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O ASTRO

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APOLINÁRIA, A BORBOLETA AMANTE

APOLINÁRIA, A BORBOLETA AMANTE

Não, não vou sair daqui...

Não, não vou sair daqui...

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quinta-feira, 22 de março de 2012

UM PEDIDO DE NATAL

Papai do céu! Já estou velho, de mim tenha dó!
O que está escrito é desrespeito, puro desatino...
Numa cartinha de natal um “bendito” menino
Pede-me papel higiênico para limpar o fiofó.

Esse pentelho deve achar que sou um bocó!
Ele não passa de mal-educado, um libertino...
Porei um livro de boas maneiras no meu trenó,
Será o meu presente a esse pivete que destino.

Quer saber?! Não ficarei com essa raiva no meu peito;
Vou tirar satisfação com esse garoto e exigir respeito
E nem me responsabilizo caso ele venha ser insolente

Ao aparecer para o garoto o encontra atrás da moita
Apesar do natal, Vivendo aquela situação bem afoita
Por ter comido maionese vencida num cachorro-quente.

O FILHO DA POETISA

O BOM VELHINHO



Buáááááááááááááá buáááááááááááááá!
Menino, posso saber o quê que há?
Qual o motivo que você está chorando?
Estou assim porque o natal está chegando.
Não estou entendendo? Ficam contentes
Todos nessa data. ... eh! Só que quem ficará sem presentes
Sou eu, inclusive já perdi até a esperança
Porque neste ano não fui uma boa criança...

Meu pai já me prometeu uma boa sova.
Não chamei os meus avôs de Vó e Vô e sim de pés na cova.
Minha mãe já nem tem mais paciência comigo,
Só d’eu abrir a boca, já vai me colocando de castigo.
Se benze toda ao ouvir meu nome a chata da vizinha
E diz prá todo mundo que não sou garoto e sim capetinha.
Posei sempre de vítima diante do meu irmão mais velho
Só pros meus pais lhe darem bronca e de tanta raiva ficar vermelho.
Estive sempre cutucando a minha irmã caçula
Deixando a maninha constantemente fula.
Lá em casa os bichinhos de estimação
Devem me considerar uma terrível assombração,
Pois eles se escondem, não sei aonde, ao me verem
E é só sentir a minha ausência para eles aparecerem.

Estou triste porque já sei dessa estória o final:
Ficarei sem nenhum presente de natal.
Já chorei que tinha de chorar. Lagrimas já nem tenho mais...
Enquanto eu peço ao senhor desculpas por alugar os seus ouvidos
E com certeza falar um monte de bobagens sem sentidos
Agradeço também ao senhor por ter me dado atenção e carinho
Apesar da idade, o senhor até que é um bom velhinho...

Uma coisa que gostei na sua fala ; é que você usou os verbos no passado
Isso quer disser que o presente, assim como o futuro, pode ser mudado
Portanto vou lhe dar um grande voto de confiança
Se você me prometer de agora em diante que será uma boa criança
Garanto-lhe que você não ficará nesse natal sem o presente seu
Sem querer você acertou: sou o Bom Velhinho, também chamado de Papai Noel.


O FILHO DA POETISA

A “BELA” ADORMECIDA

Pensara que havia casado com uma princesa encantada,
No mínimo com uma beldade de cinema;
Certa noite ao acordar de madrugada,
Percebi o teor do meu dilema.

Aquela que até esse momento considerei bela
Um ser humano fonte de toda formosura
Na verdade era banguela e ao dormir colocava num copo a dentadura.
Você precisa ver que coisa mais deprimente
Em plena madrugada ver um copo rindo pra gente.

O lindo cabelo louro que lhe batia à nuca,
Levei o maior susto ao vê-la pendurada na cabeceira da cama
Eram cabelos naturais sim, mas não os dela; era uma peruca.
O cabelo da minha amada era curtíssimo mais parecia uma escama.
É isso mesmo que você ouviu! O cabelo dela é igual escama de peixe
Nada entra no surequinho dela a não ser luz em forma de feixe.

Os olhos lindos da princesa, verdes iguais aos olhos de um gato
Que me deixava por ela totalmente fascinado
Na verdade eram belos efeitos de um par de lentes de contato
Agora eles estavam ali, jogadas num pequeno criado-mudo,
Observando-me com aquele olhar de que viu tudo.

