia acreditar. Insisto: você está saindo melhor do que esperava!

Agora vamos colocar o outro plano para funcionar. Para isto vamos seguir a seguinte regra:
amanhã vamos lá à Morada dos Deuses egípcios fazer uma visita só pra despistar.
O objetivo de ir lá é um só: roubar do deus supremo Rá sua enorme barca negra
e provocar no Portal do Sonho e Magia um gigantesco eclipse solar.

Assim anularemos os poderes das Fadas Arco-Íris, Sol, Rosa, Dourada, Luapompom...
Tudo negro. Tudo breu. Sem nenhuma luz. Sem nenhuma cor. Para mim é que vai estar bom.
Ficará parecido ao lugar de onde vim. Aí sim, sentir-me-ei em casa. Lar tenebroso lar!

Depois teremos que dar um jeito de levar a Fada Vermelha na terra dos vampiros.
os hematófagos chuparão o sangue dela onde a mesma dará os últimos suspiros.
As Fadas Primavera, Verde, é só deixá-las por conta daqueles que adoram o planeta detonar.

CAPÍTULO SETE – ME DEI MAL
Outras fadas, ainda não tenho plano pra elas. Será por pouco tempo que elas ficarão em paz.
Vou deixar você descansar meu cavalo Grilo. Amanhã teremos um longo trabalho pela frente.
Enquanto o Grilo dormia, o espírito sem luz vai pensando como tornar o seu plano eficaz,
porque amanhã será bastante árduo o seu dia, pelo menos teoricamente.

No mesmo instante os deuses perceberam que o grilo estava meio esquisito.
Acabaremos com a cisma de uma vez por toda. A deusa Ísis conhece o Grilo melhor que nós.
Rapidamente a deusa aparece para recepcionar carinhosamente o seu afilhado favorito.
Você não é o Grilo Falante! Como deusa suprema da Morada dos Mortos, ouça a minha voz!

Ordeno: diga-me quem é! Imediatamente Ísis convoca Ammut, deusa devoradora dos mortos.
Ao perceber o apuro em que se metera, o espírito sem luz foge afoitamente e desesperado.
Os deuses percebem que agora o Grilo está com aparência tranqüila, sem os olhares tortos.

É meu amigo! Pode ficar calmo que o espírito ruim foge por Ammut assustado.
Perdi aonde o espírito ruim! Na tentativa de encontrar sua presa, pergunta à Joaninha:
Pequenino inseto, você viu um vulto negro passar por aqui? Ele é a minha comida!


CAPÍTULO OITO – A VERDADE
Vi não! Como esse vulto é? Deixe pra lá! Fique em paz, pequena Joanna.
Espírito sem luz, pode aparecer! O seu predador já está muito distante.
Obrigado Joaninha! Você me salvou! No que precisar pode contar comigo! Você é bacana!
Como foi você que me prometeu, gostaria que você deixasse em paz o Grilo Falante...

Ao ouvir o nome do Grilo, o espírito sem luz fica furioso. Uma ventania toma conta do local.
Como você se atreve falar para mim do inseto maldito! Daquele que me tirou o melhor amigo!
Estou entendendo o porquê me ajudou... Pensei que tinha bom coração, mas foi proposital!
Trate agora de ir rezando pequenino inseto, pois você agora está metido num grande perigo.

Deixe a minha em paz, espírito sem luz! Sua sede de vingança está sufocando sua razão!
Joaninha é um ser muito bom! Caso contrário você seria devorado por Ammut sem compaixão.
Você sendo devorado pela devoradora dos mortos não seria melhor saída ao nosso problema?

N a verdade este ódio todo que você sente por mim tem um nome: transferência.
Está depositando em mim toda raiva que está sentindo por si mesmo por não ter reencarnado.
Espírito tem o livre arbítrio. Optar ou não pela encarnação. Você não quis passar esse dilema.


CAPÍTULO NOVE – PALAVRAS DURAS
Você foi medroso. Seu amigo não recusou o convite. Reencarnou visando à evolução espiritual.
Chega Grilo! Não sabe o que está falando! Você está enganado! Fala um monte de asneira.
Você está com ciúme do seu amigo ter reencarnado e isto está lhe deixando muito mal!
Quer saber?! O que sente pelo seu amigo é inveja e não uma amizade verdadeira.

Com as duras palavras do Grilo o espírito sem luz prostrou-se. Joaninha continuava sua oração.
Chorando muito, o espírito sem luz confirma tudo o que o Grilo Falante dissera com firmeza.
Você está certo em tudo! Fui um covarde! Joguei pela janela minha chance de reencarnação!
Isto me entristeceu e me entristece bastante. Com a culpa, o ódio assumiu com toda realeza.

Sou tão covarde que vim descontar minha ira em seres pequenos como fadas, Joaninha...
Fui mexer com seres do meu tamanho fui derrotado. Agora o fracasso no meu peito aninha
junto à tristeza, impotência e a certeza de que minha evolução está longe de acontecer.

Quando todos estão em silencio, escutam a voz da Joaninha terminando sua sincera prece.
Obrigada papai do Céu nada de mal aconteceu a mim, ao Grilo e à alma que o medo adoece.
Com o choro no fim o espírito sem luz afirma que em seu coração agora está apenas o sofrer.

O Filho da Poetisa

GLORINHA, A GAIVOTA


Olhei para o céu e vi uma ave ignota,
só por prazer a mirei com minha espingarda de sal,
quando caiu é que percebi que era uma gaivota,
diferente das demais por ter belas asas de cristal.

Por que eu tive esta idéia pra lá de idiota
de abater sem motivo algum o inocente animal?
Pela aparência rara só pode ter vindo de uma terra remota
e ainda não sei o motivo dela está fora do seu habitat natural.

Para acabar com o sentimento de culpa, resolvo cuidar da ave.
Mais com remorso fiquei ao saber que o estado dela era grave.
Chamei veterinário, pai de santo, tudo para salva-la, não ficar mal nesta estória.

Com a ajuda terrena e divina a situação foi contornada.
O bichinho acabou ficando apenas com a asa direita quebrada.
Por ter saído do sufoco e do remorso, dei o nome de gaivota de GLÓRIA.

P.S.: Poema em solidariedade à Glorinha Gaivota

O Filho da Poetisa

SÃO JORGE E O DRAGÃO


CAPÍTULO UM – O INFERNO

Aaattchiimm! Pra quem espirrou, saúde! Muito obrigado!
Gente do céu! Depois do espirro bateu um cheiro forte de queimado...
Nossa, que horror! Tudo aqui no meu terreiro está tostado!
O negócio aconteceu agora! Está tão quente aqui que me sinto abrasado!

Parece que o meu terreiro virou de uma hora pra outra um inferno,
Sem capetas e aquele cheiro insuportável de enxofre eterno.
Sabe o que parece? Parece que o sol desceu para expulsar de vez o inverno.
Vendo tudo isso eu fico muito estarrecido e com esta situação me consterno.

Entrei em casa correndo e fui direto desesperado para o banheiro
visando derramar uma enxurrada de água fria em meu corpo inteiro
depois abri a geladeira, tomei água gelada e chupei o gelo bem ligeiro.

Abri a torneira por completo, enchi o balde e água no terreiro e a joguei
depois de horas e mais horas o meu terreiro todo com a água alaguei
e só assim, com muito custo,o imenso calor do meu lote, tirei.

CAPÍTULO DOIS – “SHERLOCK” GRILO FALANTE

Quem será o responsável, o causador por esse incêndio monstruoso?
Olhando minuciosamente percebe-se que o fogo surgiu por igual, o que é “cabuloso”.
Era para o fogo ter surgido num determinado local e dali ser espalhado, o curioso
é que o fogo surgiu de repente, tomando conta de tudo. Isso é muito misterioso...

Por Thot! Que coisa estranha! Próximo, não muito distante
Da minha casa o que vejo como pista? Marca de pata gigante;
Patas que, se eu não estiver enganado, é de um enorme lagarto. Interessante!
Lagarto descomunal é dragão ou animal pré-histórico. Não pode ser! É muito alucinante!

Animais pré-históricos são da época da origem do mundo. Dragão é da Era medieval.
O que esses ou um desses animais estariam fazendo aqui no mágico Portal?
Animais pré-históricos não foram extintos por um enorme meteoro que caiu na Terra afinal?

Vamos, Grilo Falante, pense! Se tenho como pista lagarto gigante e fogo, só há uma conclusão:
O único bicho enorme parecendo um lagarto e solta fogo que conheço é um dragão;
Já que ouvi espirro antes do fogaréu é lógico deduzir que esta criatura está com constipação.

CAPÍTULO TRÊS – DO IMAGINÁRIO À REALIDADE

Poderosos deuses! Será que não estou ficando amalucado? Não, não pode ser!
O meu terreiro foi vitimado pelo fogo! Está lá para quem quiser com os próprios olhos ver!
Então não estou doido de jeito nenhum, por mais incrível que possa parecer!
Há um dragão aqui no Portal. Tenho que encontrá-lo, evitar que algo terrível venha acontecer.

