JellyPages.com

,

,

O ASTRO

O ASTRO

.

.

APOLINÁRIA, A BORBOLETA AMANTE

APOLINÁRIA, A BORBOLETA AMANTE

Não, não vou sair daqui...

Não, não vou sair daqui...

0

0

.

.

.

.

domingo, 20 de junho de 2010

SONETO À FADA DE LUZ


Quando no Portal dos Sonhos e magia
Estou perdido, sabe quem é que me conduz
Com muito carinho, presteza e sabedoria?
É uma fada muito querida de nome Fada de Luz.

Portanto não tenho medo, sigo com alegria,
E fica tão levinha de carregar a minha cruz;
A querida fadinha, minha gente, quem diria
Tem um grande poder que eu jamais supus!

Ela está sempre povoando o meu imaginário,
Encorajando-me a tomar sábias decisões,
E livrando-me das mais terríveis situações.

Não esqueci, Fada, de que hoje é seu aniversário,
Além de lhe enviar um forte e caloroso abraço
Envio-lhe de presente este soneto que ora faço.

O FILHO DA POETISA

quarta-feira, 9 de junho de 2010

HAICAI PARA A FADA MENINA


Oh, Fada menina!
Viver é a nossa sina...
De forma divina.

O Filho da Poetisa

domingo, 6 de junho de 2010

FADA


Você acredita?
Em quê? Em fada? Sim, claro.
Nossa! Isto é raro!

O Filho da Poetisa


P.S.: Este poema é um haicai...


O ESPANTALHO

CAPÍTULO UM – AVERSÃO AO NOME

Perdoa-me a falta de educação. Deixe-me apresentar. Chamo-me Florentino.
Minha mãe colocou esse horroroso nome em mim porque faz lembrar FLOR.
Não gosto do meu nome, mas ela colocou em mim quando eu era pequenino
quando ouço alguém pronunciando o meu nome... meu pai do céu! Que horror!

Mas o que fazer?! Receber esse maldito nome foi o meu cruel e infeliz destino,
gostaria muitíssimo de mudá-lo, ter um nome com que me sentisse bem melhor,
recebi esse nome quando acabara de nascer e minha mãe viu que eu era um menino,
infelizmente ao nome de Florentino não gosto e nem tenho por ele qualquer tipo de amor.

Para resolver de uma vez por toda a minha triste sorte e sem se quer uma briga,
dei a mim mesmo um apelido, sim um apelido que considero bem sensacional...
Ninguém me conhece por esse monstruoso nome Florentino e sim de Formiga.

Acredito que você possa estar achando o meu apelido exótico e/ou engraçado;
escolhi esse inseto porque para qualquer tipo de planta esse animalzinho faz mal,
consoante é o meu desejo bem lá no fundo de meu ser escondido e guardado.

CAPÍTULO DOIS – AVERSÃO AO REINO VEGETAL

A toda criatura do reino vegetal, sem distinção, tenho uma grande ojeriza:
árvore, flor, grama,verdura, hortaliça, arbusto, erva daninha e ramagem
quando vejo um jardineiro alegremente trabalhando tenho até coriza,
penso comigo mesmo: como alguém pode trabalhar nisso! Prefiro a vadiagem!

Quando criança na hora de comer minha malvada mãezinha de jeito nenhum ameniza
obriga-me a comer todos os legumes e verduras presentes no prato. Que sacanagem!
Caso eu não comesse, uma grossa correia vinha violentamente no meu lombo e desliza
deixando em mim, seu filho, um trauma horrível por uma atitude assim tão selvagem.

Quando jogava bola no terreiro e a mesma caía nos canteiros das verduras ou das flores
surgiam chineladas de tudo quanto era lado causando no meu corpo fortes dores
e transformando a minha dolorosa vida num triste amargor.

Lamentavelmente fora assim o meu terrível tempo de criança,
lá mesmo de tanto apanhar por causa delas perdi toda a minha esperança
e na infância mesmo surgiu em mim uma forte e incontrolável sede de vingança.

CAPÍTULO TRÊS – SOB O TRAUMA DA INFÂNCIA

Felizmente, hoje em dia, por ser um adulto, ninguém me obriga a comer nada
e se falar alguma coisa sobre isso vai entrar pelo ouvido e sair pelo franzido.
Na minha alimentação, tudo que vem diretamente do reino vegetal está riscada
alimento-me de carnes de qualquer tipo animal, massas e doces (meu preferido).

Mesmo com tudo isso lhe garanto que em minha boca não há dentição estragada
tenho uma saúde de ferro, melhor que muita gente, e raramente fico adoecido;
quando olho para trás percebo que minha mãe estava um pouco enganada,
e o gesto dela só tornou o meu mundo infantil completamente descolorido.

Hoje, graças a Deus, não moro em casa e sim num maravilhoso apartamento,
caso morasse numa casa, com certeza, o meu terreiro seria de puro cimento
a fim de que nenhuma criaturinha do mundo verde poluísse o meu espaço.

Reafirmo: um ódio gigantesco pelo reino vegetal no meu peito encerra
ele é tão grande que se pudesse varria essas criaturas da face da terra
e assim toda criança na hora de comer teria o seu sofrimento escasso.

CAPÍTULO QUATRO – META DEVASTADORA

Sou um mega e multinacional empresário do ramo da mineração
Tenho muito dinheiro e para gastá-lo,realizando-me feliz pus como meta
de arranjar um meio de acabar com toda equalquer tipo de vegetação
que possa existir no nosso querido e espetacular planeta

Comprei cientistas, empresa de pesquisas e meio comunicação
para realizar o meu grande sonho de uma forma bem concreta,
manipulando dados e qualquer produto de informação
acredito atingir o meu ideal já-já de forma bem discreta

Cientistas, políticos, religiosos, advogados, todos estão no meu bolso.
Dou ordem a eles e somente “sim senhor” magnificamente ouço
e não há o porquê disso ser assim, muito pelo contrário;

Se disserem não para mim corto-lhes toda a dinheirama
e esses pobres infelizes voltarão a viver o antigo drama
de conviver frustradamente comum enorme déficit bancário.

CAPÍTULO CINCO – OS DEPREDADORES DO PORTAL

Nesse mundo tenho gente espalhado em todo e qualquer canto,
que estão cegamente sob o poder do meu abundante dinheiro;
de repente recebo uma notícia que me causou enorme espanto
trazida lá do Portal dos Sonhos e Magia pelo meu mensageiro.

Chefe Formiga, não vai dar para devastar o Portal por enquanto.
Não faça esta cara de quem não gostou, chefinho, ouça-me primeiro
mas lá existe fada que protege o mundo, não é só uma e sim um tanto
que me deixou impressionado, fazendo-me mudar o plano por inteiro.

Fadas das Flores, Primavera e verde garantem a proteção à natureza
e se agente agir primeiro e não anulá-las totalmente, com certeza,
elas farão a gente sentir o amargo e indigesto gosto da derrota;

Por isso temos que construir um plano que seja bem inteligente
para que as nossas ações não virem como fogo amigo contra a gente
tirando de maneira definitiva o Portal da nossa ambiciosa rota.

CAPÍTULO SEIS – A ALIADA

Estou sabendo que no Portal existe uma fadinha bem traquina
que graças a sua inocência dar-nos-á uma enorme mãozinha
o nome da peste é... é...como é mesmo... lembrei! Fada Menina!
Nossa parceirinha na destruição será esta piralha fada diabinha.

Daremos a ela brinquedo que tenha fogo com disfarçada lamparina
ou então que venha produzir fogo através de uma simples luzinha,
será dessa forma que a vegetação do Portal chegará a sua ruína
não ficando vivo neste mundo encantado nenhuma plantinha.

A devastação do Portal causará na deusa da agricultura sofrimento, dores,
que chateada ordenará o recolhimento das fadas Verde, Primavera e Flores
tornado a terra do Portal estéril com o seu luto e sua infinita ausência.

Com a terra estéril pelo fato da deusa Ceres/Démeter estar deprimida,
o reino vegetal pode dar um irreversível adeus a sua repugnante vida,
enquanto a Fada Menina carregará este maldito peso à sua consciência.

CAPÍTULO SETE – MAIS ALIADAS

Fadas Sol, Mão de Luz e Dourada também não escaparão do meu genial plano.
Direi à elas que estou com os meus painéis para utilizar corretamente a energia;
insistirei com elas que usarei suas radiações de modo ecológico e elas por engano
quando liberarem suas radiações, novas labaredas na terra estéril irá se formar.

O deus Febo/Apolo ficará irado com o poder sendo utilizado de jeito tão insano
castigará as fadas que trazem com elas o incrível e poderoso poder solar,
com isso até a Fada Arco-Íris, dona do Portal, entrará sem querer pelo cano,
pois sem sol para refletir seu raios n’água como o arco-íris irá se formar?

Acéfala e estando apavorada tomaremos o Portal dos Sonhos e Magia,
quem não estiver satisfeito com a nossa administração vá à outra freguesia
garanto-lhes que não fará nenhuma falta ou causará qualquer pesar a mim.

Uma vez que, em nossa mão, o Portal será completamente encimentado.
Sem fadas, sem verdes, ficará do jeito que eu gosto esse mundo encantado
e tenham a plena certeza que o universo verde estará muito perto do fim.

Depois mandarei os astronautas colocarem em torno da Terra uma faixa
que terá escrito nela uma nova realidade que agora no mundo encaixa:
O asqueroso reino vegetal, agora e para sempre no planeta Terra jaz.

CAPÍTULO OITO – PLANO EM AÇÃO

Chefinho, que ideia magnífica! Não é à-toa que o senhor é nosso patrão!
começaremos quando chefinho?! O senhor pode gentilmente nos dizer?
Claro que sim! Pra ontem seus energúmenos! Pra ontem! Anda! Vão!
Ai de vocês se por acaso alguma coisa errada com o meu plano acontecer!

Nossa, que calor! Será que estou sendo visitado de novo por algum dragão?
Ah, não! De novo não! Não há outro jeito! Eu tenho que ir lá para ver.
Por Zeus! O portal está em chamas! Quem é o culpado por essa devastação?
A única saída é descobrir o que está acontecendo, arregaçar as mangas e resolver.

A vegetação daqui está morrendo, que droga! Ficaremos sem alimentação!
As águas do Portal também estão aos poucos se evaporando... como conter?
A terra está estéril e assim não teremos meios de fazer a nossa plantação
e as labaredas de fogo a cada segundo só assustadoramente fazem crescer!

Que agonia! As fadas estão sumidas. A quem devo realmente recorrer?
Brinquedos quebrados cheirando gasolina... painéis solares... Como isso veio aparecer?

CAPÍTULO NOVE – A MENTE “GRILANTE”

O fogo é oriundo de alguém que usou da Fada Menina a ingenuidade
dando-lhe brinquedos incendiários e fazendo à ela um bom amigo
Coitada da Fadinha! Deve estar em prantos... Que grande maldade!
Ela deve estar se culpando por deixado o Portal correndo sério perigo.

Infelizmente não dá para ir atrás dela agora. Tenho que escolher prioridade.
Como estou sozinho a prioridade agora não é fazer o papel de amigo
primeiramente tenho que livrar o Portal dessa terrível calamidade
para que todos voltem a ter novamente o seu aconchegante abrigo.

Por ser seu amigo e pelo fato dela me conhecer compreenderá a decisão por mim tomada
se ela tivesse no meu lugar a mesma atitude por ela seria praticada
pois somos seres filantrópicos, humanísticos,solidários e altruístas

A terra só ficou estéril quando a filha de Démeter foi por Hades raptada
e quando ela foi violentamente por deus Netuno/Posiedon importunada
acredito que a minha resposta esteja mesmo numa dessas pistas.

CAPÍTULO DEZ – O PRESUNÇOSO GRILO FALANTE

Grilo Falante vai conversar com o Poseidon/Netuno, o deus do mar,
acreditando que ele tivesse de novo sendo o pivô do apocalipse.
Netuno disse (de fato era) inocente e que pelo menos podia ajudar.
Para saber sobre Ceres o Grilo vai conversando com Netuno usando paralipse.

Ô Grilo Falante, pare de rodeio e de também querer me tapear,
não subestime a minha inteligência; ela não está sob nenhum eclipse.
É verdade! Sobre Démeter não tenho nenhuma idéia de onde ela possa estar.
Vá embora, Grilo, sua presunção se continuar levar-me-á aminha ira ao ápice.

Manda quem pode e quem tem um pingo juízo simplesmente obedece.
Pela conversa e o intuito de ajudar o Grilo, o inseto educadamente agradece
ao deus Netuno e pede ajuda ao seu grande amigo Hermes (o deus mensageiro).

Hermes/Mercúrio fora o deus apropriado para pedir mesmo auxílio,
tanto é que este deus sabia onde Ceres/Démeter fora buscar exílio,
levando - portando - o Grilo Falante até onde a deusa se encontra no local.