O bumbum empinado e peitos durinhos tudo fruto de roupas para deixar um corpo escultural,
Livres de tais prisões as gordurinhas e muxibas agora respiram com total liberdade.
Meu Pai do Céu! Parece que estou num mundo sobrenatural!
Apesar dos meus olhos verem a mais pura e horrenda realidade
Se eu estivesse de olhos fechados juraria que estava sofrendo um terrível pesadelo,
Como estava de olhos abertos, consciente, presenciando tal cena de arrepiar qualquer cabelo...

Nuvens pareciam trovejar em meu quarto. Era o ronco dela, havia assim reconhecido.
Cutuco-a, faz-se um silêncio. De repente escuto um forte estampido
Acompanhado de um cheiro fétido incomum
Não é que mesmo nos braços do Morfeu, o ser adormecido
Havia soltado um encarniçado e impregnado pum!
Às minhas narinas chegam esses gases que parecem ser letais
E por alguns minutos, quiçá horas, tiraram-me do mundo dos mortais.

Depois que voltei a mim fiquei assustado pra chuchu
Aquela que me amava beijou-me com um hálito podre e cru
Deixei de ser um príncipe e sai voando, porque em vez de sapo, acabei virando urubu.

O FILHO DA POETISA


E A CHUVA LEVOU

Quando o carteiro chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Deixou um cartão natalino
Na minha caixa postal
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
As águas da chuva não fariam
As letrinhas do cartão à caneta
Partirem sem me dizer tchau.

O FILHO DA POETISA

P.S.: Paródia de um poema de Oswald de Andrade

ANIVERSÁRIO DA FADA PRIMAVERA


Fada Primavera
Comemora mais uma primavera
Na estação do verão, não de primavera.

Ela passa ter na idade mais um ano,
Junto com o início de um novo ano.
Feliz ano novo! Feliz por mais uma primavera.

O FILHO DA POETISA

SONETO SHAKESPEARIANO DOS REIS MAGOS


Incansáveis viajantes aonde vão com esta alegria? Vamos visitar um bebê. Ele que será rei dos judeus. Tal criança não é um mortal e sim um menino-deus, Para chegar até ele basta seguir aquela estrela guia. 


Desculpe-nos caríssimo poeta, deixa-nos apresentar melhor. 
Sou o mais novo dos três. Tenho vinte anos, chamo-me Gaspar 
De barbas e cabelo brancos, setenta anos, meu nome é Melquior 
Sou mouro, quarenta anos, barbas cerradas, minha graça é Baltasar. 


 Estamos levando para o Infante: ouro, mirra e incenso. 
Levamos para Ele ouro por se tratar de um ser da realeza; 
Mirra representa o seu poder sobre a morte será imenso 
E incenso por mostrar sua espiritualidade com toda grandeza. 


 O rei Herodes nos disse que também queria vir adorar a Divina Criança 
Mas não diremos onde ela está, pois o mesmo não nos inspirou confiança. 


 O FILHO DA POETISA

OS TRÊS REIS MAGOS

Mãe, o assunto hoje na catequese foi sobre os reis magoados 
Que foram visitar Jesus Cristo quando o papai do céu nasceu. 
Rárárárá! Vocês crianças possuem uns dizeres engraçados... 
Do que está rindo? Refri não é refrigerante? Mago então é magoado, entendeu?! 


 Sem madrinha, os três reis magos foram padrinhos de Jesus Cristo. 
Sabe por quê? Eles estavam levando presente para o Menino-Deus; 
Dois lá, os mais novos eram pães-duros que só vendo. A senhora já viu isto? 
Levar incenso e mirra para um recém-nascido!Que unha de fome, ó céus! 


 O mais velhinho deles levou ouro para Deus. Esse, sim, foi de todos o mais sensato. 
A bíblia não fala, mas acredito que sendo rico e vendo que o neném nasceu na pobreza; 
Então ele resolveu levar um pouco de ouro para que os pais da criança pudessem de fato 
Dar ao Menino-Deus uma vida decente, sem ter que passar por necessidade, com certeza. 


 Se eu fosse Maria ou até mesmo Jesus, expulsava “os dois unhas de fome” do local: 
O rapaz mago que levou incenso e o mago quarentão que levou mirra (tipo de mato). 
Se não queriam mesmo dar presente para Jesus Cristo que não fossem visitá-lo afinal, 
A não ser que foram lá tirar sarro com a virgem Maria e/ou São José; isto é desacato! 