Quem poderia me ajudar?... O dragão é enorme e eu sou tão pequenino
que sozinho não conseguirei livrar o portal desse cruel e bizarro destino.
Como destruir tal monstro? Não tenho a menor ideia! Nem imagino!
Só sei que estamos correndo um grande perigo. “Curuz” que desatino!

O pior é que se contar pra qualquer um, na minha cara eles vão ri;
com certeza vão perguntar que se algum dragão eu realmente vi
e a zombaria aumentará quando disser que apenas deduzi.

Primeiramente terei que muita calma e muita paciência
para provar a todos dessa besta-fera a sua real existência
e mostrar que o dragão existe, não é fruto da minha demência.

CAPÍTULO QUATRO – NO CALCANHAR DO DRAGÃO

Sendo eu um dragão de tamanho descomunal, aonde iria me ficar?
Floresta ou caverna? Um animal grande assim não será difícil de encontrar.
Se ele for para a floresta ficará mais fácil, dependendo do local, de se camuflar;
por outro lado, mais exposto ao perigo e mais fácil será de capturar...

Ficando numa caverna, o dragão ficará bem mais protegido
principalmente se esta caverna estiver bem alto, lugar difícil de ser atingido,
assim poderá se sentir bem tranqüilo e tendo realmente garantido
a sua total segurança... Preferirá caverna se este bicho for sabido.

Situado bem ao norte da floresta do Portal dos sonhos e da magia
existe uma caverna que servem para os morcegos de moradia
e para expulsá-los de lá, isto para o dragão quase nada custaria.

Vou chamar a Fada Vermelha para me ajudar nesta incrível missão,
por ser minha amiga, me acompanhará ,mesmo não acreditando em dragão,
pois ela tem como teoria de vida de nunca deixar um amigo na mão.

CAPÍTULO CINCO - NA CAVERNA DO DRAGÃO

Faltando quinhentos metros para chegar à caverna, uma grande bola de fogo veio em direção
deles, oriunda de um novo e escandaloso espirro do tal não saudável dragão,
que, como suspeitara o Grilo Falante, estava com uma baita constipação.
Ele adquirira a gripe ao retornar da Lua à Terra, fugindo de uma eterna perseguição.

A Fada Vermelha transformou a imensa bola de fogo numa deliciosa maçã de amor
que deixará para usá-la quando o momento bastante oportuno for...
Graças à magia da Fada Vermelha, o Grilo não está sentindo aquele horrível calor
que o vitimara o primeiro espirro do dragão, quase lhe causando um estupor.

Grilo Falante e Fada Vermelha, não se assustem comigo, podem entrar...
Desculpe-me pelas terríveis labaredas, é que não as consigo controlar
porque estou muito gripado e os meus espirros não querem cessar.

Como você, dragão, sabia os nossos e aguardava desde já a nossa chegada,
Se eu tomei a decisão de vir aqui sem dizer pra ninguém nada
A não ser a Fada Vermelha que foi por mim na última hora convocada?

CAPÍTULO SEIS – CONHECENDO O DRAGÃO

Grilo Falante, sei que você é muito inteligente... este é o seu jeito...
mas temos que quebrar aqui um forte e horrendo preconceito
que o mundo ocidental impôs sobre nós, dragão. Segundo ele o nosso grave defeito
é de estarmos sempre a serviço do mal, idéia esta, por ser mentira, realmente não aceito.

Ouça a verdadeira verdade e guarde para si como uma legítima sabedoria.
O conceito sobre dragão é o mesmo na oriental mitologia
quanto no maravilhoso mundo da antiga alquimia:
Nós, dragões, desempenhamos funções superiores e não baixaria.

Ocupamos, por isso, a mesma posição dos deuses... isto você jamais imaginara.
Praticamos sempre o bem, não praticamos o mal, isso jamais um de nós desejara,
Porém uma imagem falsa e negativa de nós o mundo ocidental de tal forma criara.

Não cabe a mim discutir com você como e o porquê que isto acontecera...
Fada Vermelha, livra-me, por favor, desta gripe que ao meu organismo acometera.
Na mesma hora a constipação da sábia fera por completo desaparecera.

CAPÍTULO SETE – SURGE SÃO JORGE

Tatsu, seu dragão, aqui quem fala é São Jorge, o seu algoz!
Não adianta fingir que não está aí, pois já ouvi a sua voz.
Anda! Saia! Vamos resolver de vez a eterna desavença que existe entre nós,
e assim que matá-lo, arrancarei a sua cabeça com minha espada e logo após.

Se você não vier aqui fora, não tem problema, irei até aí para buscá-lo!
Você já me conhece muito bem e sabe que eu cumpro o que falo.
Vamos! Venha cá pra fora! A sua covardia nesse momento não irá salvá-lo!
Vamos acabar com isto logo, porque estou ávido para derrotá-lo!

Aguarde-me! Já estou indo para aí, uma vez que você não quer sair!
É uma pena que será somente eu que irei exclusivamente assistir
a sua asquerosa criatura diante de mim piedosamente sucumbir.

Quando olha para a caverna, São Jorge vê uma luz vermelha intensa
sair da morada do dragão. Corajosamente o santo guerreiro pensa
somente em destruir o dragão para conseguir sua divina recompensa.

CAPÍTULO OITO – NÃO SOMOS MAL

Esse trem vermelho que eu pensei que era fogo antes de entrar, não é fogo, é bruxaria.
Que estória é esta, seu santo preconceituoso! Você já está me causando antipatia!
Isso que você disse é uma inverdade porque o termo correto é magia.
Ah, não! Nova entidade pagã do mundo da fantasia...

Vou aumentar ainda mais o seu muxoxo. Conosco também está um Grilo, um Grilo Falante.
Meu Deus! Sem querer acabo de entrar no abominável inferno de Dante
e o diabo aqui assume cada forma incrível, impressionante!
Fada Vermelha, Grilo que fala, talvez até de um dragão flamejante!

Bem que o seu Deus disse uma vez que vocês são homens de cabeças duras,
tudo que não conhecem e que existem, vocês creditam ao diabo; faz parte de suas culturas,
com isto às outras realidades são destinadas a elas as demoníacas venturas.

Eu sou uma fada, um ser criado pelo cosmo só para fazer o bem!
Não conheço outra força do que realizar apenas bondade a outrem,
então não é só você que foi criado para dar felicidade a terceiros, há outras além.

CAPÍTULO NOVE – EM NOME DO BEM

Apesar de nossas culturas serem diferentes, representamos à humanidades valores iguais.
Eu sou o dragão Tatsu e sou o sinônimo de dinamismo, bravura e liderança para os mortais,
sou símbolo de abundância e prosperidade ao meu povo... de algum mal, jamais!
Se quisesse lhe fazer alguma crueldade, já lhe teria feito, sou superior a você por demais.

Fugi da Terra para a Lua levando você magicamente comigo
porque o seu desejo cego e desumano em me matar colocava em perigo
toda a humanidade da Capadócia. Eu não sou o seu inimigo,
você é que deu asas a fofoca maldosa, não conseguindo separar o joio do trigo.

O quinto mandamento do decálogo transmitido a Moisés é: não matarás.
Lá não diz que poderá matar dragão, fada ou outro ser que você se julgar capaz.
O oitavo mandamento diz: ao teu próximo (que sou eu), falso testemunho não darás.

Dei-lhe exemplos concretos de que eu, dragão Totsu, não sou um ser maligno,
por isto você acha que me destruir então é um gesto de sua parte digno?
Como pode ser chamado de bem um ser que é capaz de matar outro ser benigno?

CAPÍTULO DEZ – APERTOS DE MÃOS

Por que você acha que estou aqui residindo neste fantástico Portal?
O Pinóquio sendo um boneco de madeira não tinha mente, logo capacidade cerebral,
daí eu surgi, uma vez que ganhou vida, para fazer o papel pra ele desse maquinário mortal
e com ele fiquei até que virou ser humano e passou a ter sua mente e alma afinal.

Insisto! Como o Pinóquio deixou de ser boneco e agora virou gente
Não precisava mais de mim. Agora ele tem o seu livre-arbítrio, é independente.
Eu não possuo nenhuma magia em relação aos habitantes daqui. Sou diferente
e na verdade sou tratado com muito respeito e carinho aqui por qualquer ser vivente...

Sabe por que pedi ajuda a querida Fada Vermelha? Por vocês dois preferirem esta cor;
Oferecendo vocês dois aquilo que gostam, estava dando uma demonstração de amor
e onde há amor a violência em hipótese alguma aparecerá, porque perderá o seu vigor.

Conscientemente convencido de que os três seres mágicos estavam certos,
São Jorge guarda suas armas e num gesto de amizade começam os apertos
De mãos entre os integrantes da estória. Agora sim: Dos males os dois mundos estão libertos.

O Filho da Poetisa

CAVALHEIRO GRILO FALANTE


Irei embora desta Terra Encantada
somente se não me quiseres,
pois no meio de tanta fada
Sou um bendito fruto entre as mulheres.

Antes que alguém venha com alguma conversa fiada,
deixo bem claro que conheço os meus direitos e deveres,
sou um cavalheiro e para mim a coisa mais sagrada
é respeitar e ser solidário a todos os seres.

Dou a palavra de Grilo Falante,
porque ela vale mais do que qualquer assinatura,
dinheiro, cheque, cartão de crédito ou diamante.