CAPÍTULO ONZE – ENCONTRO COM A DEUSA CERES/DÉMETER

Hermes, eu pedi-lhe para não contar e não trazer ninguém aqui.
Desculpe-me, Démeter, mas o Grilo disse para mim que era crucial
Sendo assim fiquei sem jeito de lhe negar o pedido e não resisti
trazendo, portanto, o Grilo Falante até aqui, tirando- o do Portal.

Hermes, limpe bem os seus ouvidos, pois o que falar não vou repeti.
Que seja a primeira e a última vez que você faz isso comigo, tá legal?
Se não levarei você ao conselho dos deuses lá no Olimpo e aí...
Já sei, Démeter, já sei! Acabarei por sua causa me dando mal.

Entra, Grilo Falante, por sua causa acabei levando um imenso pito.
Deixa isso pra lá! Como você imagina, eu também acredito
que ela saiba o porquê de ficar estéril as terras do seu Portal.

Quanto ao fogo, ele fora apagado pelas águas do deus Netuno.
Mil perdões, deusa Démeter, sei que estou sendo inoportuno
porém é meu dever salvar os meus amigos de um castigo fatal.

CAPÍTULO DOZE – CONVERSANDO COM CERES/DÉMETER

Deusa Démeter, o deus Hermes me disse que o deus Poseidon apagou para mim o fogo
que desenfreadamente tomou conta do nosso maravilhoso mundo encantado.
Seria demais importante para nos que a terra tornasse produtiva, por isto lhe rogo
que o Portal não seja, por não ser de fato nossa culpa, pela senhora castigado .

O fogaréu que a senhora viu não foi proposital. A fada Menina entrou nesse jogo
inocentemente. Ela fora usada “como laranja” por alguém muito mal intencionado.
Sabendo que a infertilidade da terra é um castigo seu e conheço a sua justiça logo
peço-lhe que retire a punição do Portal. Faço isso da forma mais humilde: ajoelhado.

A deusa Hera, esposa de Zeus, vendo a sua dúvida em ajudar o Portal ou a sua amiguinha
e que você corajosamente optou ajudar muitas pessoas e não apenas aquela pessoinha
então ela foi lá para confortar a sua querida amiguinha do Portal, a Fada Menina.

Quanto ao eclipse solar imposto por causa das fadas usarem o poder do sol equivocadamente
o deus do sol Febo já o retirou. Conversamos com ele eu e deus Hermes e Febo ficou ciente
que as fadas erraram não por querer e sim que foram usadas por uma mente assassina.

CAPÍTULO TREZE – A MISSÃO DO GRILO

Magnânima deusa, quantas notícias boas a senhora tem me trazido...
Olha que vim aqui apenas com o intuito de que a senhora tivesse compaixão
de nós, contudo mostra-me que tenho sido ajudado pelos meus amigos deuses
e reforçar aquele velho ditado de que quem tem amigo não morre pagão.

Juro por tudo que é mais sagrado que eu estava sim pra lá de desiludido
e vim aqui porque os deuses sabem que eu não entrego os pontos não,
com essas informações boas que até agora tenho pela senhora recebido
dá-me ainda mais força e ânimo em prosseguir firmemente na minha missão.

Tornar a terra fértil é o pedido mais fácil que alguém possa me fazer,
contudo há um outro problema enorme que vou lhe confiar em resolver:
voltar com agricultura e as plantas para o mundo encantado das fadas.

Convide outras amigas para lhe ajudar como a pequenina Joanninha,
Alessandra elementar, formiga da poesia e até a Dona Carochinha,
porque as nossas queridas fadas ainda se encontram traumatizadas.

CAPÍTULO CATORZE – DE VOLTA AO LAR, AGORA ARRUINADO

Chamei um ser especial para ajudá-los consideravelmente em seus labores.
Ela é um ente mágico vindo de longe, das florestas lá pelas bandas da Alemanha.
O nome dessa entidade florestal germânica minha amiga é Elfa das Flores
e ela tem toda capacidade de lhes dar uma ajuda, uma mãozinha tamanha.

Vá, Grilo falante! Vá salvar o mundo encantado com seus colaboradores
e realizar para o nosso bem e sem fracassar essa justa e incrível façanha.
Depois de tudo em ordem vamos atrás dos verdadeiros causadores
e puni-los severamente por praticarem tão horrenda artimanha.

Demorou muito,amigo Grilo Falante, vamos salvar o Portal - disse a Fada das Águas.
Ao ver sua amiga, dos olhos do Grilo descem lágrimas para aliviar suas sentidas mágoas.
Poseidon/netuno deu-me forças para lhe ajudar, amigo, nesse importante momento.

Vamos então, amiga Fada das Águas,arregaçar as mangas e por a mão em obra
vamos sem demora porque infelizmente no momento nenhum tempo nos sobra
e não vejo a hora de deixar o Portal como antes, para o nosso contentamento.

CAPÍTULO QUINZE - O PORTAL NOVO

Elfa das Flores trouxe consigo várias plantas e inúmeras sementes
que foram espalhadas em todo canto pelos pequeninos insetos.
Fada das Águas foi regando e/ou aguando as plantas que contentes
se espalhavam pela terra cheias de alegria e inexplicável divertimento.

O sol reinava soberano no céu, com seus lindos raios deveras reluzentes
e cada gesto dos trabalhadores rurais era carregados de muito afetos;
além da esperança de que todos do Portal estejam felizes e presentes
para ver o local lindo novamente de plantas e de muito verde repletos.

A turminha foi bem competente. Fez um trabalho encantador, divinal,
ficou mais lindo do que antes o tão deslumbrante e mágico Portal
e o Grilo Falante atribuiu o belo milagre a estrangeira Elfa das Flores.

A entidade alemã não aceitou o ônus. Disse que não trabalhou sozinha
e que nunca trabalhara com tão dedicada, alegre e majestosa turminha
alegando que se sentiu orgulhosa com o lhe custou tantos os suores.

CAPÍTULO DEZESSEIS – LAR, ENCANTADO LAR

Graças à magia da Elfa das Flores foram feitas imagens de como está o novo Portal
e ela aproveitou o ensejo e as enviou rapidamente para toda parte do mundo.
As fadinhas do outro lado para as terríveis traumas deram um sonoro tchau
retornando ao local mágico lindas e felizes sem pensar se quer um segundo.

É unânime a opinião de que a nova casa ficou simplesmente sensacional.
Acharam competente a equipe que recuperou o Portal de um jeito tão profundo
que trouxe a todos presentes um agradabilíssimo e ótimo sentimento de alto-astral,
cuja certeza de que toda essa aconchegante harmonia era do Portal agora oriundo.

A Fada Menina chegou ao Portal dos Sonhos e magia num diferente e grande estilo
que causou uma grata surpresa a todos, também ao seu amicíssimo Falante Grilo.
A pueril Fada veio acompanhada de ninguém nada menos do que o deus Hefesto.

Hefesto/Vulcano é o deus do fogo na conhecida mitologia greco-romana.
Ele ensinou a Fada menina a domesticar o fogo, coisa que ela achou bacana
e perdeu o recalque com tudo que lhe acontecera devido a este fantástico gesto.

CAPÍTULO DEZESSETE – O ALGOZ

Dindu Guilinhu, oia qui legau o tiu Vucanu ensinô pá mim!
Tiu Vucanu mi ensinô pa eu fazê mizadi com kalké tipu de fôgu.
Ele dici qui fôgu é igal gatinhu qui a gente tem qui sabê bincar sim
si não ele chuchuca a genti ou tudu qui está pertu da genti lógu, lógu.

Agóia eu sei de tudu pusKê ele mi ispicô tintim pur tintim.
Tiu Vucanu até mi ensinô um joguim com o fôgu. Dipois ti ensinu o jôgu!
Dindu Guilinhu, ta vênu akeli ômi eleganti ali? Estou vendo sim!
Ele ki mi deu us binkedu ki tem fôgu. Vou lá agora, pois assunto importante não prorrogo!

O Grilo pula no ombro do Florentino e vai logo falando: - sou o Grilo Falante,
será que eu poderia conversar com o senhor um pouco neste instante?
Nunca conversei com um grilo, mas tudo bem. Sobre o quê você quer conversar?

Como entender a irresponsabilidade em dar um brinquedo que contém fogo à Fada Menina?
Florentino dá um forte tapa no Grilo e o arremessa bem longe gritando: não me azucrina!
Vendo alteração na voz do chefe, os capangas foram parar perto para o patrão resguardar.

CAPÍTULO DEZOITO - CAI A MÁSCARA

Fadinhas, aquele humano malvado tentou matar o nosso querido amigo Grilo!
Espere um pouco, seres encantados, não é isto que vocês estão erroneamente pensando.
Eu estava aqui no meu sossegado cantinho curtindo a esta linda festa bem tranqüilo
e esse inseto atrevido pula inesperadamente no meu ombro e vai logo me acusando.

Espere um pouco cara! Saiba que este “atrevido” inseto é na verdade o nosso pupilo,
disse com raiva a Fada Arco-Ìris. Outra coisa: qual é o crime que ele está lhe amputando?
Florentino para de falar e pensa consigo mesmo: ih, falei demais! Nossa que vacilo!
Deixem pra lá fadinhas. Tudo não passa de mal entendido, disse Florentino desconversando.

Foi este sujeito que deu os brinquedos incendiários á ingênua Fada Menina
é disso que estou acusando este rapaz! Foi ele quem levou o Portal à ruína.
Abra mão da falsidade, senhor Formiga! Seja homem pelo menos uma vez na vida!

Querem saber de uma coisa?! Você, Grilo Falante, está certo completamente!
Fui eu que causei esse estrago todo, só que vocês repararam o Portal de modo surpreendente,
impendido-me de alcançar a meta por mim há muito tempo planejada e pretendida.

CAPÍTULO DEZENOVE – O PROTETOR DAS PLANTAÇÕES

Basta! Já ouvi o suficiente! O humano acaba de fazer uma terrível confissão!
O que é pior, ele é um réu confesso! Por isso compete a mim a vocês perguntar:
Quem acha que o ser humano deva ser punido levanta convicto a patinha ou a mão
Todos os presentes disseram sim, levantando a pata ou a mão sem pestanejar.

Espera aí! Quem vier encostar em mim vai estar caçando para si confusão.
Insolente! Por acaso você está tendo a petulância de nos amedrontar?
Sim, Fada Arco-Íris, meus homens estão armados. Sou o dono da situação.
Agora vou dar a todos um conselho: não queiram, portanto, me contrariar!

Fada Arco –Íris, se me permitir darei um jeito nesse arrogante sujeitinho.
Fique à vontade Elfa das Flores! A entidade nórdica transformou os capangas em cercadinhos
Pronto! As plantinhas neném estarão protegidas agora e crescerão em paz.

As armas no chão, os cercadinhos em vez de capanga, Florentino fica com cara de paspalho.
Agora é sua vez senhor Formiga. O vilão foi transformado num horrendo espantalho
livrando as plantações de qualquer aves ou roedores detentores de uma fome voraz.

O FILHO DA POETISA

domingo, 30 de maio de 2010

DEPOIMENTO MALUCO


Cadê o toucinho que estava aqui?
Gato comeu! Gato? Que gato?
Cadê o gato?! Está desmaiado.
Desmaiado? Como desmaiado?
Foi atirado um pau no felino!
Pau? Que pau?!
O mesmo pau que deu em Chico e no Francisco.
Quem arremessou o pau?
Não sei! Suponho que seja o cravo.
Você está me deixando confuso. Que Cravo?
Aquele mesmo que brigou com a rosa
debaixo de uma sacada.
Aí seu Francisco entrou sem querer na roda
quebraram-lhe o violão,
transformaram o instrumento em pau
(e já que a cobra fumou...)
Mataram-na, arremessaram o pau
que atingiu o escandaloso gato.
Dona Chica, esposa de seu Chico,
cujo o nome é Francisco,
‘dmirou-se –se do berro,
do berro que o gato deu
ao perder uma das suas sete vidas:
minh’alma!

Ora, doutor, é verídica essa história!
Pena que ela entrou por uma porta e saiu pela outra,
tomara que o senhor encontre alguém que lhe conte outra.

O FILHO DA POETISA

sábado, 22 de maio de 2010

ANIVERSÁRIO DA FADA MÃO DE LUZ...

Querida Fada cuja mão possui incrível energia
de com os dedos nossas enfermidades então curar,
Tô sabendo que hoje na verdade é o seu lindo dia
de receber presentes, cantar Parabéns e a velinha soprar.

Então vamos convocar toda felicidade que há no mundo,
vamos intimar os anjos celestiais para virem aqui tocar,
vamos buscar com convicção em nossa alma lá no fundo
toda energia positiva que alguém possa literalmente emanar.

Anda, minha amiga Fada Mão de Luz, seja uma excelente anfitriã,
curta ao máximo o dia de hoje sem preocupação com o amanhã
e recarregue as baterias do amor, da alegria, do carinho e amizade.

