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O ASTRO

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APOLINÁRIA, A BORBOLETA AMANTE

APOLINÁRIA, A BORBOLETA AMANTE

Não, não vou sair daqui...

Não, não vou sair daqui...

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quinta-feira, 28 de junho de 2012

FOGUEIRA DE SÃO JOÃO



Durante a festa de São João
Que acontecia lá numa roça
contudo por minha distração
Acabei sendo alvo de troça.

Eu calculei meu pulo errado
Caí sentado numa fogueira
Receoso de haver queimado
Bem fundilho, saí em carreira


Caçando água desembestado
Pra não ter o bumbum tostado
Muito nessa fatídica brincadeira.

Primeiro rio que foi encontrado
Por mim atirei-me com ar aliviado
Naquela imensa e natural banheira.

Depois sentir o perigo eliminado
Voltei com meu espírito preparado
Á gozação que terei à noite inteira.

O FILHO DA POETISA

AULA DE MÚSICA


Meu amigo, o que você quer comigo? Pode falar?
Sabe, querido amigo, gostaria de aprender tocar violão...
Ah, se não for importuná-lo, queria aprender a cantar.
Claro, ensinar-lhe essas duas coisas será para mim uma satisfação.

Não vamos perder tempo. Vamos já com dó.
Que isso, amigo! Por que você está com dó de mim?
Acha que não vou aprender? Que sou um bocó?
Ou o seu dó é para me dizer que não está a fim?

Nada disso, meu amigo! Você está equivocado!
Dó é o nome da nota musical que vamos aprender!
Ah! Tá certo! Esta nota dó equivale a quanto no real?
Nada disso meu amigo! Preste atenção na hora de responder.

Nota é o elemento mínimo do som que na música é produzido.
Agora altura desta como foi originado recebe o nome de tom.
Quando disse vamos já para o dó, deixo aqui esclarecido
Que é o nome da altura que vamos atingir desse som.

Entendi! Sabe, há uma música que adoraria cantar e tocar... sabe qual é?
É de um conjunto chamado Biquini Cavadão. O nome dela é Tédio...
Conheço bem essa música! Vou cantá-la. Me dá um ré.
Que isso, amigo! Eu não sou carro para ter marcha ré? Não há remédio...

Quando penso você está entendo, me vem com uma pergunta dessa, amigo!
Ré é o nome de outra nota musical. Essa pergunta me deu vontade de pular do prédio,
Olha que estamos no oitavo andar... Calma! Não faça isso! Tenha paciência comigo!
Você me pediu um ré. Vai querer um ré maior, re menor ou ré médio?

Amigo, você está me dando muita dor de cabeça. Vai querer um remédio?
Em termos de música só existe ré maior e ré menor. Aproveite me traga um calmante aí!
Novamente perdão pela minha ignorância musical, só sairei dela pelo seu intermédio.
Vamos lá! O tom ré está baixo. Aumente um tom. Vá para mi...

Meu amigo, me desculpe! Você acaba de cometer um erro de português.
Você deveria dizer corretamente : aumente um tom, vá, para mim!...
Paciência tem limite! Acho que vou jogar a toalha de uma vez...
Não faça isso, lhe imploro! Ensina música para esse burro que se alimenta de capim!

Tá bom! Tá bom! Vou tentar novamente em nome da nossa amizade!
Amigão! Sei que pra está difícil, mas saiba que estou me esforçando pra daná!
Não posso negar o seu esforço! Voltemos a nossa musical realidade!
Me diga com convicção o que é fá?

Fá é a redução de nomes que começam com esta sílaba como Fátima, Fabiana,
Fabrício e por aí vai. Quem fala e/ou escreve assim são as mulheres. Acertei?!
Ó meu pai, eu mereço! De onde rapaz você tirou uma resposta tão profana!
Se eu lhe perguntar sobre sol você me dirá que é uma estrela! E não é? É isso que eu sei!

Vou lhe decepcionar, visto que lá, na música, não é um advérbio que dá ideia de lugar,
E que si, na música, não é um pronome oblíquo ou um conectivo que indica condição.
Para não perdê-lo como amigo, vou encerrar a aula de música; mas vou lhe indicar
Uns livro pra ler. Na próxima aula você me dará respostas inteligentes para essa arguição.

O FILHO DA POETISA

quinta-feira, 7 de junho de 2012

ESSA CAUDA É MINHA?!


Por que o cachorro cheira o rabo um do outro?
Alguém sabe explicar?
Não sou contador de estórias e sim poeta,

mas tentarei se você não importar...

Antes de o homem habitar a terra,
houve uma festança de arromba no céu.
Os convidados para esta celebração seriam
os nossos melhores amigos: os caninos.
Todos os cachorros aceitarem o convite e
foram animados à festa em trajes finos.
O lugar ficou cheio. Para se ter uma ideia real,
não cabia nem uma folha de papel.

São Pedro com medo de que houvesse confusão, pois toda hora o rabo esbarrava num,
Pediu que cada cachorro tirasse o rabo e o coloca-se no cabideiro que havia ali num canto;
Assim todos poderiam dançar. Um não incomodaria o outro, nem o outro incomodaria um,
Já que sobraria muito espaço, contudo a festa cumpriria o desejo de ser um evento e tanto.

Auauauauauau, disse um cachorro para o outro. Traduzindo: o negócio aqui está muito bom!
Os comes e bebes estavam divinos. As cadelas eram cada uma mais bonita que a outra, porém
Os cachorros estavam achando a música baixa. Resolveram pô- la no último volume do som.
São Pedro apavorado pediu pra abaixarem a música. Ela estava tão alta, tão alta, que ninguém

Conseguia ouvir o santo. Só desligaram o som da música quando ouviram um terrível trovão.
Aproveitando o silêncio, São Pedro grita novamente ainda mais aterrorizado: Cachorrada!
Acabamos de acordar o Papai do Céu! Acabou a festa! Não percam tempo! Vão embora, Vão!
O Senhor não pode encontrar vocês aqui e nem tão pouco saber que uma festa fora realizada

Aqui. Assombrado com a notícia, os cães foram ao cabideiro e com as patas pegaram o rabo.
Todavia nem tiveram tempo de reparem se a cauda que estavam pegando era mesma deles
Ou de terceiros. Os animais caninos queriam era sair dali. Um Deus irado é pior do que diabo.
Eles correriam riscos de serem atirados ao inferno e sentir o tridente do demo em suas peles.

Nesse dia e hora, quem olhasse para o céu pensaria que estava chovendo cão de toda raça.
Por que São Pedro não cancelou a festa, já que o Pai eterno tava dormindo profundamente?
Ou então antes de começar a festa, justificar o porquê da música baixa, a fim de que desgraça
Alguma caísse sobre nós, trocando o nosso sentimento duma hora pra outra tão rapidamente.

A partir desse acontecimento, todos os cachorros quando se encontram, em qualquer lugar,
Ficam cheirando o rabo do outro para certificarem se não aconteceu mesmo nenhuma troca
Oriunda daquele fatídico dia. Se as nossas caudas foram trocadas, vamos de fato destrocar,
Uma vez que ninguém quererá a cauda do outro, pois agir como ser egoísta muito nos choca.
O FILHO DA POETISA