Portanto insisto: a ninguém eu desrespeito!
Pode vir até mim qualquer criatura
Que será tratada com atenção, carinho e respeito.

O Filho da Poetisa

UMA FADA COM CIÚME


CAPÍTULO UM - A DESPEDIDA DA FADA AZUL

Meninas, lamento dizer, mas eu estou indo embora,
não aquento mais viver desse jeito assim
num lugar onde o Grilo Falante me ignora
escrevendo poesias para todos, menos para mim.

Vocês não sabem o quanto que a minha alma chora,
Ser desprezada por alguém é realmente o fim,
Confesso-lhes que não entendi nada até agora
O desprezo que tenho do Grilo, já que não fiz a ele nada de ruim.

Até lhe apresentei uma amiga e os dois já iniciaram uma amizade,
ela já virou personagem da estória dele, enquanto que na realidade
nem um verso sequer recebi do nosso ingrato poeta.

Não posso viver com um sentimento negativo nesta terra encantada
E só voltarei aqui quando eu não estiver mais magoada,
Ajo assim porque acredito que esta é a atitude mais correta.

CAPÍTULO DOIS – AINDA UMA FADA RESSENTIDA

Você já conversou diretamente com o Grilo Falante sobre isto?
Não. Ele está sempre muito ocupado. Já escrevi dois textos sobre este tema
E não obtive nenhuma resposta dele. Não tocarei mais com ele nesse assunto.Desisto.
Acredito que jamais saberei ,Fada Azul, qual é realmente o problema.

Não há nenhuma razão pro Grilo Falante me tratar assim, insisto.
Não sei o porquê que ele não escreveu para mim sequer um poema,
eu não sei de fato o motivo pelo qual ele me pegou pra Cristo
Como também não sei o porquê não faço parte do seu esquema.

Vou-me embora, amiga, a decisão já está por mim tomada
E só há um jeito dela ser radicalmente mudada,
Mas isto dependerá só do Grilo Falante exclusivamente.

Não estou pedindo nada que seja assim tão anormal,
Apenas quero que o Grilo Falante me trate igual
Ele trata todo mundo e não dessa forma excludente.

CAPÍTULO TRÊS – O RUMO DA FADA DA LUZ

Fada da Luz, para onde você vai? O lugar você já definiu?
Caso a resposta seja sim, fale! Não nos deixe assim ansiosa!
Fada jady, vou para o planeta terra, para um país de nome Brasil.
Dizem que este lugar tem cada floresta maravilhosa!

Certo! Não diga não para mim, mas eu vou com você, viu!
Fada jady, sei o quanto a nossa amizade é valiosa,
mas não foi o seu coração que o Grilo Falante partiu;
não sei se você suportará ter ao seu lado uma fada tão rancorosa.


O que você disse só reforça o que foi por mim decidido,
uma verdadeira amiga não deixa a outra num lugar desconhecido
como se nada em sua vida de anormal tivesse acontecendo;

iremos juntas. Respeitarei o seu silêncio e/ou momento de solidão,
sempre que você sentir necessidade pode abrir comigo o seu coração
e eu a ouvirei atentamente tudo que você estiver me dizendo.

CAPÍTULO QUATRO – UM POUCO DE MITOLOGIA BRASILEIRA

As fadas chegaram ao Brasil. Nossa que mata mais bonita!
No princípio os indígenas acharam estranhas as criaturinhas aladas.
Como a Fada Luz do Sol era reluzente, consideraram-na filha de Coaraci,
Já que os índios não sabem o que são esses seres mágicos chamados de fadas.

De acordo com a nossa mitologia indígena tupi-guarani
O deus Coaraci é o deus sol que ilumina estas matas e estradas.
A Fada Jady Luapompom, para os índios, seria filha da deusa lua jaci
E desta forma a presença das duas fadas pelas crenças indígenas foram explicadas.

Ainda consoante os indígenas, as duas fadas eram uma da outra irmã.
Tudo estava na santa paz até que apareceu o deus Tupã
Deixando todos, eu disse todos, assustados e com o coração na mão.

Na mitologia tupi-guarani, Tupã é o deus maior
e os índios, além de respeito, sente por ele um grande temor,
pois esta divindade da mitologia brasileira é o deus do trovão.

CAPÍTULO CINCO – CONVERSANDO COM O TUPÃ

Criaturas mágicas oriundas do mundo do homem branco,
se vocês são seres de paz, podem ficar o tempo que quiser na minha terra.
Não sou de medir palavras, sou um deus bastante franco,
se vocês vieram fazer mal ao meu povo, desde já lhes declaro guerra.

Tamanho foi o susto que as fadas ficaram num tom branco
concomitantemente com o medo a voz delas emperra,
outra sensação delas é como se tivessem sido atingido no rosto por um pesado tamanco
por um excelente arremessador que jamais erra.

Dominando o seu medo a Fada da Luz se dirige ao deus maioral.
Deus Tupã, do mundo mágico que viemos só sabemos fazer o bem
nunca, jamais, nos foi ensinado praticar na vida qualquer mal.

Como criaturas mágicas, somos chamadas de fadas, somo de paz,
adeptas do amor, da harmonia, da fantasia e da felicidade;
ver o outro realizado consigo mesmo e em sintonia com o cosmo é que nos satisfaz.

CAPÍTULO SEIS – GARANTIAS DO DEUS TUPÃ

Deus Tupã, deixa-nos apresentar. Meu nome é Fada da Luz
e da minha querida amiga aqui é Fada Jady Luapompom...
A sua terra é lindíssima como eu sempre supus;
como diz os jovens de onde eu vim, ela é tudo de bom!

Pelas suas aparências físicas, ameaça a nós não se traduz.
Ouvi e guardei tudo aquilo que você disse em alto e bom tom,
dou permissão para ficarem aqui por tempo que acharem jus
e podem me chamar utilizando qualquer tipo de som.

Quaisquer seres vivos que estão nos meus domínios são protegidos meus,
não é à-toa que desse mundo aqui sou o supremo deus,
portanto podem ficar tranquilos aqui no Pindorama.

Deus Tupã se despede das duas fadas e desaparece,
os indígenas se ajoelham e dirigem a ele uma prece,
enquanto que as fadas sentem que ficaram livres de um grande drama.

CAPÍTULO SETE – ENQUANTO ISSO NO PORTAL...

Grilo falante! Grilo Falante! Ouça-me com muita atenção, por favor!
O que foi, Fada Azul? O que você tem de tão urgente para me dizer?
As fadas Da Luz e Jady Luapompom foram embora. A primeira disse que você é o causador
Uma vez que nenhum texto sequer para ela você quis escrever.

Dindinha Fada Azul, não acredito! Que coisa terrível! Que horror!
Você sabe que todos são iguais para mim. Não tenho essa de ninguém proteger
inclusive para a Fada Luz fiz um singelo soneto com muito amor.
Não fiz qualquer texto, fiz um soneto, poema que é o mais belo de todos para se fazer.

Não me esqueci dela não. A Fada da luz está mesmo é equivocada.
Ela até me apresentou uma amiga sua bem recatada
e em nós uma sólida amizade começou naturalmente a nascer.

Por tudo que falei, não posso ficar nesta estória como culpado,
sou inocente, Fada Azul! Juro por tudo que é mais sagrado!
Se a Fada da Luz está chateada comigo, é um sério problema que tenho a resolver.

CAPÍTULO OITO – FADA AZUL CONVERSA COM O DEUS TUPÃ

Fada Azul, aonde que as queridas fadas desertoras foram parar?
Pelo que a Fada da Luz me disse, elas foram para o planeta Terra e o país é o Brasil.
Nossa, que lonjura! Fazer o quê! Vou ter que ir lá! Você pode me acompanhar?
Claro que sim! Muito obrigada por me fazer o convite de forma tão gentil.

Nas matas brasileiras, os dois ficam encantados com a beleza do lugar.
Relâmpagos, estrondos fortíssimos, mas como se o céu está limpinho e na cor azul anil?
outra coisa que a Fada Azul e o Grilo Falante não saberão ainda como explicar
é de como de repente do nada um guerreiro indígena na frente deles veio aparecer.

Senhor índio, somos de paz. Eu me chamo Fada Azul e o meu amigo é o Grilo Falante.
Ah, não! De novo não! Mais uma entidade mágica dos caraíbas lá da terra distante...
O que está acontecendo com o mundo de vocês que estão vindo todos para o meu?

Quem não está entendendo nada somos nós! Como assim? O quê que há?
Que estória é esta de todos os habitantes do meu mundo virem para cá?
Tem quatro seres do meu mundo aqui, ou será que de alguém minha mente esqueceu?

CAPÍTULO NOVE – HORA DE LAVAR A ROUPA SUJA

Fada Jady Luapompom e Fada Azul, por gentileza, deixa-me com a fada da Luz a sós
Nada disso! Não tenho nada que falar com este Grilo Falante e vice-versa!
Fada da Luz, está havendo um grande mal entendido entre nós!
E ele só passará se nós tivermos uma ótima conversa.