Vamos, faça um pedido com toda fé antes de apagar a velinha!
Dê o primeiro pedaço de bolo aquele que no seu coração vinha
embrulhado confortavelmente pelo seu amor e reciprocidade.

O Filho da Poetisa

À MINHA AMIGA FADA ROSA SAN


Como esquecer aquilo que é inesquecível?!
Fora a amizade que nos deu esta condição.
É humanamente, Fada Rosa San, impossível
tirá-la da minha mente e do meu coração.

A falta do tempo nos dá um sentimento horrível
De que a amizade entre nós não existe mais não,
mas esta sensação se desfaz na medida do possível
que em nossa amizade damos constante demonstração;

demonstração como esta de lhe desejar feliz aniversário
e que você tenha tudo de bom que a vida nos oferece
além do seu dia hoje ser, de coração, extraordinário.

Demonstração de carinho colocado num simples papel
ou então seu nomezinho está presente na minha prece
que todo dia encaminho ao nosso santíssimo Papai do Céu.

O Filho da Poetisa

ATO PREÇO PELO PRESENTE


CAPÍTULO UM – PATINHAS ATADAS

A minha querida amiga Fada Azul que faz hoje aniversário.
Como posso concretizar o desejo de lhe dar um presente,
se não possuo magia, poderes ou se quer um salário?!
O que fazer? Por grande Zeus, que situação deprimente!

Queria, de coração, dar à ela um presente extraordinário,
Que de tão legal a deixasse assim tão feliz completamente.
Algo que habitasse bem lá no fundo do seu farto imaginário
e que fosse materializado por mim de forma surpreendente.

Insisto! Sem magia, sem grana e sem nenhum poder...
Agora, pessoal? O que é que eu posso realmente fazer
para tornar o aniversário da Fada Azul inesquecível?

Escrever poema? Faço isso para ela quase todo santo ano.
Quero fugir do convencional! Poesia não está no meu plano!
E agora? O que fazer para lhe dar um presente muito incrível?

CAPÍTULO DOIS - UM PROBLEMA DISFARÇADO DE SOLUÇÃO

Observando de longe o Grilo Falante com o seu problema,
Aproximou do inseto um homem estranho e desconhecido
que solucionaria de uma hora pra outra o terrível dilema
tirando do Grilo Falante o legítimo direito de ficar aborrecido.

Conta-me depressa, meu simples homem, qual é o esquema.
Anda! Fale logo! Não me deixa aqui totalmente aturdido!
Vamos! Deixe de suspense! Faça com que eu não tema
de passar vergonha diante de um ser por mim tão querido.

Faço qualquer coisa para sair dessa situação constrangedora...
Então ta! Já que é assim, assine este contrato para mim agora
e o presente da Fada Azul estará presente nas suas patinhas.

Você não vai ler o contrato? Digo sem nenhum medo, numa boa.
Para que ler, meu bom homem?! Não perderei meu tempo à-toa...
E lá foi o grilo pegando o contrato e assinando todas as linhas.

CAPÍTULO TRÊS - O PRESENTE

O Grilo Falante abre a caixinha. As patinhas eram uma só tremura.
Que lindo presente! Nunca tinha visto no mundo coisa igual!
Era uma caixinha de música com formato de circo em miniatura
e toca uma musiquinha linda, diferente, com um toque bem celestial.

Era só levantar a lona do circo que a musiquinha cheia de candura
tomava conta de todo ambiente de um jeito bem igual.
O presente tem um certo quê de uma charmosa formosura
e a amiga Fada Azul considerou-o um presente sensacional.

Fada Azul não aquentava mais dentro de si de contentamento.
Mostrava seu presente a qualquer um e a todo o momento,
com isso o Grilo Falante também era pura alegria.

A música que saía da caixinha era um estilizado Parabéns pra Você
a musiquinha ideal para aquele momento, fazer o quê
Enquanto isso cada vez mais o Grilo Falante se envaidecia.

CAPÍTULO QUATRO – O CARÍSSIMO PREÇO DO PRESENTE

Grilo Falante, vamos embora! Esse Portal não mais lhe pertence!
Você vai trabalhar para mim e não vai ganhar se quer um centavo.
Você, Grilo Falante, será do meu circo a principal atração circense;
ou seja, em relação a mim, será apenas o meu mais novo escravo.

Anda! Vamos embora! Disse o ex-homem bom super bravo.
Não adianta! Essa carinha de espanto não me convence.
A partir de hoje você é meu servo e sobre você eu cravo
todo o meu desejo de ficar absurdamente muito rico. Pense,

quem não pagaria no mundo dos para ouvir um Grilo Falante!
Ainda mais se esse grilo além de falar declama e escreve poesia.
Insisto! Uma atração dessa quem curiosamente não pagaria?!

Ganharei dinheiro igual água, pois quererão lhe ver muita gente.
Ficarei podre de rico por sua causa, pode sem susto apostar;
Aí sim, minha simples vida ficará bem mais atraente.

CAPÍTULO CINCO – O CONTRATO

Bem que eu falei para você ler o contrato antes de assinar,
mas você não me ouviu! Achou que eu estava brincando!
O tom foi de brincadeira para você mesmo não acreditar...
na minha ironia você acabou ingenuamente embarcando.


Caso você resolva o contrato assinado desrespeitar
será levado à suprema corte e lá lhe condenando,
ficará mesmo por lá na cadeia e por muito anos lá mofar,
sem dizer que o seu nome na lama estará morando.

Como você, humano, é maquiavélico! Vou lhe dizer a verdade!
Apesar de tudo posso lhe afirmar que o preço pode ser alto,
mas valeu a pena ver a Fada Azul na mais completa felicidade.

Posso pelo menos saber o nome do meu frigidíssimo algoz?!
Claro que sim! Disse o homem sem nenhum sobressalto.
para você, inseto falante, sou simplesmente o senhor Queirós.

CAPÍTULO SEIS – IRONIAS

Posso despedir das minhas amigas fadas daqui do Portal?
Felizmente não! Tempo é dinheiro! Precisamos mesmo ir;
Como lhe disse, você será a minha atração circense principal
e temos muitas coisas lá no circo sobre o seu show decidir.

Coisas pra discutir comigo?! Terei que fazer algo especial?
Não basta ficar conversando com a platéia e fazê-la sorrir?
Não banque o tolo, Grilo! Você terá um número sensacional...
temos que criar algo para o pessoal vir apenas para lhe assistir.

Espere aí! Não darei ideia alguma para o seu ganancioso projeto.
Como você mesmo disse: sou seu escravo e não estou no negócio,
logo não colaborarei com alguém que considero um ser abjeto.

Ora Grilo falante, não seja tão radical para cima de mim.
Encare a coisa por outro ângulo: você e meu preferido sócio
e na nossa relação comercial, o lucro fica cem por cento para mim.

CAPÍTULO SETE – A PIVÔ FADA AZUL

Vamos deixar de blá-blá-blá! Partamos já! Já passou da hora!
Tratarei como merece alguém com má vontade e colaborar não quer
Uai Grilo, que estória é essa! Parece que você está indo embora!
Vamos! Desembucha inseto! E quem é este senhor do seu lado?

Queirós é o nome dele. Que mistério todo é esse? Responda agora!
Alto lá, Fada Azul! O seu amigo tem um contrato comigo assinado
Que contrato é esse? Por que o Grilo o assinou? A fada se apavora.
O Grilo deixa tudo para a Fada Azul o caso muito bem explicado...

Ao saber que fora o pivô da estória, a Fada Azul cai em pranto.
Grilo! Grilo! Por que você fez isso? Juro por tudo que não precisava!
Quando a gente tem no coração um ser a qual amamos tanto, tanto,

jamais queremos que o ser amado faça por nós qualquer sacrifício.
Só de você estar presente no meu aniversário para mim bastava,
sentiria feliz. Garanto-lhe que isto não seria pra você algo difícil.

CAPÍTULO OITO – A NEGOCIAÇÃO

Senhor Queirós, por tudo que é mais sagrado! Desconsidere essa situação!
Para que você não fique no prejuízo lhe considerarei apenas um desejo,
assim o Grilo Falante não seguirá o triste caminho horrendo da escravidão
e o senhor pode pedir até aquele que no fundo do seu âmago lhe causa pejo.

Espera um pouco! Você não é minha fada-madrinha, Fada Azul! Sei não...
Tenho medo de que você esteja fazendo comigo algum tipo de gracejo.
Senhor Queirós, tirar o meu amigo dessa enrascada; esta é a minha intenção,
como posso estar blefando se outra saída para este caso ainda eu não vejo?!

Eh, você está certa! Sou o dono absoluto dessa situação, de fato!
Quero muito, muito dinheiro! Quero em euros. Quantia? Um bilhão!
Sem problemas! Mas antes quero ver se o senhor está com o contrato.

Por quê? Na hora que você receber a grana, passará o contrato para mim.
Rasgarei o contrato; eu e mais o Grilo Falante iremos embora então,
enquanto que você poderá gastar o dinheiro com o que estiver a fim.

CAPÍTULO NOVE – FIM DO CONTRATO

Queirós concorda com o argumento da fada. Achou-o bastante coerente.
Ainda desconfiado, Queirós tira do bolso o contrato e o mantém longe da fada.
E como dizia o poeta Vinícius de Moraes... “de repente, não mais que de repente”
aparece um fortíssimo redemoinho como se surgisse assim magicamente do nada.

O forte redemoinho cega o humano e Queirós libera o contrato desesperadamente.
O contrato vai subindo em direção ao infinito, novamente de forma inexplicada.
Queirós sentindo que tem coisa de magia acontecendo grita neuroticamente:
Fada Azul! Sua mentirosa! Traidora! Ordinária!Trambiqueira! Dissimulada!

Eu pensando que fadas só tem boas qualidades! Enganei-me redondamente!
Hoje não dá confiar em ninguém! Ninguém mesmo! Nem mesmo em fada!
Deve ser consequencia de um mundo globalizado em que estamos, infelizmente!

Espere um momento, senhor Queirós! Você está enganado de novo!
Não fui eu que fiz o redemoinho. Você tem uma falta de sorte danada.
Eu não sei de que maneira a minha verdadeira verdade lhe provo.

CAPÍTULO DEZ – O DEUS DO VENTO

Não precisa provar nada, Fada azul! Deixe!Eu mesmo me apresento.
Queirós, as fadas continuam sendo criaturas do bem como no passado.
Os gregos antigos me chamam de Eolos, o grande deus do vento...
Estou aqui para evitar que o mal vença, que este seja recompensado.

Uma das brisas daqui do Portal dos Sonhos e Magia foi ao meu aposento
deu-me rapidamente o seguinte recado que me deixou de fato intrigado.
Grilo Falante naquele instante estava passando por um difícil momento.
Grilo Falante mesmo, aquele inseto que é do deus Febo/Apolo o afilhado.

Resolvi então intervir no caso e ajudar o protegido do deus Febo/Apolo.
Quando apareci, você (Fada Azul) e Queirós estavam falando do contrato.
Unindo a conversa de vocês com o fatídico papel aqui dentro do meu miolo

Deduzi que a causa de todo o mal estava naquele tão falado documento,
portanto mandei na hora aquele fortíssimo redemoinho e um pequeno jato
de areia nos olhos do mortal e o vento dando ao contrato desaparecimento.

CAPÍTULO ONZE - TUDO ACABADO

Agora o Grilo Falante está livre da chantagem daquele ser humano
e você, Fada Azul, não precisa premiar o mortal que age com maldade
porque se Queirós conseguisse o que queria com o seu terrível plano
com o trabalho do Grilo Falante ou sua magia seria uma cruel fatalidade.

Pronto! Tudo acabado! Chegou ao fim esse tipo de comportamento leviano
e o mortal tem que ser punido exemplarmente para que a humanidade
não venha copiar esse maldoso modelo enraizado no seu cotidiano
tornando a vida na Terra sinônimo claríssimo de intranqüilidade.

Infeliz Mortal! Não adianta posar de inocente agora e fingir-se
de coitadinho. Seu castigo já foi por mim definitivamente decidido.
Como queria enriquecer através de um circo, você será entregue a deusa Circe

Deusa que tem como característica de transformar humanos em animais
Como você queria tirar proveito de um pequenino animal que é querido
pelos deuses gregos, acredito que no seu caso estou sendo justo até demais.

O Filho da Poetisa

UM URSO FEROZ


CAPÍTULO UM – INTERROMPIDA JORNADA

Estávamos voando à-toa, eu e a minha amiga Fada melada,
quando alguma coisa ruim interrompeu nosso percurso,
assustado eu fiquei quando percebi que era uma patada
desferida em nós por um imenso e fortíssimo urso.

A minha amiga mágica estava totalmente desacordada
e eu grogue com as patinhas livres, porém sem recurso,
enquanto isso a fera através vem de olhares e da fungada
para nos encontrar às pressas, achando assim o nosso curso.

Não preocupo comigo. Verde, na mata ninguém me achava!
O problema estava com um forte cheiro de mel que exalava
Da fada, alimento este que o gigantesco animal apreciava.