 Pelo menos o rei Herodes foi mais verdadeiro. 
Não gostava nada de Jesus assumidamente. 
Mandou matá-lo. Não sabendo como Ele era, mandou matar crianças de zero até dois anos. 
O triste dessa história é que morreu muita criancinha( em Jerusalém daquela época) inocente. 
Baltazar e Gaspar fingindo gostar de Jesus Cristo, deram ao Nosso Senhor presentes insanos. 


 Próximo natal, na hora de montar o nosso presépio, vou colocar nele só o velhinho Melquior. 
A ira é tanta que os outros dois “vão pegar o boi” se não quebrá-los com o martelo do papai. 
Rárárárá! Você, meu filho, já falou besteira demais hoje. 
Escuta sua mãe agora. Acho melhor Você ir tomar banho. 
Não demore muito no chuveiro porque daqui um pouquinho a janta sai. 


 O FILHO DA POETISA

DIETA ANFÍBIA

Em boca fechada não entra mosca. 
Opa! Quem lhe disse tal verdade? 
Croac-croac 


Foi aquele sapo gorducho ali 
Que o veterinário o colocou 
Numa rigorosíssima dieta. 
Croac- croac 


Não acredito! Só me beliscando! 
Passei perto daquele sapo gordo 
Olhou-me com cara de piedade 
E repetiu várias vezes concentrado 
o que fora música pras minhas antenas: 
Em boca fechada não entra mosca. 
Tentei-o várias vezes voando perto dele 
Cada vez mais o tal sapo gorducho repetia: 
Em boca fechada não entra mosca. 


Bzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz 
Ó meu Pai! Obrigado! Só o Senhor mesmo 
Para me proporcionar tal felicidade! 
Como dizem que o seguro morreu de velho 
O Papai do Céu pode ido ajudar outrem 
E me deixar aqui na mão de calango 
Portanto vou picar a mula já-já... Bzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz 


 O FILHO DA POETISA

DONA TIRIRICA

Dona Tiririca enfia o dedo na titica... 
Pode parar! Pode parar! Pode parar! 
Será que com vergonha você não fica 
Em querer de uma senhora aproveitar?! 


 Ela é idosa, simplória, sozinha no mundo 
Nem se quer um parente para defendê-la; 
Surge assim do nada um malvado vagabundo 
Para abusar dessa inocente velha sem tutela. 


 Livra-se desse coração de pedra, jovem rapaz, 
Trate os idosos, não só dona Tiririca, com cortesia Porque se Deus não mandar o contrário você será um dia  


Velhinho e livrar-se de qualquer mal sozinho não será capaz. 
Agora que minha ficha caiu. O senhor está coberto de razão! 
Pra corrigir minha falha só dando à dona Tiririca minha proteção. 


 O FILHO DA POETISA

SÃO BRÁS


Cof-cof-cof-cof 
Se for pouco, manda mais, São Brás 
Ah, é assim! Não gosto de mim galhofe. 
Você vai ver seu engraçadinho! Zás! 

 Ai, meu Pai! Aumentou a irritação 
Ainda mais da minha garganta irritada! 
São Brás, por gentileza! Dê-me uma mão 
Não zombei, fiz uma brincadeira, mais nada. 

 Se o senhor ficou chateado, peço -lhe perdão 
Não queria jamais lhe causar nenhum mal 
Desculpa aceita já que pediu com educação. 
Que do pentelho suma toda irritação 
e garganta do mesmo volte ao normal. 

 O FILHO DA POETISA

ALIMENTAÇÃO DIFÍCIL


Ando com os pés na cabeça. 
Quando estou a me alimentar, 
Vem uma mãozinha depressa 
Para coçar... coçar... coçar... 

 Acho pura falta de educação. 
Infelizmente não tem jeito. 
Na hora sagrada da refeição 
Não posso alimentar direito 

 O que fazer? É a minha triste sina, 
Livrar-me daquela mão assassina 
Que insiste tanto em me pegar. 

Eu não sou bobo não!  Fico de olho 
no meu algoz, o dedo mata-piolho, 
que deseja sem dó comigo acabar. 

 O FILHO DA POETISA

ESPOSA CIUMENTA


O grilo anda grilado 
Porque a dona “grila” 
Sua esposa, putzgrila! 
Tem-no provocado. 

 O motivo é passional 
Só pura desconfiança 
a “grila” não achou legal 
ouvir uma voz mansa 

 e bem feminina no celular 
do seu “safado” marido. 
Com quem gostaria de falar? 