Não temos o que conversar, Grilo! Umas das atitudes que conheço mais perversa
É o de desprezar alguém, não dando a ele sequer a vez e nem a voz
De participar do mundo no qual você está inserido, mal sabe que após
O tratamento recebido, machuca o outro, e a tristeza deste fica na mente submersa.

Você, Grilo Falante, escreveu belas estórias às fadas e até seres que nem é fada
E na hora que fui lê-las, cadê minha pessoinha? Nem fui sequer mencionada.
Com isto meu carinho por você está diminuindo assim gradativamente.

Pergunto para mim todos os dias: por que pelo Grilo Falante não sou amada,
Se tenho a plena certeza que para ele e para ninguém de mal não fiz nada?
Portanto não quero ficar mais tocando nesse assunto. É muito deprimente!

CAPÍTULO DEZ – COMO NASCE UM TEXTO

Fada da luz, esta confusão toda é por que você está com ciúme? É isso? Entendi direito?
Não me olhe assim, Grilo falante, como se eu fosse tola! Só constatei um fato!
Estou sendo bem sincero: Gosto de vocês e dos outros seres encantados do mesmo jeito!
Pelo que estou vendo terei que fazer a você um pequeno e esclarecedor relato.

Relato de quê, Grilo Falante? Lá vem você passar a lábia; este é o seu grande defeito!
Não fale assim, Fada de Luz!Ouça os meus argumentos e verá que estou sendo sensato.
Você por acaso sabe como um autor escreve o seu texto? Creio que não sabe pelo jeito!
Assim que lhe explicar vai riscar do seu coração a seguinte frase: O Grilo comigo é ingrato.

Escrever é um dom que uma pessoa recebe de um deus chamado de Febo ou Apolo.
Através de uma força iluminadora chamada no senso comum de inspiração,
o autor a recebe e assim pode escrever um texto com terceiros ou solo.

A inspiração, quando ela surge, praticamente nos entrega o texto pronto,
como fizera o arcanjo Gabriel ao ditar para o Maomé o sagrado corão.
O autor só terá o trabalho de materializar o texto no papel sem confronto.

CAPÍTULO ONZE – A PRODUÇÃO DE UM TEXTO

De onde vem a inspiração? Fique tranqüila que eu vou detalhadamente lhe explicar.
Deixa-me lembrar com exatidão desta encantadora e verdadeira estória.
As musas são deusas das artes e seguidoras de Apolo vieram depois se tornar.
Em quantidade de nove, elas são filhas do grande Zeus com a deusa Memória.

Até agora está tranqüilo? Está conseguindo o meu raciocínio acompanhar?
As musas nos concedem a graça de escrever sobre um determinado assunto para nossa glória.
A sensação que temos ao produzir um texto é que ele é um filho que acabamos de ganhar.
Ir contra a inspiração para escrever sobre o tema ou um personagem seria uma luta inglória.

Você não pode me culpar pelo que escrevo. Acho que lhe demonstrei que sou inocente.
Na verdade o autor parece um médium que recebe de um espírito um texto psicografado
sendo usado como um aparelho ou meio de trazer uma mensagem à terra do vivente.

Fada da Luz, você entendeu agora qual é a, na hora de escrever, minha real situação?
Peço-lhe, por favor, que tire do seu peito a minha falsa imagem de sujeito renegado
porque sem dúvida nenhuma não há preconceito ou desigualdade dentro do meu coração.


CAPÍTULO DOZE – RESOLVIDO O TAL ENTREVEIRO

Nossa! Pensei que o ato de escrever fosse complicado apenas para iniciante ou aventureiro!
Pensei que tivesse controle do que escreve, escrevesse o que quisesse, o que bem entendesse.
Jamais pensei que tivesse, na hora de escrever, o autor que se subordinar a um deus primeiro.
Pensei apenas que você não escreveu uma estória para mim por sua pura falta de interesse.

Gostaria, Grilo , que você não mais lembrasse que houve entre nós tal entreveiro
e que você me perdoasse de coração e com todo seu carinho me compreendesse.
A gente que é leiga acha que escrever é um dom e para quem escreve é algo corriqueiro.
Se soubesse dessa realidade sobre o mundo da escrita, jamais faria um julgamento desse.

Esqueça tudo isso que aconteceu, Fada da Luz. Vamos agradecer ao deus Tupã a acolhida
e retornar ao nosso aconchegante e querido Portal de Sonhos e Magia,
pois é lá que reside toda felicidade que há em nossa mágica vida.

Garanto-lhe, Fada da Luz, que você será personagem de uma estória por mim escrita,
Só não tem como lhe dizer quando isto acontecerá e marcar para você um dia;
Só posso lhe garantir que entre outras estórias que escrevi, a sua será também muito bonita.

O FILHO DA POETISA

ZOAÇÃO INFANTIL?!


Ei, menino, quantos anos você tem?
Tenho seis anos.
Conheço uma brincadeira legal...
Você me ensina, tio? Quero aprender!
Tá bom! Dê-me a sua mãozinha.
Vou começar.

Cadê o toucinho que estava aqui?
Não estava segurando nenhum toicinho, não!
Não é assim que responde, menino!
Você tem que responder que o gato comeu.
Mas tio, o gato não come toicinho não!
Gato come rato ou então ração para gato.
Isto é uma brincadeira menino!
Você tem que responder do jeito que estou falando.
Tá certo!

Cadê o toucinho que estava aqui?
O gato comeu.
Isto mesmo, menino! Respondeu certo!
Cadê o gato?
Ih, tio! Sei não! Deve está fugindo com medo de algum cachorro.
Não é assim que responde, menino!
Você tem que falar que foi pro mato.
Mas tio, gato não vai pro mato.
Quem vai pro mato é Maria Chiquinha.
Você, por acaso, não ouviu aquela música de Sandy e Junior...
“O que cê foi fazer no mato Maria Chiquinha
Eu fui no mato buscar lenha, Genaro meu bem...”
Você quer dar uma de engraçadinho, não é menino!
Não tio, não é isto não!
Tá bom! Quando eu perguntar “cadê o gato que estava aqui”
Você terá que falar que o gato foi pro mato.
Tá certo, tio!

Cadê o toucinho que estava aqui?
O gato comeu.
Cadê o gato?
Foi pro mato.
Isto mesmo, menino! Cadê o mato?
Meu pai capinou e colocou pro lixeiro levar.
Nada disso, menino! Você tem que responder que o fogo pegou...
Mas tio, se a gente botar o fogo no mato que o meu pai capinou,
A fumaça vai parar na casa dos vizinhos e eles pode achar ruim com nós.
Você e bobo em menino!
Se eu lhe perguntar “cadê o mato”
Você terá que responder que o fogo pegou.
Tá certo!



Cadê o toucinho que estava aqui?
Ahn... o gato comeu.
Cadê o gato?
Está fugindo... não! Foi pro mato.
Cadê o mato?
Meu pai Ca... não! A água apagou.
Cadê a água?
Eu estava com sede e bebi ela.
Não burrinho! A resposta correta é que o boi bebeu.
Você vai deixar de me dá água para dar pro boi, tio!
Nada disso toupeirinha! É apenas uma brincadeira!
Você terá que responder quando eu perguntar que o boi bebeu.
Tá certo!
Olha, já estou com vontade de parar! De não brincar mais!
Num faz isso, tio! Me ensina!
Tá bom! Vamos lá de novo...

Cadê o toucinho que estava aqui?
Gato comeu.
Cadê o gato?
Foi pro mato.
Cadê o mato?
O fogo pegou.
Cadê o fogo?
A água apagou.
Cadê a água?
O boi bebeu.
Cadê o boi?
Virou carne lá no açogue.
Ah, menino, parei!
Faz isso não tio. Eu não sei!
Ah, que saco!
Quando eu disser “cadê o boi”
Você terá que responder que está amassando trigo.
Mas tio, quem amassa os trigos hoje é as máquinas, meu pai falou.
De novo, menino! Reforço: isto é uma brincadeira.
Tá certo!
Vamos de novo.

Cadê o toucinho que estava aqui?
O gato comeu.
Cadê o gato?
Foi pro mato?
Cadê o mato?
Meu pai... não!
O fogo pegou
Legal, menino, é isto mesmo!
Vou continuar...
Cadê o fogo?
Tio, só pode estar no fogão ou no palito de fóscri.
Ô retardado! Não é esta resposta não!
Segundo, não é fóscri e sim fósforo!
Quando lhe perguntar “cadê o fogo”
Você terá que responder que a água apagou.
Tá certo!
Vamos de novo...

Cadê o toucinho que estava aqui?
Ahn... o gato comeu.
Cadê o gato?
Está fugindo... não! Foi pro mato.
Cadê o mato?
Meu pai Ca... não! A água apagou.
Cadê a água?
Eu estava com sede e bebi ela.
Não burrinho! A resposta correta é que o boi bebeu.
Você vai deixar de me dá água para dar pro boi, tio!
Nada disso toupeirinha! É apenas uma brincadeira!
Você terá que responder quando eu perguntar que o boi bebeu.
Tá certo!
Olha, já estou com vontade de parar! De não brincar mais!
Num faz isso, tio! Me ensina!
Tá bom! Vamos lá de novo...