Caminhei com muito custo carregando a Fada Melada
Que nas alturas do campeonato estava ainda desacordada
E lhe juro que jamais carreguei uma criatura tão pesada.

CAPÍTULO DOIS – URSO NÃO SAGAZ

O diacho do urso cinzento tinha um faro bastante aguçado;
sentiu, mesmo estando muito longe, o cheiro da minha amiga.
Achou em segundos o nosso cárcere. Tinha um olhar esfomeado
Que chegou a dar um friozinho na minha pequenina barriga.

Assim que nos achou escondido, a grande fera conosco jogou pesado.
Parecia que ela considerara a árvore, nosso esconderijo, como inimiga.
Penso com os meus botões, se os tivessem: esse bicho é mesmo retardado!
Por que investir em dois minúsculos seres que mal sustentariam sua lombriga?

Se esse urso gigantesco fosse um animal assim muito sagaz
com toda a certeza ele nos deixaria viver em paz
e em busca de uma caça de grande porte iria atrás.

Aí sim, ele teria a comida com muita fartura,
ficaria com alguns dias na vida com a maior brandura
sem ir atrás de uma caça por alguns dias (sua fatal ventura).

CAPÍTULO TRÊS – QUE GELADA !

A Fada Melada aos poucos vai recobrando a consciência...
apesar do urso irado lá fora, este fato me deixa mais tranquilo
porque a Fada Melada com a sua poderosa magia e sapiência
resolveria rapidamente sem nenhum problema tudo aquilo.

Já de volta ao seu juízo perfeito a Fada Melada toma consciência,
através de mim ela fica sabendo do nosso presente tão intranqüilo.
A Fada Melada me pede a varinha de condão para resolver com urgência
a nossa horrível situação e ficarmos completamente livre daquilo.

A varinha mágica não estava com a Fada e nem tão pouco comigo,
diante dessa triste realidade vimos que corríamos grande perigo.
Fiquei novamente meditativo: será que é de algum deus esse castigo?

Depois de muito pensar tirei dos deuses a responsabilidade desta fria
que agora eu e a minha querida amiga Fada melada tanto angustia,
pois não é pecado brincar e através da brincadeira mostrar alegria.

APITULO QUATRO - COMO SAIR DESSA?!

Temos que achar o mais rápido possível minha varinha de condão
se quisermos sair ileso imediatamente dessa grande enrascada,
caso contrário o grande urso continuará sendo o dono da situação
até chegar ao momento em que nossos esforços seriam iguais a nada.

É uma ideia maluca, mas não existe mesmo outra solução.
O jeito é eu sair como isca para afastar aquela fera danada,
enquanto isto você procura e encontra a varinha desejada,
depois volta depressa e livra o seu amigo dessa imensa roubada.

Vamos! Se esfregue em mim respeitosamente e deixa-me seu cheiro,
pois o urso pensará que está perto de um pote de mel e virá rápido e rasteiro
atrás de mim. Para não ser pego pela fera terei que ser bem ligeiro.

Não tendo o urso na entrada da árvore, a Fada vai cumprir a sua missão
de reaver sua salvadora, eficiente, mágica e linda varinha de condão
para por fim de vez em nossa tão assustadora situação.

CAPÍTULO CINCO – SE LIVRANDO DA CONFUSÃO

Com a enorme desilusão estampada visivelmente na cara
por parecer alguma coisa tão eterna e em vão sua busca,
de repente a fada sente uma luz se incidir no seu rosto, era a vara;
por muito pouco o forte lume da varinha o olhar da Fada ofusca.

Quando chega à direção do objeto mágico, a Fada para de voar
de tão ansiosa e contente, faz isso de uma forma tão brusca
que quase a espinha dorsal da Fada de uma hora pra outra se deslocara
Para fora do corpo da mesma, tornando-a uma entidade “molusca”.

Ao pegar a vara, a Fada Melada voa no mesmo instante
para salvar o corajoso, amado, amigo e astuto Grilo Falante,
por acreditar que o mesmo esteja numa situação periclitante.

Quando encontra o Grilo, ele está sozinho e ela não faz ideia
do que acontecera com o urso. O inseto atraíra o bicho para uma colméia
de onde as abelhas, em legítima defesa, expulsaram a fera da aldeia.

CAPÍTULO SEIS – INUSITADO DESEJO

Grilo Falante! Grilo falante! Você é mesmo um bichinho danado!
Pensando que você estava correndo risco de morte ou até morrendo
para a minha surpresa como lhe encontro: em perfeito estado
como se nada de grave lhe tivesse realmente acontecido.

Fada Melada, você pode achar que estou ficando “abilolado”,
mas tenho que lhe fazer esse estranhíssimo pedido
leva-me onde se encontra aquele cinzento urso malvado
que durante essa estória toda nos insistentemente perseguido

Eu não vou achar que você está maluco! Terei é clareza!
você deve não ter, Grilo Falante, amor á vida com certeza
para me fazer um pedido que a qualquer um cause estranheza.

Fada Melada, eu sei seguramente o que estou fazendo!
Para lhe ser sincero nenhum risco estaremos correndo,
uma vez que acredito que o urso está de dor sofrendo

CAPÍTULO SETE – COMPENSAÇÃO

Como já disse, lá encontraram o animal sofrendo de dor,
causado pelos ataques das guerreiras e destemidas abelhas.
coitadinho dele! Ele também é uma criatura do criador
não merece passar por isto. Está inchado até as orelhas!

Vamos, Fada Melada! Cure o coitadinho do urso, por favor!
Livra-o deste tormento onde os ferrões parecem relhas.
Na mesma hora o urso deixou de ser um animal gemedor
pois o seu corpo parecia que não estava mais nas grelhas.

Livre de toda dor, o urso parecia feliz habitar o céu,
ainda mais que a Fada Melada lhe dera um grande pote de mel
atendendo mais um pedido do Grilo Falante, seu amigo fiel

Já que está tudo na santa paz e em seu devido lugar,
vamos para o nosso querido Portal dos Sonhos e Magia voltar
para ficarmos quietinhos e por lá serenamente descansar.

O Filho da Poetisa

SONETO À GAROTA JOANNA


Um dia no jardim da minha humilde vida,
apareceu do nada pequena menina – Joanna -,
deixando a minha existência mais colorida
e o meu sagrado viver ainda mais bacana.

Tornou-se para mim uma criança tão querida,
que o meu modesto coração por ela emana
Um amor muito puro e sem nenhuma medida,
Digna de uma pessoinha assim tão humana.

A caneta comum que os meus versos anota
ficou feliz por eles serem a esta boa garota
Que encanta a todos com o seu encanto.

Então esses versos saem bem singelos,
com traços assim naturalmente belos,
Causando a quem o lê prazer e tanto.

O Filho da Poetisa

p.s.: Feliz aniversário Joanna!!!

O AZAR


Estava andando tranquilamente, sem nenhuma pressa,
com a mente super limpa, sem pensar mesmo em nada,
Não é que um ordinário passarinho ao ver a minha cabeça
resolveu de repente transformá-la em sua particular privada.

É fogo! É fogo! Uma pessoa quando está bastante azarada
de nada adianta! O que há de bom vem de forma avessa!
Se tivesse uma pedra por perto daria na ave uma pedrada
Para ela aprender nunca mais fazer uma coisa feia dessa.

Até agora tento entender, mas infelizmente não consigo.
Por que aquela danada avezinha foi fazer isso comigo
se eu nem se quer sabia de sua miserável existência?

O passarinho me acertou, digamos, bem no alvo...
para limpar minha cabeça foi fácil, pois sou calvo.
Ser cagado por passarinho... tenha Santa paciência!

O Filho da Poetisa

PARABÉNS FADA CRISTAL


Faço agora o papel de fofoqueiro do Portal.
Fadinhas, vamos nos reunir em caráter extraordinário!
Vamos fazer uma festa para a nossa amiga Fada Cristal
Porque hoje ela está fazendo mais um aniversário.

Arranjei um repertório que acredito que seja legal,
escrevi um texto extraído do meu imaginário;
vamos fazer uma bela festa surpresa sensacional,
pois ela merece todo o nosso amor solidário.

Fada Cristal ficará conosco tão emocionada
que considerará esse dia o mais feliz de sua vida
Por estar rodeada só de gente muito querida

Fiquemos atentos porque nessa festa não pode faltar nada.
Presentes e “Parabéns pra você” já é algo tradicional.
Tudo pronto? Agora só falta chamar a Fada Cristal.

O FILHO DA POETISA

A POSSESSÃO


CAPÍTULO UM – O VISITANTE
Deixa-me ver: Portal dos Sonhos e da Magia...
é aqui mesmo que o Grilo Falante está morando.
Não vejo a hora de cara a focinho com este inseto ir ficando,
para acabar de vez com a minha terrível agonia.

Ele trabalhou tão bem servindo ao boneco de madeira de consciência
que favoreceu para que um incrível milagre acontecesse
e que o tal boneco de madeira tornasse humano por excelência
fazendo com que este raro milagre o boneco de madeira merecesse.

Boneco, qualquer um, de madeira ou não, não possui alma nem mente;
no lugar da alma para lhe dar vida, uma fada lhe concedeu tal magia,
no lugar da mente, foi dado ao boneco um grilo que fez um trabalho competente.

Foi fantástico o milagre ao boneco de madeira que aconteceu!
Pinóquio, tal boneco, virou ser humano como ele queria,
Com isto solitariamente no meu plano astral fiquei eu.

CAPÍTULO DOIS – ENCARNAÇÃO
Quando surge um ser humano na Terra uma alma é encarnada,
por Causa disto a criatura humana passa então a adquirir vida,
para sua progressão espiritual a alma aceita a missão que lhe fora confiada;
A partir daí do plano astral temporariamente a alma faz sua despedida.

Uma das opções é encarnar no planeta Terra como um lindo bebê
Através dessa prisão chamada corpo, é que a alma poderá se evoluir espiritualmente.
Caso ela se entregue a matéria, sofrerá muito sem entender o porquê
E com isso não haverá uma evolução no processo espiritual, infelizmente.

buscando o seu crescimento espiritual, meu amigo aceitou ser alma do ex-boneco de madeira,
deixando-me, insisto, do outro lado, no meu mundo espiritual solitário, sem eira nem beira,
tornando dessa forma a minha vidinha espiritual num verdadeiro tédio.

Porém já - já estarei diante daquele que desgraçou a minha vida
E esta pendenga com ele será definitivamente resolvida.
Vingança ao Grilo Falante! Daqui pra frente é que será o meu santo remédio.

CAPÍTULO TRÊS – O GRILO DO MAL
Lá está o Grilo Falante, o causador do meu maior desgosto,
levando sua vidinha de forma tranquila e muito digna.
Colocarei em ação o meu extraordinário plano onde serei o seu encosto
e este inseto mudará completamente a sua vida, tornando-se numa criatura cruel e maligna.

Ao ficar bem próximo do nosso protagonista, o grilo muda-se por completo,
torna-se um ser bem sério, carrancudo, de uma aparência bem sombria,
também muda suas vestes passando dos pés à cabeça a se vestir de preto;
além de crescer dentro de si um terrível desejo de disseminar agonia.

Como disse Lacan “tudo para ser real tem que passar primeiro pelo imaginário”,
confirmando este pensamento o espírito sem luz coloca em prática o seu plano ordinário
de trazer sofrimentos a todos, residentes ou visitantes do nosso querido Portal.

Lógico que os primeiros a serem vitimados serão os amigos do Portal do Grilo Falante.
Depois de tudo consumado irei atrás daqueles amigos que residem no lugar bem distante
e quando a vida do Grilo se transformar num inferno, a minha vingança chegará ao final.

CAPÍTULO QUATRO – PRIMEIRA VÍTIMA: A FADA AZUL
Fada Azul ao visitar o Grilo Falante, achou-o bem estranho e arredio,
Mas o inseto retrucou a sua dindinha fada dizendo que estava normal,
Disse que estava com uma enorme vontade de estar no estádio da Beira-Rio
Para assistir ao grande clássico gaúcho do Grêmio com o Internacional.

Você quer isto mesmo Grilo? Sério? Não vejo o porquê do seu sonho não ser realizado!
Com a maldade implícita no que dissera, responde realmente que sim;
com mágica os dois estavam no meio da Camisa 12, maior torcida do time colorado
e lá qualquer coisa referente a cor azul é sinônimo de inimigo ou outra coisa ruim.

Os torcedores voltaram-se para a Fada Azul e o Grilo saiu assim meio amiúde
dizendo que lá era visitante e que por ser verde o seu time de coração é o Juventude
e graças a esta mentira, o Grilo saiu do estádio sem ter um fio de cabelo tocado,

Por outro lado a fada Azul, coitadinha, tomou uma surra tremenda.
A coisa só não foi ainda mais grave porque chegou à brigada e acabou com a contenda.
Mesmo muito machucada, com sua mágica, a Fada Azul saiu daquele lugar infernizado.