 Se o celular é do seu marido, 
obvio,com seu esposo! Vá chamar ... 
Ligue depois, se ele tiver sobrevivido! 

 O FILHO DA POETISA

CUTUCANDO O NARIZ

Vamos ,menino! Pare com essa porcaria! 
Seja educado e tire já o dedo do nariz! 
Será de sua parte uma horrorosa mania? 
Ou uma péssima educação que não condiz 


Com a aparência muito linda que você tem? 
Higiene pessoal, a gente faz com privacidade. 
Que nojo! Ver sua meleca à amostra, ninguém 
Quer ver. Meu estômago embrulha de verdade. 


Peça licença, garoto, e fique num lugar sozinho 
Assua forte o seu nariz sobre um lenço bem limpo 
Até que sua meleca saia e lhe dê tchauzinho.


Aproveitando que estamos no campo do asco 
Nada de comer meleca e cutucar nariz.Ele não é garimpo, 
Muito menos meleca é alguma vitamina vendida num frasco. 


 O FILHO DA POETISA

BEIJA-FLOR

Beijo quaisquer tipos de flores. 
Romântico? Estou longe de ser! 
Delas me delicio de seus sabores; 
Alimento-me das flores pra viver. 

 Nem somente de néctar me alimento, 
Também de mosca, aranha ou formiga. 
O néctar é da minha alimentação 90% 
E creio que é melhor à minha barriga. 

 Sou o único pássaro que paira no ar, 
Para de inveja toda passarada matar 
E para ninguém conto esse segredo. 

 Outro segredo meu... esse posso revelar: 
De lambuja também polinizo as flores 
Perpetuando-as com suas lindas cores. 

 O FILHO DA POETISA

“VOU BEIJAR-TE AGORA NÃO ME LEVA A MAL...”


A fadinha ficou com uma enorme dor no coração
Em ver o mosquito aedes egypti sozinho no salão
Esperando uma linda companheira para dança. 
Pela demora o inseto já estava perdendo esperança.


Como toda fada gosta de praticar uma boa ação 
Ela se ofereceu para ser a partner e o mosquito então
Ficou no rosto com um enorme sorriso de criança 
E depois do sim foi aproveitar a tradicional festança. 


Ao ouvir a música “vou beijar-te agora não me leva a mal” 
O aedes egypti ficou empolgado e picou a samaritana fada 
Que no dia seguinte e até hoje se encontra acamada.


Com a picada do inseto , a fada contraiu a doença da dengue 
Agora, em termo de saúde, anda completamente perrengue 
Mas feliz por ter cumprido a missão pela qual foi destinada. 



 O FILHO DA POETISA

LEITINHO PARA O GATINHO



Meu São Francisco, que chato! 
Estou em plena prisão domiciliar 
Porque há lá fora um terrível gato 
Doidinho e desejando me devorar. 

 De jeito nenhum eu me candidato 
Para no bucho do felino ir morar... 
Tenho que queimar muito fosfato 
Para que possa do bichano me livrar 

 Já sei! Tenho aqui um pires de leite 
 Que roubei com muita dificuldade. 
Darei ao miau; espero que ele aceite. 

 Tal bebida será um presente de grego. 
Terá laxante. Ao beber o leite à vontade 
O efeito do remédio fará o gato me dá sossego. 

 O FILHO DA POETISA

IRA DE UM DEVOTO


 Pingue-pingue-pingue... 
Faz a chuva na vidraça 
E há gente que xingue 
Achando uma pirraça 

 Do São Pedro. Só pode! 
Queria pegar uma cor 
Mas a chuva explode 
   No ser uma ira interior.  

Houve reza pra santo errado? 
Nem se quer a reza foi feita! 
Então, por que da desfeita? 

Por não me deixar bronzeado, 
São Pedro, ouça com atenção: 
Vá à merda! Hoje não tem oração. 

 O FILHO DA POETISA

NÊNIA DE UMA MENINHA TRISTE**


“Tô tristinha hoje, amiguinho”. 
Eu posso lhe contar a real razão? 
A pessoa pela qual tenho carinho 
Recebeu do céu uma convocação. 

 Como prosseguir um caminho 
Guiado por um sofrido coração 
Que teme seguir a jornada sozinho 
Que o levará a total escuridão. 

 Não sou nenhuma heroína. 
Eu sou apenas uma menina 
Que sonha com a felicidade.

A tristeza hoje de mim se aproxima 
Sabendo que minha amada prima 
Fez-se substituir pela saudade. 