Cadê o toucinho que estava aqui?
Gato comeu.
Cadê o gato?
Foi pro mato.
Cadê o mato?
O fogo pegou.
Cadê o fogo?
A água apagou.
Cadê a água?
O boi bebeu.
Cadê o boi?
Virou carne lá no açogue.
Ah, menino, parei!
Faz isso não tio. Eu não sei!
Ah, que saco!
Quando eu disser “cadê o boi”
Você terá que responder que está amassando trigo.
Mas tio, quem amassa os trigos hoje é as máquinas, meu pai falou.
De novo, menino! Reforço: isto é uma brincadeira.
Tá certo!
Vamos de novo.

Cadê o toucinho que estava aqui?
Já certei essa tio! Vamos direto no boi!
Tá bom! Cadê o boi?
Está amassando trigo.
Cadê o trigo?
Sei não, tio.
Você tem que responder que a galinha espalhou.
Que galinha, tio?
A galinha da brincadeira.
Tá certo!
Cadê a galinha?
Essa eu sei, tio. Foi botar ovo.
Ô menino inteligente! E cadê o ovo?
Ora tio, o ovo agora virou pintinho,
Só depois a gente vai saber se o pintinho vai virar galo ou galinha.
Pra mim chega, pirralho!
Você está “zoando” comigo!
Não é isto, tio. Se o ovo não virou pintinho, então está na porta da geladeira.
Cheeegaaa! Fui! Tchau, seu menino bobão!

O Filho da Poetisa

CHUVA DE DESENCANTO


CAPÍTULO UM – VAI CHOVER...

Fada das Águas! Vamos embora para a nossa casa,
está vindo uma imensa nuvem negra tomar conta do céu
e quando tomo qualquer chuvinha vem a gripe e me arrasa,
fazendo com que a minha saúde viva num verdadeiro escarcéu.

Tá bom! Tá bom! Vamos sim, minha querida amiga! Fada melada,
estou achando essa nuvem negra muito, mas muito esquisita!
O céu estava limpo, todo azul, com nuvens brancas e de repente surge do nada
uma gigantesca nuvem negra, se assenhora do firmamento e soberana nela transita.

Outra coisa bastante estranha em relação àquela grande nuvem negra
é que ela já surgiu assim, imensa, ocupando o céu do Portal por inteiro,
não seguindo em hipótese alguma por nós a tal conhecida regra

De surgir pequenina e depois juntar as companheiras na abóbada celeste
E aí sim preparando os seres vivos para receberem o aguaceiro
Todas as vezes que acontece no céu um fenômeno tão natural como este.

CAPÍTULO DOIS – UMA CHUVA DIFERENTE

Da nuvem negra desciam, pasmem, negros corações inteiraços,
Depois que eles saíam da nuvem relampejavam muito forte.
O relâmpago partia bem no meio o coração em dois pedaços
Como se fosse um açougueiro usando uma boa faca de corte.

Após cada relâmpago é que vinha da nuvem um trovão,
De novo sendo bem diferente da chuva convencional.
Os corações negros, partidos no meio, ao tocarem os seres vivos então
Faziam com que os mesmos trancafiassem o lado bom e libertassem o mau.

Ninguém do Portal sabia dessa consequência da chuva danosa,
Apenas que estavam diante de um acontecimento surreal
E por isto mesmo cada fadinha saía de sua casa muito curiosa.

O trovão não era um som estrondoso e forte e sim parecia um grito de dor
Saltado por alguém que tivera em seu peito cravado um afiado punhal,
Apavorando quem o ouvia, seja lá ele quem for.

CAPÍTULO TRÊS – AS CONSEQUÊNCIAS DA CHUVA

A Fada Arco-Íris teve as suas sete cores restritas à só uma: cinza.
A Fada Menina de sapeca e contente tornou-se infeliz e ranzinza.
A Fada Sol consubstanciou com a Fada Jady Luapompom virando eclipse lunar.
A Fada Azul tornou-se preta para que nenhuma energia positiva pudesse sair ou entrar.

A Fada Mão de Sol transformou-se em um dedinho de breu.
A fada Dourada virou Fada de Alumínio e se enferrujou.
A Fada Vermelha cujo significado da cor é a paixão que em nosso peito encerra
Continua com a sua cor vermelha, porém para representar o ódio e a guerra.


A Fada Dama Verde rapidamente ficou tão madura que apodreceu.
A Fada Rosa, coitadinha, perdeu a sua cor e com isto empalideceu.
A Fada Melada perdeu todo o seu doce, ficando com o sabor de puro fel.

A Fada das Águas virou vapor e pela nuvem negra acabou sendo absorvida
A Fada Primavera agora é outono para toda sua vida.
A Fada das Flores agora com as flores murchas não pode ser apetecida.

CAPÍTULO QUATRO – CONTINUAÇÃO DAS CONSEQUÊNCIAS...

A fada Cristal tornou-se um mero plástico transparente.
A Fada dos Sonhos virou um súcubo e agora assusta muita gente.
A Fada Ruiva perdeu todo o seu cabelo, passando a ter uma careca reluzente.
A Dona Carochinha transformou-se numa rebelde “aborrecente”.

A Fada Sonson não emite mais nenhum som e sem falar, que agonia!
Ficou ruim o nosso querido e feliz Portal dos Sonhos e Magia.
Agora é uma abertura de tudo que é medonho e cruel em nosso dia-a-dia.
Toda essa negativa inversão era a colossal nuvem negra que produzia.

Todos que eram tocados pelos corações negros e partidos
que desciam da nuvem negra ao chegarem aos alvos pretendidos,
perdiam todos os encantamentos que eles tinham adquiridos.

O ambiente ruim trazia mais negatividade a todos os moradores,
o clima agora ali podia ser resumido a todos os sentimentos de horrores
que todos traziam consigo. Eles só tinham direito de sentir dissabores.

CAPÍTULO CINCO – AINDA AS CONSEQUÊNCIAS...

A fada Cigana de Amor se transformou numa patricinha do tédio.
Até o Grilo Falante tentou evitar os corações negros, mas não teve jeito e nem remédio;
só que ele ficou tão deprimido que perdeu o conquistado assédio
de todos do Portal. No auge da depressão sentia uma vontade enorme de pular de um prédio.

As coisas lá para o lado do Portal estavam tão esquisitas
que ninguém foi para receber as duas novas visitas
que acabaram de chegar. Cadê as coisas bonitas
que estavam nas últimas vezes que passamos aqui? E as fadas benditas?

De onde veio a nuvem que chove corações negros e estes gritos para serem partidos?
Por que as coisas aqui no Portal estão fúnebres parecendo não fazerem sentidos?
Por que será que até agora por ninguém fomos educadamente recebidos?

Perguntas e mais perguntas, hein Gênio! O pior e o mais impressionante:
até agora uma viv’alma sequer nos informou onde mora a Lagarta que agora é Grilo Falante;
se estamos perto do tal inseto ou então quem sabe dele bem distante?

CAPÍTULO SEIS – A CORDIALIDADE DA TARTARUGA

Humano! Oh, Humano! Não posso sair da minha casa, pois se estes corações tocarem em mim
Ai! AI! AI! Não quero nem pensar! Acabarei virando em alguma coisa bastante ruim
Como aconteceram a todos os seres vivos que habitam esse ex-alegre lugar.
vocês dois... Abdala e o ex-Gênio Vingativo. Encolhem-se. Tenho muita coisa para lhes contar.

O Gênio acata o pedido da tartaruga. Os dois agora dentro do casco estão.
Gênio! Abdala! Faz dias que não sei o que é uma boa alimentação.
Estou enclausurado na minha própria casa. Ela é que me protege desses malditos corações.
Podem se livrar do escudo energético. Aqui vocês não são alvos da nuvem negra. Indagações?

Dona tartaruga, antes de entrarmos, avistamos a nuvem e os corações negros descendo
Simultaneamente gritos de dores nossos ouvidos foram recebendo,
Com isto nossos sentidos de proteção viram que algo de muito estranho estava acontecendo
Assim que pisamos neste lugar, o Gênio criou uma redoma que até agora vem nos protegendo.

Num estalar de dedos o Gênio deu a tartaruga toda comida que ela precisava
Para acabar com a fome que sem piedade nenhuma lhe atacava.
Além de uma boa quantidade de água fresca que a tartaruga necessitava.

Enquanto saciava os seus desejos vitais, a tartaruga ia contando tudo em pormenores.
Abdala e o Gênio ouviam tudo atentamente com caras de horrores.
Todos os presentes achavam que o Portal vive hoje os seus momentos piores.

CAPÍTULO SETE - NOVAMENTE O GRILO FALANTE E O GÊNIO

Num estalar de dedos os três personagens foram transportados à casa do Grilo Falante
que ao ver o Gênio Vingativo não teve reação nenhuma, de tão deprimido.
Apenas diz: acabe comigo e satisfaça todo o seu ódio por mim reprimido,
aí siga sua mesquinha feliz vida por ter conseguido algo que para você era tão importante.

Calmo Grilo! Esse Gênio que você conheceu não existe mais. Vim aqui para lhe agradecer
Por tudo de bom que você fez por mim. Deu-me a liberdade e o livre arbítrio para ser feliz;
No entanto nada mais justo do que o seu direito eu possa lhe devolver
De realizar os seus três desejos, Vamos a eles. Qual será o primeiro? Você sabe? Diz!