CAPÍTULO CINCO – PRÓXIMA VÍTIMA: A FADA MENINA
Guilinhu Falante! Qui cê ta fazeno aqui?Cê nunca mi visito? Tem coisa istranha aí, vai!
Estou pensando que você gostaria que lhe visitasse, mas se você quiser,... vou embora!
Só que antes de ir tenho uma coisa séria lhe dizer: eu sei onde está o seu pai!
Guilinhu , quer dizer que tenho pai memu?Compulsivamente a Fada Menina chora.

Pare de chorar, Fada menina! Vamos ao encontro do seu “querido” pai agora!
Não poxu saí axim, Guilinhu, tenhu qui visá a dinda Fada Azul e a Arco-íris, minha mãezinha.
Nada disso, Fada menina! Se for avisar todo mundo não vai dar! Desse jeito demora!
Vamos lá visitar seu papai, depois você conta a novidade ás duas, quentinha... quentinha...

Os dois atravessam rápidos em linha reta pela encantada floresta.
Um quilômetro depois de sair da mata o Grilo apresenta a Fada ao pai e esta fica besta!
O pai que tanto desejava na verdade não passava de um ogro, muito feio de dar dó.

A fada menina não sabia de duas coisas: primeiro que o ogro não era seu pai nada;
segundo que aquele ogro na verdade era um ser mal comedor de fada.
Assim que o Grilo saiu, o ogro pegou a sua pseudo-filha e a trancou num xilindró.

CAPÍTULO SEIS – MAIS PLANOS MALIGNOS
O Grilo vai voltando para casa e o encosto vai acompanhando o inseto, rindo.
É inseto! O negócio está mais divertido do que eu imaginava!
Quando me encostei a você pensara que seria chato, mas o trem está me saindo
melhor do que tudo que podia acreditar. Insisto: você está saindo melhor do que esperava!

Agora vamos colocar o outro plano para funcionar. Para isto vamos seguir a seguinte regra:
amanhã vamos lá à Morada dos Deuses egípcios fazer uma visita só pra despistar.
O objetivo de ir lá é um só: roubar do deus supremo Rá sua enorme barca negra
e provocar no Portal do Sonho e Magia um gigantesco eclipse solar.

Assim anularemos os poderes das Fadas Arco-Íris, Sol, Rosa, Dourada, Luapompom...
Tudo negro. Tudo breu. Sem nenhuma luz. Sem nenhuma cor. Para mim é que vai estar bom.
Ficará parecido ao lugar de onde vim. Aí sim, sentir-me-ei em casa. Lar tenebroso lar!

Depois teremos que dar um jeito de levar a Fada Vermelha na terra dos vampiros.
os hematófagos chuparão o sangue dela onde a mesma dará os últimos suspiros.
As Fadas Primavera, Verde, é só deixá-las por conta daqueles que adoram o planeta detonar.

CAPÍTULO SETE – ME DEI MAL
Outras fadas, ainda não tenho plano pra elas. Será por pouco tempo que elas ficarão em paz.
Vou deixar você descansar meu cavalo Grilo. Amanhã teremos um longo trabalho pela frente.
Enquanto o Grilo dormia, o espírito sem luz vai pensando como tornar o seu plano eficaz,
porque amanhã será bastante árduo o seu dia, pelo menos teoricamente.

No mesmo instante os deuses perceberam que o grilo estava meio esquisito.
Acabaremos com a cisma de uma vez por toda. A deusa Ísis conhece o Grilo melhor que nós.
Rapidamente a deusa aparece para recepcionar carinhosamente o seu afilhado favorito.
Você não é o Grilo Falante! Como deusa suprema da Morada dos Mortos, ouça a minha voz!

Ordeno: diga-me quem é! Imediatamente Ísis convoca Ammut, deusa devoradora dos mortos.
Ao perceber o apuro em que se metera, o espírito sem luz foge afoitamente e desesperado.
Os deuses percebem que agora o Grilo está com aparência tranqüila, sem os olhares tortos.

É meu amigo! Pode ficar calmo que o espírito ruim foge por Ammut assustado.
Perdi aonde o espírito ruim! Na tentativa de encontrar sua presa, pergunta à Joaninha:
Pequenino inseto, você viu um vulto negro passar por aqui? Ele é a minha comida!


CAPÍTULO OITO – A VERDADE
Vi não! Como esse vulto é? Deixe pra lá! Fique em paz, pequena Joanna.
Espírito sem luz, pode aparecer! O seu predador já está muito distante.
Obrigado Joaninha! Você me salvou! No que precisar pode contar comigo! Você é bacana!
Como foi você que me prometeu, gostaria que você deixasse em paz o Grilo Falante...

Ao ouvir o nome do Grilo, o espírito sem luz fica furioso. Uma ventania toma conta do local.
Como você se atreve falar para mim do inseto maldito! Daquele que me tirou o melhor amigo!
Estou entendendo o porquê me ajudou... Pensei que tinha bom coração, mas foi proposital!
Trate agora de ir rezando pequenino inseto, pois você agora está metido num grande perigo.

Deixe a minha em paz, espírito sem luz! Sua sede de vingança está sufocando sua razão!
Joaninha é um ser muito bom! Caso contrário você seria devorado por Ammut sem compaixão.
Você sendo devorado pela devoradora dos mortos não seria melhor saída ao nosso problema?

N a verdade este ódio todo que você sente por mim tem um nome: transferência.
Está depositando em mim toda raiva que está sentindo por si mesmo por não ter reencarnado.
Espírito tem o livre arbítrio. Optar ou não pela encarnação. Você não quis passar esse dilema.


CAPÍTULO NOVE – PALAVRAS DURAS
Você foi medroso. Seu amigo não recusou o convite. Reencarnou visando à evolução espiritual.
Chega Grilo! Não sabe o que está falando! Você está enganado! Fala um monte de asneira.
Você está com ciúme do seu amigo ter reencarnado e isto está lhe deixando muito mal!
Quer saber?! O que sente pelo seu amigo é inveja e não uma amizade verdadeira.

Com as duras palavras do Grilo o espírito sem luz prostrou-se. Joaninha continuava sua oração.
Chorando muito, o espírito sem luz confirma tudo o que o Grilo Falante dissera com firmeza.
Você está certo em tudo! Fui um covarde! Joguei pela janela minha chance de reencarnação!
Isto me entristeceu e me entristece bastante. Com a culpa, o ódio assumiu com toda realeza.

Sou tão covarde que vim descontar minha ira em seres pequenos como fadas, Joaninha...
Fui mexer com seres do meu tamanho fui derrotado. Agora o fracasso no meu peito aninha
junto à tristeza, impotência e a certeza de que minha evolução está longe de acontecer.

Quando todos estão em silencio, escutam a voz da Joaninha terminando sua sincera prece.
Obrigada papai do Céu nada de mal aconteceu a mim, ao Grilo e à alma que o medo adoece.
Com o choro no fim o espírito sem luz afirma que em seu coração agora está apenas o sofrer.

O Filho da Poetisa

GLORINHA, A GAIVOTA


Olhei para o céu e vi uma ave ignota,
só por prazer a mirei com minha espingarda de sal,
quando caiu é que percebi que era uma gaivota,
diferente das demais por ter belas asas de cristal.

Por que eu tive esta idéia pra lá de idiota
de abater sem motivo algum o inocente animal?
Pela aparência rara só pode ter vindo de uma terra remota
e ainda não sei o motivo dela está fora do seu habitat natural.

Para acabar com o sentimento de culpa, resolvo cuidar da ave.
Mais com remorso fiquei ao saber que o estado dela era grave.
Chamei veterinário, pai de santo, tudo para salva-la, não ficar mal nesta estória.

Com a ajuda terrena e divina a situação foi contornada.
O bichinho acabou ficando apenas com a asa direita quebrada.
Por ter saído do sufoco e do remorso, dei o nome de gaivota de GLÓRIA.

P.S.: Poema em solidariedade à Glorinha Gaivota

O Filho da Poetisa

SÃO JORGE E O DRAGÃO


CAPÍTULO UM – O INFERNO

Aaattchiimm! Pra quem espirrou, saúde! Muito obrigado!
Gente do céu! Depois do espirro bateu um cheiro forte de queimado...
Nossa, que horror! Tudo aqui no meu terreiro está tostado!
O negócio aconteceu agora! Está tão quente aqui que me sinto abrasado!

Parece que o meu terreiro virou de uma hora pra outra um inferno,
Sem capetas e aquele cheiro insuportável de enxofre eterno.
Sabe o que parece? Parece que o sol desceu para expulsar de vez o inverno.
Vendo tudo isso eu fico muito estarrecido e com esta situação me consterno.

Entrei em casa correndo e fui direto desesperado para o banheiro
visando derramar uma enxurrada de água fria em meu corpo inteiro
depois abri a geladeira, tomei água gelada e chupei o gelo bem ligeiro.

Abri a torneira por completo, enchi o balde e água no terreiro e a joguei
depois de horas e mais horas o meu terreiro todo com a água alaguei
e só assim, com muito custo,o imenso calor do meu lote, tirei.

CAPÍTULO DOIS – “SHERLOCK” GRILO FALANTE

Quem será o responsável, o causador por esse incêndio monstruoso?
Olhando minuciosamente percebe-se que o fogo surgiu por igual, o que é “cabuloso”.
Era para o fogo ter surgido num determinado local e dali ser espalhado, o curioso
é que o fogo surgiu de repente, tomando conta de tudo. Isso é muito misterioso...

Por Thot! Que coisa estranha! Próximo, não muito distante
Da minha casa o que vejo como pista? Marca de pata gigante;
Patas que, se eu não estiver enganado, é de um enorme lagarto. Interessante!
Lagarto descomunal é dragão ou animal pré-histórico. Não pode ser! É muito alucinante!

Animais pré-históricos são da época da origem do mundo. Dragão é da Era medieval.
O que esses ou um desses animais estariam fazendo aqui no mágico Portal?
Animais pré-históricos não foram extintos por um enorme meteoro que caiu na Terra afinal?

Vamos, Grilo Falante, pense! Se tenho como pista lagarto gigante e fogo, só há uma conclusão:
O único bicho enorme parecendo um lagarto e solta fogo que conheço é um dragão;
Já que ouvi espirro antes do fogaréu é lógico deduzir que esta criatura está com constipação.

CAPÍTULO TRÊS – DO IMAGINÁRIO À REALIDADE

Poderosos deuses! Será que não estou ficando amalucado? Não, não pode ser!
O meu terreiro foi vitimado pelo fogo! Está lá para quem quiser com os próprios olhos ver!
Então não estou doido de jeito nenhum, por mais incrível que possa parecer!
Há um dragão aqui no Portal. Tenho que encontrá-lo, evitar que algo terrível venha acontecer.

Quem poderia me ajudar?... O dragão é enorme e eu sou tão pequenino
que sozinho não conseguirei livrar o portal desse cruel e bizarro destino.
Como destruir tal monstro? Não tenho a menor ideia! Nem imagino!
Só sei que estamos correndo um grande perigo. “Curuz” que desatino!

O pior é que se contar pra qualquer um, na minha cara eles vão ri;
com certeza vão perguntar que se algum dragão eu realmente vi
e a zombaria aumentará quando disser que apenas deduzi.

Primeiramente terei que muita calma e muita paciência
para provar a todos dessa besta-fera a sua real existência
e mostrar que o dragão existe, não é fruto da minha demência.

CAPÍTULO QUATRO – NO CALCANHAR DO DRAGÃO

Sendo eu um dragão de tamanho descomunal, aonde iria me ficar?
Floresta ou caverna? Um animal grande assim não será difícil de encontrar.
Se ele for para a floresta ficará mais fácil, dependendo do local, de se camuflar;
por outro lado, mais exposto ao perigo e mais fácil será de capturar...

Ficando numa caverna, o dragão ficará bem mais protegido
principalmente se esta caverna estiver bem alto, lugar difícil de ser atingido,
assim poderá se sentir bem tranqüilo e tendo realmente garantido
a sua total segurança... Preferirá caverna se este bicho for sabido.

Situado bem ao norte da floresta do Portal dos sonhos e da magia
existe uma caverna que servem para os morcegos de moradia
e para expulsá-los de lá, isto para o dragão quase nada custaria.

Vou chamar a Fada Vermelha para me ajudar nesta incrível missão,
por ser minha amiga, me acompanhará ,mesmo não acreditando em dragão,
pois ela tem como teoria de vida de nunca deixar um amigo na mão.

CAPÍTULO CINCO - NA CAVERNA DO DRAGÃO

Faltando quinhentos metros para chegar à caverna, uma grande bola de fogo veio em direção
deles, oriunda de um novo e escandaloso espirro do tal não saudável dragão,
que, como suspeitara o Grilo Falante, estava com uma baita constipação.
Ele adquirira a gripe ao retornar da Lua à Terra, fugindo de uma eterna perseguição.