 O FILHO DA POETISA 
 ** Nênia ou epicédio é um poema em que chora 
ou lamenta a morte de alguém.

A PEQUENA VAMPIRA


De pulinho em pulinho 
Vou me locomovendo, 
Bebo sempre um sanguinho 
Quando a sede estou tendo. 

 Pena que os meus fornecedores 
Sempre tentam de um jeito 
Com técnicas de horrores 
Me impedir do tal direito. 

 Todo ser vivo sente sede! 
Isto acontecendo, a boca pede 
Algo para beber bem fresquinho. 

 Só ai é que procuro um animal 
Para satisfazer-me dessa necessidade vital. 
Depois com muitos pulos sigo meu caminho. 

 O FILHO DA POETISA

A PRINCESA DESENCANTADA

Era uma vez uma princesa 
Que pensava ter um rei na barriga 
Pediu uma serviçal sem nenhuma gentileza 
Que a colocasse a par da briga.

Pare com a encenação! Deixe de lerdeza! 
Quero saber o porquê que você e sua amiga 
Estavam se engalfinhando na maior brabeza. 
Aposto que tem algum homem nessa intriga. 


 Não foi nada, Sua Alteza. O motivo foi idiota. 
Conta-me a verdade e não me venha com lorota. 
Afinal de contas sou princesa e uma retardada!


 Tá bom princesa... É que o príncipe encantado... 
Aquele rapaz que é um gato e seu namorado 
Traiu a confiança de nós duas com aquela danada.

“traiu a confiança de nós duas”... Não entendi nada! 
Vou ser mais clara, Alteza. Do seu príncipe sou amante 
Minha ex-amiga é ficante e a augusta senhorita namorada. 


 Eu a expulso do meu castelo e do meu reino, serviçal insolente e traíra! Como pode o príncipe se interessar por uma eira sem beira 
Como você?! Enquanto ficar com sua amiga... O príncipe delira! 


 Sei que vocês me acham arrogante, uma pessoa pra lá de metida, 
Porém achar que uma imbecil, cometeram uma grande besteira. 
Besteira mesmo farei se vocês não saírem do meu reino e da minha vida!... 


 O FILHO DA POETISA

O CONVIDADO DA FADA DAS ÁGUAS

Cavalos marinhos vieram me buscar... 
Subi neles mesmo não entendendo nada! 
Só mais tarde é que um deles veio me contar 
Que fora convidado para aniversário de uma fada. 


Quando os animais me viram com aquele olhar de besta, 
Perceberam que da ignorância facilmente me tornara vítima; 
Esclarecera-me que era uma fada que não habitava floresta 
E sim uma fada que era originária da profundeza marítima. 


O nome da fada era Fada das Águas e que ela é muito linda 
- acredite - 
Também estavam convidados á festa Aquaman, o príncipe submarino Namor, 
nereidas, sereias e o deus do mar Netuno/Poseidon e sua esposa Anfitrite. 

Cavalos marinhos o que fazer? Fui pego de surpresa e nem comprei um presente 
Para a Fada das águas. Se vocês me têm alguma sugestão, deem-me -por favor - 
Uma vez que eu não quero bancar o mal-educado diante de tanta nobre gente. 


 O FILHO DA POETISA

O PASSARINHO E O GATO



Era uma vez um lindo gato 
Que resolveu de surpresa 
Atacar num átimo sua presa: 
Um pássaro que parecia pacato. 

 Que animalzinho peludo chato! 
Por que ele não me deixa em paz? 
Se o encaro dirá ser um desacato 
E irá pra cima de mim com todo gás. 

 O bichano assassino come é ração 
O dono não põe para o gato comida 
De sal espécie alguma: crua ou cozida.
 
 Qual é o motivo do pequeno felino então 
Querer me dar banho em seu suco gástrico? 
Não conseguiu , pois Deus me fez bem elástico. 

 O FILHO DA POETISA

CHAPEUZINHO VERMELHO NEGOCIADORA


Senhor Lobo Mau! 
Do senhor estou de mal! 
Não faça essa cara de bocó! 

Que estória é essa! Tenha dó! 
De querer devorar a minha vó! 
Ainda mais ela, coitadinha, 

Tem avançada idade, mora sozinha, 
depois da floresta, a pobre velhinha 
É viúva, completamente desamparada. 

 Peço-lhe ao senhor Lobo que não faça nada 
Com a minha avó que é por mim adorada 
E que me recebe sempre com festa. 