Tá bom! Vou fingir que credito! Diz o Grilo Falante ainda descrente:
O meu primeiro desejo é que você acabe de vez com esta minha terrível depressão.
Um novo estalar de dedos e a depressão do Grilo some num passe de mágica literalmente.

O Gênio não estava blefando! O Grilo Falante fica feliz completamente.
Posso , Gênio, fazer agora o meu segundo desejo então?!
Que esta horrível nuvem, esses corações malditos e histéricos gritos sumam imediatamente!

CAPÍTULO OITO – UM DESEJO DE BRINDE

Ao som de estalar de dedos o céu volta a ficar azul e as nuvens brancas como algodão.
Terceiro desejo é que todos do Portal voltem a ser o que era antes da maldita nuvem aparecer.
Ao fechar a boca, O Grilo sente uma infinita alegria apossar de todo o seu pequenino coração
os seres vivos do Portal estavam iguais ao Grilo, tão feliz que não sabiam o que dizer.

O Portal dos Sonhos e Magia voltara a ficar novamente lindo,
as cores se destacando na natureza, as águas cristalinas correndo no rio,
a bicharada e as fadas, todos, majestosamente sorrindo.
Como é gostoso ver o Portal livre de todo aquele diabólico mal e sombrio.

Gênio, realmente não sei como lhe agradecer o inesquecível bem que você hoje nos fez.
Que isto Grilo! “Chumbo trocado não dói”! A sala se torna uma risaiada só.
O Gênio agora se sente aliviado com sua consciência tranqüila por toda de uma vez.

Estou me sentindo tão bem que vou quebrar o protocolo e lhe conceder mais um pedido.
Não precisa, obrigado. Estou bastante satisfeito. Fui nos desejos muito bem atendido.Oh,
não faça cerimônia! Sinto que você tem um desejo que é de descobrir quem é o culpado.

CAPÍTULO NOVE – O CULPADO DE TODOS OS MALES

Todos ficam estarrecidos ao descobrir quem pelo todo mal causado é responsável.
Não acredito! Quem construiu a negra nuvem foi você, grande mago Merlin?!
Totalmente sem graça, o mago assume que fora o causador de toda aquela desgraça sim.
Apesar de ser um erro primário, vou justificar o que a princípio parece injustificável.

Estava fazendo uma nova porção do amor, uma vez que a minha estava acabando...
Para nós, grandes magos, isso é corriqueiro fazer, algo assim bem banal.
Sem óculos, deixei-o na cômoda do meu quarto, pedi ao meu aprendiz os ingredientes afinal,
Só que os ingredientes estavam com os prazos de validade vencidos. Eu não sabia quando

Misturei os ingredientes exigidos pela fórmula e estes provocaram uma grande explosão
que veio formar aquela nuvem negra de grande dimensão.
Como ventava muito naquele momento, os ventos a trouxeram para este lugar.

Insisto! Juro que não sabia que os ingredientes estavam vencidos, senão não os teria colocado.
Além de bastante experiente, sou um mago altamente conceituado
e não deixaria o meu respeitado nome no lixo ir parar.

CAPÍTULO DEZ – PEDIDO DE DESCULPAS

Estou aqui neste momento pedindo a todos os seres vivos do portal, desculpa.
Os transtornos por mim causados pela nuvem negra não foi intencional.
O erro foi do meu aprendiz, mas o erro faz parte da aprendizagem, portanto a culpa
Deve ser totalmente credenciado a mim. Confiei no meu aprendiz... falhei como profissional.

Se não tivesse dado cartaz ao comodismo, pegado os meus óculos e lido o prazo de validade,
Com certeza não usaria aqueles ingredientes com o prazo de validade expirado;
Usaria os ingredientes novos, lógico, portanto não aconteceria tal calamidade.
Chamo a responsabilidade. O material é meu. Se perdeu validade deveria por mim ser trocado.

Olha, não há nada que fazer aqui, o Gênio já fez o maravilhosamente meu serviço.
Só me resta agradecer ao Gênio pelo seu gesto solidário e ter resolvido isso.
Como pedido de desculpas, deixo pequeninos e coloridos unicórnios às fadas.

Esses animaizinhos são mágicos e serão delas como novos bichinhos de estimação.
Se precisarem de mim, podem me chamar, pois estarei de vocês sempre a disposição.
Vou-me embora. Não cometerei o mesmo erro. Deixarei minhas coisas mágicas organizadas.

O Filho da Poetisa

O SIR GRILO FALANTE


Grilo Falante não faz apologia ao medo
e nem tão pouco papel de marionete
como cavaleiro aprendeu desde cedo
usar bem a coragem, a ética e o florete.

Um cavaleiro não fica do lado do mal,
nem tão pouco ajuda-o disseminá-lo,
para o Grilo é um instinto bem natural
defender o mais fracos e ampará-lo.

Os deuses jamais praticam bruxarias,
aliás são combatem veemente a elas
utilizando as suas poderosas magias.

Eleição não é o mal, é sim democracia,
O eleito evita que quaisquer sequelas
Tragam de volta o egoísmo e a tirania.

O Filho da Poetisa

PROCURA-SE: FADA AZUL E FADA MENINA


CAPÍTULO UM – FADA AZUL E FADA MENINA SUMIRAM

Grilo Falante, oh, meu amigo Grilo Falante!
Venha até aqui rápido só por um instante!
Eu preciso de uma ajuda de sua amiga Diana!
A Fada Azul e Fada Menina ... já tem uma semana
que elas sumiram, se esconderam lá na floresta.
Como é que é Fada Arco-Íris? Que estória é esta?

Estou pedindo a ajuda à sua amiga deusa da caça
com medo que possa acontecer a elas alguma desgraça!
Você sabe me dizer o que as motivou tomar tal decisão?
Ah, grilo Falante, elas devem estar fugindo de uma punição!
Quem irá puni-las? Por quê? Não me esconda nada!
Grilo! Conto-lhe se tiver tempo, pois é uma estória bem complicada.

CAPÍTULO DOIS - O PRIMEIRO PORQUÊ DO SUMIÇO

Você sabe que a Fada menina é muito travessa,
porém nada agora lhe tira da dura cabeça
a ideia absurda e ridícula de ter um pai.
Já tentei de tudo, mas esta bizarrice de sua cabeça não sai.
Um dia gritei com ela: chega! Não fale mais desse assunto comigo!
Se você insistir ,vou colocá-la no seu quarto e de castigo!

Não sei de onde ela tirou esta grande loucura.
O pior é que a Fada Azul dá à Fada Menina cobertura...
Isto me deixa possessa! Para lhe honesta, deixa-me pê da vida,
daí acabo punindo as duas por estar muito enfurecida!
A primeira coloco de castigo por não ter nenhum juízo
e a segunda é punida por ter e não usá-lo no momento preciso.

CAPÍTULO TRÊS – O SEGUNDO PORQUÊ DO SUMIÇO

Insisto! Como se não bastasse a ideia bizarra da figura paterna,
a Fada Menina veio com a estória de ter uma paixão eterna
por um menino que é um diabo em forma de gente...
além do mais a fada menina é uma criança inocente;
saiu do cueiro outro dia mesmo, apesar de precoce...
a Fada Azul apóia o namoro dos dois como se natural fosse.

Se pra gente que é adulto o namoro é algo bem complicado,
quem dirá para duas crianças que num recém- passado
estavam ainda engatinhando pelo chão da casa inteira.
Para mim, a Fada Azul está me saindo uma bela alcoviteira.
Não tem cabimento consentir o namoro daqueles dois.
Meu anjinho não combinou com o do fedelho, não será agora e nem depois!

CAPÍTULO QUATRO – ESTÁ TUDO ERRADO!

Vamos por parte, como afirma um frio esquartejador...
Fada Arco-Íris, ouça-me com atenção, por favor!
Não posso chamar a deusa Diana para lhe ajudar,
a sua causa não é humanitária, nem universal e sim particular.
A gente tem o respeito de terceiro não imposto através do medo
E sim porque eles nos amam, é aí que está o grande segredo.

Quando a gente ama alguém, não queremos vê-lo triste.
O sofrimento dele (ser amado) é a dor mais dolorosa que existe.
Fazemos de tudo, o possível e o impossível, para ver o ente amado feliz,
inclusive internalizando e cumprindo tudo com carinho o que ele diz.
Abrimos mãos dos nossos desejos para realizar o sonho da pessoa amada,
fazemos isto com infinita alegria e o que é melhor: sem cobrar nada!

CAPÍTULO CINCO – NEM TUDO ESTÁ ERRADO

Quanto ao fato da Fada Menina ter um pai, contar-lhe-ei a verdade.
Não me esconda nada, Grilo! ... ela ainda não tem para isso maturidade...
se você usar de amor e sinceridade, ela aceitará o fato mesmo sem compreendê-lo,
caso você omita isto, o que é real mais tarde se transformará num grande pesadelo,
fazendo com que as depois venham sofrer muito recíproca e respectivamente.
Então para que jogar para o futuro um problema do nosso presente?