A Fada Vermelha transformou a imensa bola de fogo numa deliciosa maçã de amor
que deixará para usá-la quando o momento bastante oportuno for...
Graças à magia da Fada Vermelha, o Grilo não está sentindo aquele horrível calor
que o vitimara o primeiro espirro do dragão, quase lhe causando um estupor.

Grilo Falante e Fada Vermelha, não se assustem comigo, podem entrar...
Desculpe-me pelas terríveis labaredas, é que não as consigo controlar
porque estou muito gripado e os meus espirros não querem cessar.

Como você, dragão, sabia os nossos e aguardava desde já a nossa chegada,
Se eu tomei a decisão de vir aqui sem dizer pra ninguém nada
A não ser a Fada Vermelha que foi por mim na última hora convocada?

CAPÍTULO SEIS – CONHECENDO O DRAGÃO

Grilo Falante, sei que você é muito inteligente... este é o seu jeito...
mas temos que quebrar aqui um forte e horrendo preconceito
que o mundo ocidental impôs sobre nós, dragão. Segundo ele o nosso grave defeito
é de estarmos sempre a serviço do mal, idéia esta, por ser mentira, realmente não aceito.

Ouça a verdadeira verdade e guarde para si como uma legítima sabedoria.
O conceito sobre dragão é o mesmo na oriental mitologia
quanto no maravilhoso mundo da antiga alquimia:
Nós, dragões, desempenhamos funções superiores e não baixaria.

Ocupamos, por isso, a mesma posição dos deuses... isto você jamais imaginara.
Praticamos sempre o bem, não praticamos o mal, isso jamais um de nós desejara,
Porém uma imagem falsa e negativa de nós o mundo ocidental de tal forma criara.

Não cabe a mim discutir com você como e o porquê que isto acontecera...
Fada Vermelha, livra-me, por favor, desta gripe que ao meu organismo acometera.
Na mesma hora a constipação da sábia fera por completo desaparecera.

CAPÍTULO SETE – SURGE SÃO JORGE

Tatsu, seu dragão, aqui quem fala é São Jorge, o seu algoz!
Não adianta fingir que não está aí, pois já ouvi a sua voz.
Anda! Saia! Vamos resolver de vez a eterna desavença que existe entre nós,
e assim que matá-lo, arrancarei a sua cabeça com minha espada e logo após.

Se você não vier aqui fora, não tem problema, irei até aí para buscá-lo!
Você já me conhece muito bem e sabe que eu cumpro o que falo.
Vamos! Venha cá pra fora! A sua covardia nesse momento não irá salvá-lo!
Vamos acabar com isto logo, porque estou ávido para derrotá-lo!

Aguarde-me! Já estou indo para aí, uma vez que você não quer sair!
É uma pena que será somente eu que irei exclusivamente assistir
a sua asquerosa criatura diante de mim piedosamente sucumbir.

Quando olha para a caverna, São Jorge vê uma luz vermelha intensa
sair da morada do dragão. Corajosamente o santo guerreiro pensa
somente em destruir o dragão para conseguir sua divina recompensa.

CAPÍTULO OITO – NÃO SOMOS MAL

Esse trem vermelho que eu pensei que era fogo antes de entrar, não é fogo, é bruxaria.
Que estória é esta, seu santo preconceituoso! Você já está me causando antipatia!
Isso que você disse é uma inverdade porque o termo correto é magia.
Ah, não! Nova entidade pagã do mundo da fantasia...

Vou aumentar ainda mais o seu muxoxo. Conosco também está um Grilo, um Grilo Falante.
Meu Deus! Sem querer acabo de entrar no abominável inferno de Dante
e o diabo aqui assume cada forma incrível, impressionante!
Fada Vermelha, Grilo que fala, talvez até de um dragão flamejante!

Bem que o seu Deus disse uma vez que vocês são homens de cabeças duras,
tudo que não conhecem e que existem, vocês creditam ao diabo; faz parte de suas culturas,
com isto às outras realidades são destinadas a elas as demoníacas venturas.

Eu sou uma fada, um ser criado pelo cosmo só para fazer o bem!
Não conheço outra força do que realizar apenas bondade a outrem,
então não é só você que foi criado para dar felicidade a terceiros, há outras além.

CAPÍTULO NOVE – EM NOME DO BEM

Apesar de nossas culturas serem diferentes, representamos à humanidades valores iguais.
Eu sou o dragão Tatsu e sou o sinônimo de dinamismo, bravura e liderança para os mortais,
sou símbolo de abundância e prosperidade ao meu povo... de algum mal, jamais!
Se quisesse lhe fazer alguma crueldade, já lhe teria feito, sou superior a você por demais.

Fugi da Terra para a Lua levando você magicamente comigo
porque o seu desejo cego e desumano em me matar colocava em perigo
toda a humanidade da Capadócia. Eu não sou o seu inimigo,
você é que deu asas a fofoca maldosa, não conseguindo separar o joio do trigo.

O quinto mandamento do decálogo transmitido a Moisés é: não matarás.
Lá não diz que poderá matar dragão, fada ou outro ser que você se julgar capaz.
O oitavo mandamento diz: ao teu próximo (que sou eu), falso testemunho não darás.

Dei-lhe exemplos concretos de que eu, dragão Totsu, não sou um ser maligno,
por isto você acha que me destruir então é um gesto de sua parte digno?
Como pode ser chamado de bem um ser que é capaz de matar outro ser benigno?

CAPÍTULO DEZ – APERTOS DE MÃOS

Por que você acha que estou aqui residindo neste fantástico Portal?
O Pinóquio sendo um boneco de madeira não tinha mente, logo capacidade cerebral,
daí eu surgi, uma vez que ganhou vida, para fazer o papel pra ele desse maquinário mortal
e com ele fiquei até que virou ser humano e passou a ter sua mente e alma afinal.

Insisto! Como o Pinóquio deixou de ser boneco e agora virou gente
Não precisava mais de mim. Agora ele tem o seu livre-arbítrio, é independente.
Eu não possuo nenhuma magia em relação aos habitantes daqui. Sou diferente
e na verdade sou tratado com muito respeito e carinho aqui por qualquer ser vivente...

Sabe por que pedi ajuda a querida Fada Vermelha? Por vocês dois preferirem esta cor;
Oferecendo vocês dois aquilo que gostam, estava dando uma demonstração de amor
e onde há amor a violência em hipótese alguma aparecerá, porque perderá o seu vigor.

Conscientemente convencido de que os três seres mágicos estavam certos,
São Jorge guarda suas armas e num gesto de amizade começam os apertos
De mãos entre os integrantes da estória. Agora sim: Dos males os dois mundos estão libertos.

O Filho da Poetisa

CAVALHEIRO GRILO FALANTE


Irei embora desta Terra Encantada
somente se não me quiseres,
pois no meio de tanta fada
Sou um bendito fruto entre as mulheres.

Antes que alguém venha com alguma conversa fiada,
deixo bem claro que conheço os meus direitos e deveres,
sou um cavalheiro e para mim a coisa mais sagrada
é respeitar e ser solidário a todos os seres.

Dou a palavra de Grilo Falante,
porque ela vale mais do que qualquer assinatura,
dinheiro, cheque, cartão de crédito ou diamante.

Portanto insisto: a ninguém eu desrespeito!
Pode vir até mim qualquer criatura
Que será tratada com atenção, carinho e respeito.

O Filho da Poetisa

UMA FADA COM CIÚME


CAPÍTULO UM - A DESPEDIDA DA FADA AZUL

Meninas, lamento dizer, mas eu estou indo embora,
não aquento mais viver desse jeito assim
num lugar onde o Grilo Falante me ignora
escrevendo poesias para todos, menos para mim.

Vocês não sabem o quanto que a minha alma chora,
Ser desprezada por alguém é realmente o fim,
Confesso-lhes que não entendi nada até agora
O desprezo que tenho do Grilo, já que não fiz a ele nada de ruim.

Até lhe apresentei uma amiga e os dois já iniciaram uma amizade,
ela já virou personagem da estória dele, enquanto que na realidade
nem um verso sequer recebi do nosso ingrato poeta.

Não posso viver com um sentimento negativo nesta terra encantada
E só voltarei aqui quando eu não estiver mais magoada,
Ajo assim porque acredito que esta é a atitude mais correta.

CAPÍTULO DOIS – AINDA UMA FADA RESSENTIDA

Você já conversou diretamente com o Grilo Falante sobre isto?
Não. Ele está sempre muito ocupado. Já escrevi dois textos sobre este tema
E não obtive nenhuma resposta dele. Não tocarei mais com ele nesse assunto.Desisto.
Acredito que jamais saberei ,Fada Azul, qual é realmente o problema.

Não há nenhuma razão pro Grilo Falante me tratar assim, insisto.
Não sei o porquê que ele não escreveu para mim sequer um poema,
eu não sei de fato o motivo pelo qual ele me pegou pra Cristo
Como também não sei o porquê não faço parte do seu esquema.

Vou-me embora, amiga, a decisão já está por mim tomada
E só há um jeito dela ser radicalmente mudada,
Mas isto dependerá só do Grilo Falante exclusivamente.

Não estou pedindo nada que seja assim tão anormal,
Apenas quero que o Grilo Falante me trate igual
Ele trata todo mundo e não dessa forma excludente.

CAPÍTULO TRÊS – O RUMO DA FADA DA LUZ

Fada da Luz, para onde você vai? O lugar você já definiu?
Caso a resposta seja sim, fale! Não nos deixe assim ansiosa!
Fada jady, vou para o planeta terra, para um país de nome Brasil.
Dizem que este lugar tem cada floresta maravilhosa!

Certo! Não diga não para mim, mas eu vou com você, viu!
Fada jady, sei o quanto a nossa amizade é valiosa,
mas não foi o seu coração que o Grilo Falante partiu;
não sei se você suportará ter ao seu lado uma fada tão rancorosa.


O que você disse só reforça o que foi por mim decidido,
uma verdadeira amiga não deixa a outra num lugar desconhecido
como se nada em sua vida de anormal tivesse acontecendo;

iremos juntas. Respeitarei o seu silêncio e/ou momento de solidão,
sempre que você sentir necessidade pode abrir comigo o seu coração
e eu a ouvirei atentamente tudo que você estiver me dizendo.

CAPÍTULO QUATRO – UM POUCO DE MITOLOGIA BRASILEIRA

As fadas chegaram ao Brasil. Nossa que mata mais bonita!
No princípio os indígenas acharam estranhas as criaturinhas aladas.
Como a Fada Luz do Sol era reluzente, consideraram-na filha de Coaraci,
Já que os índios não sabem o que são esses seres mágicos chamados de fadas.

De acordo com a nossa mitologia indígena tupi-guarani
O deus Coaraci é o deus sol que ilumina estas matas e estradas.
A Fada Jady Luapompom, para os índios, seria filha da deusa lua jaci
E desta forma a presença das duas fadas pelas crenças indígenas foram explicadas.

Ainda consoante os indígenas, as duas fadas eram uma da outra irmã.
Tudo estava na santa paz até que apareceu o deus Tupã
Deixando todos, eu disse todos, assustados e com o coração na mão.

Na mitologia tupi-guarani, Tupã é o deus maior
e os índios, além de respeito, sente por ele um grande temor,
pois esta divindade da mitologia brasileira é o deus do trovão.

CAPÍTULO CINCO – CONVERSANDO COM O TUPÃ

Criaturas mágicas oriundas do mundo do homem branco,
se vocês são seres de paz, podem ficar o tempo que quiser na minha terra.
Não sou de medir palavras, sou um deus bastante franco,
se vocês vieram fazer mal ao meu povo, desde já lhes declaro guerra.

Tamanho foi o susto que as fadas ficaram num tom branco
concomitantemente com o medo a voz delas emperra,
outra sensação delas é como se tivessem sido atingido no rosto por um pesado tamanco
por um excelente arremessador que jamais erra.

Dominando o seu medo a Fada da Luz se dirige ao deus maioral.
Deus Tupã, do mundo mágico que viemos só sabemos fazer o bem
nunca, jamais, nos foi ensinado praticar na vida qualquer mal.

Como criaturas mágicas, somos chamadas de fadas, somo de paz,
adeptas do amor, da harmonia, da fantasia e da felicidade;
ver o outro realizado consigo mesmo e em sintonia com o cosmo é que nos satisfaz.

CAPÍTULO SEIS – GARANTIAS DO DEUS TUPÃ

Deus Tupã, deixa-nos apresentar. Meu nome é Fada da Luz
e da minha querida amiga aqui é Fada Jady Luapompom...
A sua terra é lindíssima como eu sempre supus;
como diz os jovens de onde eu vim, ela é tudo de bom!

Pelas suas aparências físicas, ameaça a nós não se traduz.
Ouvi e guardei tudo aquilo que você disse em alto e bom tom,
dou permissão para ficarem aqui por tempo que acharem jus
e podem me chamar utilizando qualquer tipo de som.