Larga mão, senhor Lobo, de ser besta! 
Sou eu que sempre carrego a cesta 
Lotada sempre de coisas gostosas; 

Deixe de lado essas ideias maldosas... 
Se o senhor quer comer coisas deliciosas 
Vamos fazer a seguinte negociação:

 Para que o senhor não coma então 
Minha avozinha do meu coração 
E deixe pra sempre essa ideia malvada,

Vou pedir minha mãe - não custa nada - 
Entregar-me duas cestas, bem cheias cada: 
Uma para vovó e outra para você, criatura esfomeada! 


 O FILHO DA POETISA

segunda-feira, 19 de março de 2012

MENININHA CONSCIENTE


Tia Gê, hoje sonhei que a minha cama estava inundada
e sem querer percebi que a água era salgada!
A garotinha da tia teve um sonho ruim, coitada!
Deve ter acordado em plena madrugada
Muito, mas muito apavorada.
Eu, com medo? Que nada!
Eu acordei foi toda mijada!

Quer saber, tia Gê! Já tomei uma decisão:
Antes de dormir não vou querer mais não
Tomar chá, suco, refri, né! De coração...
Tadinho! Como sofreu o meu colchão!

O FILHO DA POETISA

SEM MALÍCIA

Não acreditava direito naquilo que eu via:
Uma inocente criança, branca como cera,
Jogada no acostamento duma rodovia.
Como se uma fortíssima anemia tivera.

Eu não posso afirmar com total convicção.
Apenas domino as letras, não sou doutor.
Como o ser humano está hoje sem coração!
Abandonar um menino a morte ... que horror!

Parei o carro para socorrer rápido o infante.
Mesmo lânguido, ele conseguiu me responder...
Menino, onde estão seus pais nesse instante?
Sou órfão de pais e estou muito tempo sem comer.

Peguei a criança, coloquei-a no meu carro com cuidado
E fui imediatamente para o mais próximo hospital
Parei o carro, pois havia chegado ao lugar desejado.
A criança agora terá o tratamento adequado afinal.

Quando a solícita enfermeira foi buscar a maca
Ouço a voz da criança me chamando: moço! Moço.
Fui colocar meu ouvido, já que a voz dela estava fraca,
Na boca do menino. De repente sinto uma dor no pescoço

Acompanhado de queimação. A minha vista se embaça.
Um grito horroroso salta involuntariamente da minha garganta.
Jamais imaginara que estava acontecendo comigo uma desgraça.
O guri era um vampiro faminto e me transformara em sua janta.

Conforme diz o ditado: assombração sabe pra quem aparece.
De noite, criança “doente” no acostamento, sem os pais...
Por que não chamei a polícia? O SAMU? Bombeiro? Nem prece
Fiz à vítima e nem para mim. Ingênuo fui. Descobri isso tarde demais!

O FILHO DA POETISA

PRESENTE À FADA RUIVA



Fada Ruiva, o que você quer de presente?
Uma linda varinha de condão bem potente
Ou uma bolsinha com pó de pirlimpimpim
Para espalhar pelo universo a magia sem fim?

Fadinha, você quer um livro de feitiço
Que lhe faça dar no mundo o sumiço
De qualquer sofrimento e/ou maldade
Para que em todos reine a felicidade?

Você quer um unicórnio branquinho
Que deixe cheiro de paz pelo caminho
Por onde os dois vão simplesmente passar?

Está me estranhando, Grilo Falante?
Só quero uma coisa que é importante
Na minha vida: sua amizade singular.

O FILHO DA POETISA

COM A CABEÇA NA LUA

Coitadinho do Luã!
Vive tanto com a cabeça no mundo da lua
Que traz consigo o cabelo chamuscado,
Deve ser das baforadas do dragão;
Sua cabeça tem uma coleção de galos,
Devem ser das patas do cavalo de São Jorge.

Disseram ao Luã que a lua é feita de queijo...
Mentira! De queijo deve ser formado o cérebro de Luã.
Vou mais longe ainda! De queijo gorgonzola!
Disseram ao Luã que a lua é dos namorados.
Tolice! Lã, em vez de ser pelo cupido flechado,
Ele foi acidentalmente pelo São Jorge lanceado.

Tire a cabeça da lua, Luã,
Coloque-a no seu pescoço,
Pois tanto lá quanto cá,
Viver é um duro osso.

O FILHO DA POETISA