No que diz respeito à Fada Azul, pode ficar bastante tranquila,
ela está agindo corretamente. Se a fada Menina errar, ela está lá para corrigi-la,
mas não transmitindo medo e sim muito amor e muita confiança;
com isto a Fada Menina crescerá sem o temor de errar e com muita segurança.
Se errou, peça desculpa, e se for possível, conserte ou repare o seu erro
para mais tarde não ficar com a horrível cara de enterro.

CAPÍTULO SEIS – EXPLICAÇÃO À FADA ARCO-ÍRIS E AO LEITOR

De onde a Fada Menina tirou a ideia de ter pai, criatura?
Fácil de responder. Lembra quando ela teve comigo sua última aventura?
Lembro. Foi quando você, ela, a Fada Sol e a Fada Azul trouxeram uma cria humana
aqui ao nosso Portal. Correto! O nome da criança era lindo, Joanna,
e ela para entrar no Portal foi transformada numa joaninha...
Os humanos para nascerem precisam ter mãe e pai. Foi daí que a pequena fada danadinha...

Faço uma pequena pausa na estória, pois creio que o leiro deve estar furioso
comigo porque até agora só afirmei que as fadas nascem e aí bastante curioso
deve estar pensando: o autor desta estória vai explicar ou não
de como nascem as fadas? Calma pessoal! Darei sim uma explicação,
não vou dar a você o trabalho exaustivo de pesquisar,
portanto deixemos de blá-blá-blá e vamos ao próximo capítulo para clarear.

CAPÍTULO SETE – COMO NASCEM AS FADAS...

Vou explicar, mas eu não sou fada, apenas o Grilo Falante,
então vou contar a estória de como nasceu as fadas, consoante
O que li no livro de Peter pan, conhecida estória infantil,
portanto se for mentira, a culpa não é minha, viu!
Quando um bebê pela primeira vez na vida vai sorrir,
o sorriso dele em milhares de pedaços irá partir,

estes milhares de pedaços irão livremente se espalhar
e magicamente estes pedaços começarão do nada a saltar.
Quando a nossa curiosidade nos chama lá para ver,
milhares de lindas fadinhas acabaram de nascer.
Depois surge a fada Rhiannon e recolhe toda fadinha bebê,
leva para o mundo mágico, lá elas crescerão, para uma tomar conta de você.

CAPÍTULO OITO – ENCONTRANDO-SE COM A VERDADE

Pensando carinhosamente em tudo que o Grilo Falante lhe dissera
A fada Arco-Íris se sente uma terrível bruxa e se desespera.
Grilo, você tem toda razão! Estou com tanto remorso do que eu fiz.
Buááá! Eu não sou má! Tudo o que eu quero é que a Fada Menina cresça feliz!
Ah, meu pai! Quanto tempo eu venho sendo com a Fada Azul injusta...
Precisamos encontrá-las para eu pedir mil desculpas para me sentir justa!

Só que o senso de justiça não pode só no pedido de desculpas ficar,
você terá que modificar radicalmente a sua forma das duas tratar.
Deixa totalmente para trás a terrível ideia de punição
e busque com as duas ter mais diálogo e esforço de compreensão.
O namoro da Fada Menina é puro fogo de palha, acabará passando,
percebendo que a ama, o amor que sente pelo guri, a você estará voltando.

CAPÍTULO NOVE – ORAÇÃO AO DEUS HORUS

Vamos encontrar nossas amigas? Como, grilo, se eu não sei onde elas estão?
Bem, neste caso, para encontrá-las, repita comigo esta forte oração:
Poderoso deus Horus, deus mitológico egípcio do mundo dos vivos,
Dê-me uma visão de águia, uma visão de olhos super-ativos,
Pois tenho, para ser bem honesto, nesta hora exata,
duas grandes amigas que se encontram escondidas na mata.

Faça com que eu, deus poderoso e meu honroso amigo,
Encontre-as primeiro do que qualquer um temeroso perigo.
Na mesma hora, o Grilo Falante tem de toda floresta a real visão.
Fada Arco-Íris, ajude-me aqui, pois já tenho a localização.
Grilinho danado, depois fala que não tem poderes... vai eu acreditar...
Anda Grilinho, não demore! Diga-me onde é que é o tal lugar!

CAPÍTULO DEZ – ENCONTRANDO AS FUJONAS

A partir do meio da floresta, a três quilômetros da mesma, porém no sul,
lá nós vamos encontrar as duas fadas, próximas a uma árvore mágica azul.
Elas estão se divertindo, jogando uma emocionante partida de queimada.
As fadas não estão sozinhas, elas estão praticando esse esporte com a bicharada.
Num passe de mágica, as duas fadas fazem uma esquisita cara de terror.
Foi você, não é Grilo, que a trouxe aqui! Sua dinda não conhecia este seu lado traidor!

Calma, Fada Azul, não fale assim com o seu querido afilhado...
Você não tem a noção de como esta criaturinha nos tem ajudado...
Estou aqui não para puni-las e sim para levá-las alegremente à nossa casa;
você não sabe que depois da conversa com o Grilo, meu coração ficou em brasa,
agora para evitar que o remorso me queime , só há uma solução:
contar generosamente que as duas fadinhas me concedam o perdão.

CAPÍTULO ONZE – O AZUL DA BONANÇA

Fada Azul e a Fada Menina correm para abraçarem a amiga.
Minhas queridas amigas, vamos fazer um acordo aqui: nada de briga!
Quando uma de nós percebermos que vamos o rumo das brigas tomar,
Contaremos de um a três, chamaremos a que ofendida para conversar;
Assim procedendo não haverá castigo, não haverá medo, ninguém ficará magoada.
Desde jeito a nossa verdadeira amizade não ficará mais desgastada.


Grilo Falante,traga o livro com a estória ilustrada de Peter Pan até aqui, por favor!
O livro é colocado no colo da Fada- Menina. Não sabe ler, mas vê desenhos... Viu, meu amor!
Entendeu agora por que não temos pai? Faz parte da nossa natureza...
Já que é assim, tia, não quero mais saber de pai, com certeza!
Já que a senhola está boazinha hoje, quelo fazer outro pedido neste momento...
Já sei, pode namorar sim! Desde que o seu namoradinho me peça consentimento.

O Filho da Poetisa

PLEBISCITO


Estou ausente por motivos sérios
mas sempre atenta ao que acontece
mensageiros vieram correndo informar
da tal festa e o assunto que prevalece

Parece que chegou a hora da responsabilidade
estão querendo uma mudança importante
convoco todos a deixar um pouco a brincadeira
está em jogo a condição do nosso Grilo Falante

A verdade é que o nosso querido Portal
está carente e sofrendo sem um guardião
já estava preocupada com essa deficiência
sendo sempre cobrada pela Deusa Rhiannon

Nossa Guardiã da Magia está em outro lugar
largou o Portal foi cuidar de outros compromissos
tenho que admitir foi uma perda muito sentida
portanto vamos realizar logo esse comício

Lembro somente que não basta a querência do povo
é preciso saber do Conselho qual a melhor condição
pois tudo tem que ficar no lugar certinho sem erros
para agirmos com amor e muita dedicação

Confesso que não gostei muito da intromissão
poderíamos resolver tranquilamente essa questão
mas parece que a dúvida está por aqui reinante
que declaro logo aberta pelo Portal esta votação

Passo antes a palavra para o nosso Grilante
estou bem curiosa de saber sua vontade
somente assim poderemos analisar a proposta
realizar direitinho a votação ouvindo a comunidade

FADA ARCO-ÍRIS

DEUSES E FADAS


Os deuses são divinos
fazem história nunca é passado
Ser protegido por divindade
é feitiço que foi bem guardado

São sempre superiores
trazem a certeza do glorificado
não importa o valor da crença
está aí tudo bem contado

Fada é total magia
um sentimento de beleza
tomando conta da nossa alma
trazendo pra vida mais pureza

São sempre tão divinas
elementais que trazem prazer
não importa quantas vezes saudamos
queremos acreditar para o seu viver

Tudo é sempre encantamento
vem para bem perto na poesia
em cada letrinha em cada linha
unem-se os mundos em fantasia

SoninhaBB

VOLTA DO GRILO FALANTE


CAPÍTULO I - ACABOU

Abro os meus olhos, ainda que muito sonolento,
vou até à beira do rio lavar meu pequeno rosto.
Bom dia Grilo, eu ouvi de todos a todo momento
que cumprimentei. Como é assim tão sem gosto

essa brincadeira boba da bicharada aqui do Portal!
Será que eles não percebem que isso me faz sofrer?
Por que não falam, bom dia Lagarta, de um jeito natural
evitando que com eles eu venha ainda me aborrecer?

Chego à beira do rio. Ao ver na água do mesmo meu reflexo,
vejo que... é verdade!Não há razão de manter o complexo
porque felizmente o cruel castigo que me fora imposto acabou!

Corro desembestado para olhar a flor,o cravo de defunto,
encontro-o seco, morto. A sua morte também levou junto
toda a maldade de quando era bruxa este cravo disseminou.

CAPÍTULO II - O GRILO FALANTE VOLTOU...

Percebendo que o encantamento de Afrodite chegara ao fim,
choro de tanta felicidade e um choro bastante compulsivo,
que todos que se aproximaram ternamente de mim
insistiram para eu parar de chorar, pois agora não há mais motivo.