Quaisquer seres vivos que estão nos meus domínios são protegidos meus,
não é à-toa que desse mundo aqui sou o supremo deus,
portanto podem ficar tranquilos aqui no Pindorama.

Deus Tupã se despede das duas fadas e desaparece,
os indígenas se ajoelham e dirigem a ele uma prece,
enquanto que as fadas sentem que ficaram livres de um grande drama.

CAPÍTULO SETE – ENQUANTO ISSO NO PORTAL...

Grilo falante! Grilo Falante! Ouça-me com muita atenção, por favor!
O que foi, Fada Azul? O que você tem de tão urgente para me dizer?
As fadas Da Luz e Jady Luapompom foram embora. A primeira disse que você é o causador
Uma vez que nenhum texto sequer para ela você quis escrever.

Dindinha Fada Azul, não acredito! Que coisa terrível! Que horror!
Você sabe que todos são iguais para mim. Não tenho essa de ninguém proteger
inclusive para a Fada Luz fiz um singelo soneto com muito amor.
Não fiz qualquer texto, fiz um soneto, poema que é o mais belo de todos para se fazer.

Não me esqueci dela não. A Fada da luz está mesmo é equivocada.
Ela até me apresentou uma amiga sua bem recatada
e em nós uma sólida amizade começou naturalmente a nascer.

Por tudo que falei, não posso ficar nesta estória como culpado,
sou inocente, Fada Azul! Juro por tudo que é mais sagrado!
Se a Fada da Luz está chateada comigo, é um sério problema que tenho a resolver.

CAPÍTULO OITO – FADA AZUL CONVERSA COM O DEUS TUPÃ

Fada Azul, aonde que as queridas fadas desertoras foram parar?
Pelo que a Fada da Luz me disse, elas foram para o planeta Terra e o país é o Brasil.
Nossa, que lonjura! Fazer o quê! Vou ter que ir lá! Você pode me acompanhar?
Claro que sim! Muito obrigada por me fazer o convite de forma tão gentil.

Nas matas brasileiras, os dois ficam encantados com a beleza do lugar.
Relâmpagos, estrondos fortíssimos, mas como se o céu está limpinho e na cor azul anil?
outra coisa que a Fada Azul e o Grilo Falante não saberão ainda como explicar
é de como de repente do nada um guerreiro indígena na frente deles veio aparecer.

Senhor índio, somos de paz. Eu me chamo Fada Azul e o meu amigo é o Grilo Falante.
Ah, não! De novo não! Mais uma entidade mágica dos caraíbas lá da terra distante...
O que está acontecendo com o mundo de vocês que estão vindo todos para o meu?

Quem não está entendendo nada somos nós! Como assim? O quê que há?
Que estória é esta de todos os habitantes do meu mundo virem para cá?
Tem quatro seres do meu mundo aqui, ou será que de alguém minha mente esqueceu?

CAPÍTULO NOVE – HORA DE LAVAR A ROUPA SUJA

Fada Jady Luapompom e Fada Azul, por gentileza, deixa-me com a fada da Luz a sós
Nada disso! Não tenho nada que falar com este Grilo Falante e vice-versa!
Fada da Luz, está havendo um grande mal entendido entre nós!
E ele só passará se nós tivermos uma ótima conversa.

Não temos o que conversar, Grilo! Umas das atitudes que conheço mais perversa
É o de desprezar alguém, não dando a ele sequer a vez e nem a voz
De participar do mundo no qual você está inserido, mal sabe que após
O tratamento recebido, machuca o outro, e a tristeza deste fica na mente submersa.

Você, Grilo Falante, escreveu belas estórias às fadas e até seres que nem é fada
E na hora que fui lê-las, cadê minha pessoinha? Nem fui sequer mencionada.
Com isto meu carinho por você está diminuindo assim gradativamente.

Pergunto para mim todos os dias: por que pelo Grilo Falante não sou amada,
Se tenho a plena certeza que para ele e para ninguém de mal não fiz nada?
Portanto não quero ficar mais tocando nesse assunto. É muito deprimente!

CAPÍTULO DEZ – COMO NASCE UM TEXTO

Fada da luz, esta confusão toda é por que você está com ciúme? É isso? Entendi direito?
Não me olhe assim, Grilo falante, como se eu fosse tola! Só constatei um fato!
Estou sendo bem sincero: Gosto de vocês e dos outros seres encantados do mesmo jeito!
Pelo que estou vendo terei que fazer a você um pequeno e esclarecedor relato.

Relato de quê, Grilo Falante? Lá vem você passar a lábia; este é o seu grande defeito!
Não fale assim, Fada de Luz!Ouça os meus argumentos e verá que estou sendo sensato.
Você por acaso sabe como um autor escreve o seu texto? Creio que não sabe pelo jeito!
Assim que lhe explicar vai riscar do seu coração a seguinte frase: O Grilo comigo é ingrato.

Escrever é um dom que uma pessoa recebe de um deus chamado de Febo ou Apolo.
Através de uma força iluminadora chamada no senso comum de inspiração,
o autor a recebe e assim pode escrever um texto com terceiros ou solo.

A inspiração, quando ela surge, praticamente nos entrega o texto pronto,
como fizera o arcanjo Gabriel ao ditar para o Maomé o sagrado corão.
O autor só terá o trabalho de materializar o texto no papel sem confronto.

CAPÍTULO ONZE – A PRODUÇÃO DE UM TEXTO

De onde vem a inspiração? Fique tranqüila que eu vou detalhadamente lhe explicar.
Deixa-me lembrar com exatidão desta encantadora e verdadeira estória.
As musas são deusas das artes e seguidoras de Apolo vieram depois se tornar.
Em quantidade de nove, elas são filhas do grande Zeus com a deusa Memória.

Até agora está tranqüilo? Está conseguindo o meu raciocínio acompanhar?
As musas nos concedem a graça de escrever sobre um determinado assunto para nossa glória.
A sensação que temos ao produzir um texto é que ele é um filho que acabamos de ganhar.
Ir contra a inspiração para escrever sobre o tema ou um personagem seria uma luta inglória.

Você não pode me culpar pelo que escrevo. Acho que lhe demonstrei que sou inocente.
Na verdade o autor parece um médium que recebe de um espírito um texto psicografado
sendo usado como um aparelho ou meio de trazer uma mensagem à terra do vivente.

Fada da Luz, você entendeu agora qual é a, na hora de escrever, minha real situação?
Peço-lhe, por favor, que tire do seu peito a minha falsa imagem de sujeito renegado
porque sem dúvida nenhuma não há preconceito ou desigualdade dentro do meu coração.


CAPÍTULO DOZE – RESOLVIDO O TAL ENTREVEIRO

Nossa! Pensei que o ato de escrever fosse complicado apenas para iniciante ou aventureiro!
Pensei que tivesse controle do que escreve, escrevesse o que quisesse, o que bem entendesse.
Jamais pensei que tivesse, na hora de escrever, o autor que se subordinar a um deus primeiro.
Pensei apenas que você não escreveu uma estória para mim por sua pura falta de interesse.

Gostaria, Grilo , que você não mais lembrasse que houve entre nós tal entreveiro
e que você me perdoasse de coração e com todo seu carinho me compreendesse.
A gente que é leiga acha que escrever é um dom e para quem escreve é algo corriqueiro.
Se soubesse dessa realidade sobre o mundo da escrita, jamais faria um julgamento desse.

Esqueça tudo isso que aconteceu, Fada da Luz. Vamos agradecer ao deus Tupã a acolhida
e retornar ao nosso aconchegante e querido Portal de Sonhos e Magia,
pois é lá que reside toda felicidade que há em nossa mágica vida.

Garanto-lhe, Fada da Luz, que você será personagem de uma estória por mim escrita,
Só não tem como lhe dizer quando isto acontecerá e marcar para você um dia;
Só posso lhe garantir que entre outras estórias que escrevi, a sua será também muito bonita.

O FILHO DA POETISA

ZOAÇÃO INFANTIL?!


Ei, menino, quantos anos você tem?
Tenho seis anos.
Conheço uma brincadeira legal...
Você me ensina, tio? Quero aprender!
Tá bom! Dê-me a sua mãozinha.
Vou começar.

Cadê o toucinho que estava aqui?
Não estava segurando nenhum toicinho, não!
Não é assim que responde, menino!
Você tem que responder que o gato comeu.
Mas tio, o gato não come toicinho não!
Gato come rato ou então ração para gato.
Isto é uma brincadeira menino!
Você tem que responder do jeito que estou falando.
Tá certo!

Cadê o toucinho que estava aqui?
O gato comeu.
Isto mesmo, menino! Respondeu certo!
Cadê o gato?
Ih, tio! Sei não! Deve está fugindo com medo de algum cachorro.
Não é assim que responde, menino!
Você tem que falar que foi pro mato.
Mas tio, gato não vai pro mato.
Quem vai pro mato é Maria Chiquinha.
Você, por acaso, não ouviu aquela música de Sandy e Junior...
“O que cê foi fazer no mato Maria Chiquinha
Eu fui no mato buscar lenha, Genaro meu bem...”
Você quer dar uma de engraçadinho, não é menino!
Não tio, não é isto não!
Tá bom! Quando eu perguntar “cadê o gato que estava aqui”
Você terá que falar que o gato foi pro mato.
Tá certo, tio!

Cadê o toucinho que estava aqui?
O gato comeu.
Cadê o gato?
Foi pro mato.
Isto mesmo, menino! Cadê o mato?
Meu pai capinou e colocou pro lixeiro levar.
Nada disso, menino! Você tem que responder que o fogo pegou...
Mas tio, se a gente botar o fogo no mato que o meu pai capinou,
A fumaça vai parar na casa dos vizinhos e eles pode achar ruim com nós.
Você e bobo em menino!
Se eu lhe perguntar “cadê o mato”
Você terá que responder que o fogo pegou.
Tá certo!



Cadê o toucinho que estava aqui?
Ahn... o gato comeu.
Cadê o gato?
Está fugindo... não! Foi pro mato.
Cadê o mato?
Meu pai Ca... não! A água apagou.
Cadê a água?
Eu estava com sede e bebi ela.
Não burrinho! A resposta correta é que o boi bebeu.
Você vai deixar de me dá água para dar pro boi, tio!
Nada disso toupeirinha! É apenas uma brincadeira!
Você terá que responder quando eu perguntar que o boi bebeu.
Tá certo!
Olha, já estou com vontade de parar! De não brincar mais!
Num faz isso, tio! Me ensina!
Tá bom! Vamos lá de novo...

Cadê o toucinho que estava aqui?
Gato comeu.
Cadê o gato?
Foi pro mato.
Cadê o mato?
O fogo pegou.
Cadê o fogo?
A água apagou.
Cadê a água?
O boi bebeu.
Cadê o boi?
Virou carne lá no açogue.
Ah, menino, parei!
Faz isso não tio. Eu não sei!
Ah, que saco!
Quando eu disser “cadê o boi”
Você terá que responder que está amassando trigo.
Mas tio, quem amassa os trigos hoje é as máquinas, meu pai falou.
De novo, menino! Reforço: isto é uma brincadeira.
Tá certo!
Vamos de novo.

Cadê o toucinho que estava aqui?
O gato comeu.
Cadê o gato?
Foi pro mato?
Cadê o mato?
Meu pai... não!
O fogo pegou
Legal, menino, é isto mesmo!
Vou continuar...
Cadê o fogo?
Tio, só pode estar no fogão ou no palito de fóscri.
Ô retardado! Não é esta resposta não!
Segundo, não é fóscri e sim fósforo!
Quando lhe perguntar “cadê o fogo”
Você terá que responder que a água apagou.
Tá certo!
Vamos de novo...

Cadê o toucinho que estava aqui?
Ahn... o gato comeu.
Cadê o gato?
Está fugindo... não! Foi pro mato.
Cadê o mato?
Meu pai Ca... não! A água apagou.
Cadê a água?
Eu estava com sede e bebi ela.
Não burrinho! A resposta correta é que o boi bebeu.
Você vai deixar de me dá água para dar pro boi, tio!
Nada disso toupeirinha! É apenas uma brincadeira!
Você terá que responder quando eu perguntar que o boi bebeu.
Tá certo!
Olha, já estou com vontade de parar! De não brincar mais!
Num faz isso, tio! Me ensina!
Tá bom! Vamos lá de novo...

Cadê o toucinho que estava aqui?
Gato comeu.
Cadê o gato?
Foi pro mato.
Cadê o mato?
O fogo pegou.
Cadê o fogo?
A água apagou.
Cadê a água?
O boi bebeu.
Cadê o boi?
Virou carne lá no açogue.
Ah, menino, parei!
Faz isso não tio. Eu não sei!
Ah, que saco!
Quando eu disser “cadê o boi”
Você terá que responder que está amassando trigo.
Mas tio, quem amassa os trigos hoje é as máquinas, meu pai falou.
De novo, menino! Reforço: isto é uma brincadeira.
Tá certo!
Vamos de novo.