No lugar do choro deveria dar evasão ao canto, ao sorriso e a alegria
por deixar de ser lagarta. Agora novamente o Grilo Falante eu sou.
Para me dar o bom exemplo, os animais todos cantam em harmonia:
Ô Grilo falante voltou! Grilo falante voltou! Grilo Falante voltou...

No embalo da turma, a tal musiquinha vou alegremente cantando,
cada vez que a frase "o Grilo Fante voltou" minha voz vai pronunciando
chega ao meu ouvido não como canção e sim meu lindo hino de louvor.

Por mais que eu a cante, dessa musica não fico nem um pouco enjoado
e todos que a ouvem pela minha voz vem ser gentilmente incorporado
ao grande coral que se transformou a bicharada neste gesto de amor.

CAPÍTULO III - UMA FESTA IMPROVISADA

Entendendo que o Portal transformou-se numa gigantesca algazarra,
as fadinhas vão se aproximando curiosas em busca de explicação.
Quando elas se aproximam do epicentro de toda aquela imensa farra,
não só concordam com a bagunça e cantam feliz a repetida canção.

O Grilo Falante estava que só sorrisos, exalando a mais pura felicidade,
o seu corpinho estava pequeno para o tamanho do seu feliz coração,
deliciando-se a cada minuto por estar de volta a sua real realidade,
não aquela que vivera num corpo de um inseto que causa repugnação.

Aquela festa mesmo que desorganizada era uma verdeira demonstração
de como ele era uma criatura amada, por todos do Portal, de montão,
deixando-o com verdadeiro aspecto de um ser em pleno e encantado.

Cada fadinha abraçou o Grilo Falante, sentindo-se bastante aliviadas.
Tudo agora voltara a normalidade no maravilhoso mundo das fadas.
As estórias da lagarta Falante a partir de hoje fazem parte do passado.

CAPÍTULO IV - OUTRA FESTA... PORÉM ORGANIZADA .

Gente! Ouvi-me aqui, por favor! somente por alguns minutinhos.
Tá lindo, confesso! Só que não acham que podia ser mais organizado?!
Grilo Falante! A Fada Menina até lhe ensinou alguns passinhos...
Agora e o momento ideal de você mostrar como foi o aprendizado.

Pessoal, a fada Azul tem razão! Vamos fazer uma festa de arromba,
afinal o nosso amigo "Grilarta", ou melhor dizendo "Grilante", merece.
Isto Fada Arco-Íris! Zomba do seu amigo aqui todo feliz, zomba!
Nada do que acontecer comigo de ruim hoje, minha intenção carece.

Quer dizer seu Grilo falante que eu sou uma coisa ruim para você...
Perdão, Fada Arco-Íris, expressei-me mal! Não me interprete assim!
Queria só ouvir você me retrucar... estava disto com muita saudade,
afinal de contas essa estória da festa, vou ser honesto: A-DO-REI!
Principalmente porque todos aqui sabem o quanto que eu custei
aceitar viver num corpo de um outro com o qual não tinha identidade.

CAPÍTULO V - "POR FORA BELA VIOLA, POR DENTRO..."

Uma festa organizada começa pela seleção dos seus convidados.
Todos os entes queridos das Fadas e do Grilo receberam o convite,
mas o que deixou os habitantes do Portal bastante contrariados
é que na lista do Grilo constava o nome da maldita deusa Afrodite.

Grilo Falante! A festa é sua! Você convida quem quiser!
Na minha opinião você está bancando o retardado mental...
Como pode chamar à sua festa aquela deusinha qualquer,
responsável por tudo de ruim que lhe acontecera afinal?

Deusa da beleza, sei! "por fora bela viola, por dentro pão bolorento"!
Descontar a ira sobre alguém mais fraco, isto sim é que é nojento!
Deusa do amor! Que amor é este que vira num átimo um ódio mortal?

O amor é um sentimento nobre e não em algo assim tão rancoroso,
é compreensivo, parceiro, encantador, recíproco e muito respeitoso,
não alguma coisa que cause a pessoa amada um grande mal.

CAPÍTULO VI - O RACIONAL GRILO FALANTE

Fada Cigana do Amor, segundo a riquíssima mitologia greco-romana
sabe qual a diferença entre os grandes deuses e os seres mortais?
Vou lhe dar uma prova que a minha racionalidade não me engana!
Os mortais morrem e não tem poderes, eles os têm e são imortais.

Os deuses trazem consigo todos sentimentos que qualquer ser vivo:
ódio, amor, orgulho, vingança, compaixão, alegria, raiva e até ciúme.
Todo ser vivo age assim: quem nos dá prazer, tratamo-nos super-bem;
quem nos causa desprazer merece ser destruído ou um monte de estrume.

Garanto-lhe! Ninguém mesmo aprovou a atitude da deusa da beleza...
se eu agir com estupidez e ódio me igualarei a ela, com certeza,
e assim sendo, não há o porquê de todos ficarem a meu favor!
Olhando por este ângulo, dou-lhe agora a razão, Grilo Falante,
e sendo ela sem "desconfiômetro" e completamente arrogante,
é certo que virá à festa com o nariz empinado e arzinho de superior.

CAPÍTULO VII - A REUNIÃO DOS DEUSES

Festa organizada. Comes e bebes prontos. O dia tão desejado chegou!
Todos que foram convidados compareceram, sem nenhuma exceção.
No Portal dos Sonhos e Magia a festa do Grilo Falante iniciou.
O inseto recebeu todos um por um como manda um bom anfitrião.

Durante a boa e animada festa uma coisa chamou de muitos atenção
e atiçou uma curiosidade incrível que precisava também ser saciada.
Todos os deuses se reuniram num canto, parecendo-se em reunião
onde uma decisão séria e importante estava sendo ali tomada.

Estava havendo uma reunião mesmo ou era um mal entendido?
Caso fosse uma reunião, o que realmente esta sendo decidido?
A decisão seria prejudicial a todos ou seria favorável?

Aquilo que parecia uma reunião depois de algumas horas foi encerrada.
De repente a música que tocava muito alto na festa foi encerrada
e no Portal dos Sonhos e magia se fez um silêncio inenarrável.

CAPÍTULO VIII - O COMUNICADO DOS DEUSES

A escolhida para ser o porta-voz dos deuses foi a deusa Afrodite.
Quem não era deus sentiu um terrível e forte frio na espinha
e sobre eles era uníssono o seguinte e fadítico palpite:
prepara-se que um chumbo bem grosso sobre nós vinha.

A festa está boa. Lamentamos interrompê-la por um instante,
mas é que temos um comunicado urgente a lhes fazer.
Fizemos uma reunião ali num cantinho de emergência e importante
e o que ficou decidido entre nós, vocês agora irão saber.

Grilo Falante! Temos uma proposta nova a lhe fazer
e não vamos impor nada, será você é quem irá escolher;
a sua escolha sobre ela todos nós aqui assinamos.

Você pode continuar sendo o nosso amado Grilo falante,
ou será do mundo das fadas um mago de agora em diante,
ou o sacerdote do deuses. O que você tem a falar? Ouçamos!

APÍTULO IX - UM POUCO DE ESCLARECIMENTO

O que eu ganho ou perco continuando a ser o Grilo Falante?
O que eu ganho ou perco sendo o mago do mundo das fadas?
A mesma pergunta serve caso seja o sacerdote dos deuses? É interessante
saber os pontos negativos e positivos das opções que me foram dadas.

Sendo Grilo falante, a sua atual situação você a mantém,
entrando numa enrascada maior terá que nos pedir uma mãozinha.
Você disse a outros, e acredita nisso, que magia não tem.
E a capacidade de escrever qualquer tipo de texto, refletir e argumentar?

Sendo mago das fadas, você deixará de ser um cavaleiro errante
porque terá que fixar sua residência aqui, entendeu Grilo falante!
Você será um dos guardião e o protetor desta linda terra encantada.

Não poderá usar seus poderes como arma de vingança ou para o mal.
Você só poderá usá-lo para o bem e proteger este encantador Portal,
para qualquer outra situação a sua magia será totalmente inutilizada.

CAPÍTULO X - UM PLEBISCITO

Sendo sacerdote dos deuses, você será o mediador entre nós e um mortal,
terá também poderes e caso queira pode aqui continuar morando,
só que constantemente você será obrigado a sair deste Portal
porque sempre para algum de nós, deuses, há um ser vivo orando.

Caso tenha uma outra opção melhor a fazer, agora é o momento,
pode rasgar o verbo conosco, não precisa ficar acanhado.
Amados deuses, o assunto é muito complexo. O que dizer sem discernimento?
Preciso de um tempo maior para refletir. Terei todo esse tempo por vocês dado?

Grilo Falante, já que para você está difícil de tomar a decisão sozinho,
traga essa decisão para o coletivo! Indicamos a você este caminho.
Divida esta responsabilidade com seus amigos. A ideia não é coerente?

Claro que sim! Como poderemos concretizar essa ótima ideia então?
Colocaremos as três opções numa cédula e realizaremos uma eleição.
Concordo sim! Aí Afrodite dá o seguinte veridito:pessoal, toque a festa em frente!

O Filho da Poetisa