Cadê o toucinho que estava aqui?
Já certei essa tio! Vamos direto no boi!
Tá bom! Cadê o boi?
Está amassando trigo.
Cadê o trigo?
Sei não, tio.
Você tem que responder que a galinha espalhou.
Que galinha, tio?
A galinha da brincadeira.
Tá certo!
Cadê a galinha?
Essa eu sei, tio. Foi botar ovo.
Ô menino inteligente! E cadê o ovo?
Ora tio, o ovo agora virou pintinho,
Só depois a gente vai saber se o pintinho vai virar galo ou galinha.
Pra mim chega, pirralho!
Você está “zoando” comigo!
Não é isto, tio. Se o ovo não virou pintinho, então está na porta da geladeira.
Cheeegaaa! Fui! Tchau, seu menino bobão!

O Filho da Poetisa

CHUVA DE DESENCANTO


CAPÍTULO UM – VAI CHOVER...

Fada das Águas! Vamos embora para a nossa casa,
está vindo uma imensa nuvem negra tomar conta do céu
e quando tomo qualquer chuvinha vem a gripe e me arrasa,
fazendo com que a minha saúde viva num verdadeiro escarcéu.

Tá bom! Tá bom! Vamos sim, minha querida amiga! Fada melada,
estou achando essa nuvem negra muito, mas muito esquisita!
O céu estava limpo, todo azul, com nuvens brancas e de repente surge do nada
uma gigantesca nuvem negra, se assenhora do firmamento e soberana nela transita.

Outra coisa bastante estranha em relação àquela grande nuvem negra
é que ela já surgiu assim, imensa, ocupando o céu do Portal por inteiro,
não seguindo em hipótese alguma por nós a tal conhecida regra

De surgir pequenina e depois juntar as companheiras na abóbada celeste
E aí sim preparando os seres vivos para receberem o aguaceiro
Todas as vezes que acontece no céu um fenômeno tão natural como este.

CAPÍTULO DOIS – UMA CHUVA DIFERENTE

Da nuvem negra desciam, pasmem, negros corações inteiraços,
Depois que eles saíam da nuvem relampejavam muito forte.
O relâmpago partia bem no meio o coração em dois pedaços
Como se fosse um açougueiro usando uma boa faca de corte.

Após cada relâmpago é que vinha da nuvem um trovão,
De novo sendo bem diferente da chuva convencional.
Os corações negros, partidos no meio, ao tocarem os seres vivos então
Faziam com que os mesmos trancafiassem o lado bom e libertassem o mau.

Ninguém do Portal sabia dessa consequência da chuva danosa,
Apenas que estavam diante de um acontecimento surreal
E por isto mesmo cada fadinha saía de sua casa muito curiosa.

O trovão não era um som estrondoso e forte e sim parecia um grito de dor
Saltado por alguém que tivera em seu peito cravado um afiado punhal,
Apavorando quem o ouvia, seja lá ele quem for.

CAPÍTULO TRÊS – AS CONSEQUÊNCIAS DA CHUVA

A Fada Arco-Íris teve as suas sete cores restritas à só uma: cinza.
A Fada Menina de sapeca e contente tornou-se infeliz e ranzinza.
A Fada Sol consubstanciou com a Fada Jady Luapompom virando eclipse lunar.
A Fada Azul tornou-se preta para que nenhuma energia positiva pudesse sair ou entrar.

A Fada Mão de Sol transformou-se em um dedinho de breu.
A fada Dourada virou Fada de Alumínio e se enferrujou.
A Fada Vermelha cujo significado da cor é a paixão que em nosso peito encerra
Continua com a sua cor vermelha, porém para representar o ódio e a guerra.


A Fada Dama Verde rapidamente ficou tão madura que apodreceu.
A Fada Rosa, coitadinha, perdeu a sua cor e com isto empalideceu.
A Fada Melada perdeu todo o seu doce, ficando com o sabor de puro fel.

A Fada das Águas virou vapor e pela nuvem negra acabou sendo absorvida
A Fada Primavera agora é outono para toda sua vida.
A Fada das Flores agora com as flores murchas não pode ser apetecida.

CAPÍTULO QUATRO – CONTINUAÇÃO DAS CONSEQUÊNCIAS...

A fada Cristal tornou-se um mero plástico transparente.
A Fada dos Sonhos virou um súcubo e agora assusta muita gente.
A Fada Ruiva perdeu todo o seu cabelo, passando a ter uma careca reluzente.
A Dona Carochinha transformou-se numa rebelde “aborrecente”.

A Fada Sonson não emite mais nenhum som e sem falar, que agonia!
Ficou ruim o nosso querido e feliz Portal dos Sonhos e Magia.
Agora é uma abertura de tudo que é medonho e cruel em nosso dia-a-dia.
Toda essa negativa inversão era a colossal nuvem negra que produzia.

Todos que eram tocados pelos corações negros e partidos
que desciam da nuvem negra ao chegarem aos alvos pretendidos,
perdiam todos os encantamentos que eles tinham adquiridos.

O ambiente ruim trazia mais negatividade a todos os moradores,
o clima agora ali podia ser resumido a todos os sentimentos de horrores
que todos traziam consigo. Eles só tinham direito de sentir dissabores.

CAPÍTULO CINCO – AINDA AS CONSEQUÊNCIAS...

A fada Cigana de Amor se transformou numa patricinha do tédio.
Até o Grilo Falante tentou evitar os corações negros, mas não teve jeito e nem remédio;
só que ele ficou tão deprimido que perdeu o conquistado assédio
de todos do Portal. No auge da depressão sentia uma vontade enorme de pular de um prédio.

As coisas lá para o lado do Portal estavam tão esquisitas
que ninguém foi para receber as duas novas visitas
que acabaram de chegar. Cadê as coisas bonitas
que estavam nas últimas vezes que passamos aqui? E as fadas benditas?

De onde veio a nuvem que chove corações negros e estes gritos para serem partidos?
Por que as coisas aqui no Portal estão fúnebres parecendo não fazerem sentidos?
Por que será que até agora por ninguém fomos educadamente recebidos?

Perguntas e mais perguntas, hein Gênio! O pior e o mais impressionante:
até agora uma viv’alma sequer nos informou onde mora a Lagarta que agora é Grilo Falante;
se estamos perto do tal inseto ou então quem sabe dele bem distante?

CAPÍTULO SEIS – A CORDIALIDADE DA TARTARUGA

Humano! Oh, Humano! Não posso sair da minha casa, pois se estes corações tocarem em mim
Ai! AI! AI! Não quero nem pensar! Acabarei virando em alguma coisa bastante ruim
Como aconteceram a todos os seres vivos que habitam esse ex-alegre lugar.
vocês dois... Abdala e o ex-Gênio Vingativo. Encolhem-se. Tenho muita coisa para lhes contar.

O Gênio acata o pedido da tartaruga. Os dois agora dentro do casco estão.
Gênio! Abdala! Faz dias que não sei o que é uma boa alimentação.
Estou enclausurado na minha própria casa. Ela é que me protege desses malditos corações.
Podem se livrar do escudo energético. Aqui vocês não são alvos da nuvem negra. Indagações?

Dona tartaruga, antes de entrarmos, avistamos a nuvem e os corações negros descendo
Simultaneamente gritos de dores nossos ouvidos foram recebendo,
Com isto nossos sentidos de proteção viram que algo de muito estranho estava acontecendo
Assim que pisamos neste lugar, o Gênio criou uma redoma que até agora vem nos protegendo.

Num estalar de dedos o Gênio deu a tartaruga toda comida que ela precisava
Para acabar com a fome que sem piedade nenhuma lhe atacava.
Além de uma boa quantidade de água fresca que a tartaruga necessitava.

Enquanto saciava os seus desejos vitais, a tartaruga ia contando tudo em pormenores.
Abdala e o Gênio ouviam tudo atentamente com caras de horrores.
Todos os presentes achavam que o Portal vive hoje os seus momentos piores.

CAPÍTULO SETE - NOVAMENTE O GRILO FALANTE E O GÊNIO

Num estalar de dedos os três personagens foram transportados à casa do Grilo Falante
que ao ver o Gênio Vingativo não teve reação nenhuma, de tão deprimido.
Apenas diz: acabe comigo e satisfaça todo o seu ódio por mim reprimido,
aí siga sua mesquinha feliz vida por ter conseguido algo que para você era tão importante.

Calmo Grilo! Esse Gênio que você conheceu não existe mais. Vim aqui para lhe agradecer
Por tudo de bom que você fez por mim. Deu-me a liberdade e o livre arbítrio para ser feliz;
No entanto nada mais justo do que o seu direito eu possa lhe devolver
De realizar os seus três desejos, Vamos a eles. Qual será o primeiro? Você sabe? Diz!

Tá bom! Vou fingir que credito! Diz o Grilo Falante ainda descrente:
O meu primeiro desejo é que você acabe de vez com esta minha terrível depressão.
Um novo estalar de dedos e a depressão do Grilo some num passe de mágica literalmente.

O Gênio não estava blefando! O Grilo Falante fica feliz completamente.
Posso , Gênio, fazer agora o meu segundo desejo então?!
Que esta horrível nuvem, esses corações malditos e histéricos gritos sumam imediatamente!

CAPÍTULO OITO – UM DESEJO DE BRINDE

Ao som de estalar de dedos o céu volta a ficar azul e as nuvens brancas como algodão.
Terceiro desejo é que todos do Portal voltem a ser o que era antes da maldita nuvem aparecer.
Ao fechar a boca, O Grilo sente uma infinita alegria apossar de todo o seu pequenino coração
os seres vivos do Portal estavam iguais ao Grilo, tão feliz que não sabiam o que dizer.

O Portal dos Sonhos e Magia voltara a ficar novamente lindo,
as cores se destacando na natureza, as águas cristalinas correndo no rio,
a bicharada e as fadas, todos, majestosamente sorrindo.
Como é gostoso ver o Portal livre de todo aquele diabólico mal e sombrio.

Gênio, realmente não sei como lhe agradecer o inesquecível bem que você hoje nos fez.
Que isto Grilo! “Chumbo trocado não dói”! A sala se torna uma risaiada só.
O Gênio agora se sente aliviado com sua consciência tranqüila por toda de uma vez.

Estou me sentindo tão bem que vou quebrar o protocolo e lhe conceder mais um pedido.
Não precisa, obrigado. Estou bastante satisfeito. Fui nos desejos muito bem atendido.Oh,
não faça cerimônia! Sinto que você tem um desejo que é de descobrir quem é o culpado.

CAPÍTULO NOVE – O CULPADO DE TODOS OS MALES

Todos ficam estarrecidos ao descobrir quem pelo todo mal causado é responsável.
Não acredito! Quem construiu a negra nuvem foi você, grande mago Merlin?!
Totalmente sem graça, o mago assume que fora o causador de toda aquela desgraça sim.
Apesar de ser um erro primário, vou justificar o que a princípio parece injustificável.

Estava fazendo uma nova porção do amor, uma vez que a minha estava acabando...
Para nós, grandes magos, isso é corriqueiro fazer, algo assim bem banal.
Sem óculos, deixei-o na cômoda do meu quarto, pedi ao meu aprendiz os ingredientes afinal,
Só que os ingredientes estavam com os prazos de validade vencidos. Eu não sabia quando

Misturei os ingredientes exigidos pela fórmula e estes provocaram uma grande explosão
que veio formar aquela nuvem negra de grande dimensão.
Como ventava muito naquele momento, os ventos a trouxeram para este lugar.

Insisto! Juro que não sabia que os ingredientes estavam vencidos, senão não os teria colocado.
Além de bastante experiente, sou um mago altamente conceituado
e não deixaria o meu respeitado nome no lixo ir parar.

CAPÍTULO DEZ – PEDIDO DE DESCULPAS

Estou aqui neste momento pedindo a todos os seres vivos do portal, desculpa.
Os transtornos por mim causados pela nuvem negra não foi intencional.
O erro foi do meu aprendiz, mas o erro faz parte da aprendizagem, portanto a culpa
Deve ser totalmente credenciado a mim. Confiei no meu aprendiz... falhei como profissional.

Se não tivesse dado cartaz ao comodismo, pegado os meus óculos e lido o prazo de validade,
Com certeza não usaria aqueles ingredientes com o prazo de validade expirado;
Usaria os ingredientes novos, lógico, portanto não aconteceria tal calamidade.
Chamo a responsabilidade. O material é meu. Se perdeu validade deveria por mim ser trocado.

Olha, não há nada que fazer aqui, o Gênio já fez o maravilhosamente meu serviço.
Só me resta agradecer ao Gênio pelo seu gesto solidário e ter resolvido isso.
Como pedido de desculpas, deixo pequeninos e coloridos unicórnios às fadas.

Esses animaizinhos são mágicos e serão delas como novos bichinhos de estimação.
Se precisarem de mim, podem me chamar, pois estarei de vocês sempre a disposição.
Vou-me embora. Não cometerei o mesmo erro. Deixarei minhas coisas mágicas organizadas.

O Filho da Poetisa