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O ASTRO

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APOLINÁRIA, A BORBOLETA AMANTE

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Não, não vou sair daqui...

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sábado, 22 de maio de 2010

UMA FADA COM CIÚME


CAPÍTULO UM - A DESPEDIDA DA FADA AZUL

Meninas, lamento dizer, mas eu estou indo embora,
não aquento mais viver desse jeito assim
num lugar onde o Grilo Falante me ignora
escrevendo poesias para todos, menos para mim.

Vocês não sabem o quanto que a minha alma chora,
Ser desprezada por alguém é realmente o fim,
Confesso-lhes que não entendi nada até agora
O desprezo que tenho do Grilo, já que não fiz a ele nada de ruim.

Até lhe apresentei uma amiga e os dois já iniciaram uma amizade,
ela já virou personagem da estória dele, enquanto que na realidade
nem um verso sequer recebi do nosso ingrato poeta.

Não posso viver com um sentimento negativo nesta terra encantada
E só voltarei aqui quando eu não estiver mais magoada,
Ajo assim porque acredito que esta é a atitude mais correta.

CAPÍTULO DOIS – AINDA UMA FADA RESSENTIDA

Você já conversou diretamente com o Grilo Falante sobre isto?
Não. Ele está sempre muito ocupado. Já escrevi dois textos sobre este tema
E não obtive nenhuma resposta dele. Não tocarei mais com ele nesse assunto.Desisto.
Acredito que jamais saberei ,Fada Azul, qual é realmente o problema.

Não há nenhuma razão pro Grilo Falante me tratar assim, insisto.
Não sei o porquê que ele não escreveu para mim sequer um poema,
eu não sei de fato o motivo pelo qual ele me pegou pra Cristo
Como também não sei o porquê não faço parte do seu esquema.

Vou-me embora, amiga, a decisão já está por mim tomada
E só há um jeito dela ser radicalmente mudada,
Mas isto dependerá só do Grilo Falante exclusivamente.

Não estou pedindo nada que seja assim tão anormal,
Apenas quero que o Grilo Falante me trate igual
Ele trata todo mundo e não dessa forma excludente.

CAPÍTULO TRÊS – O RUMO DA FADA DA LUZ

Fada da Luz, para onde você vai? O lugar você já definiu?
Caso a resposta seja sim, fale! Não nos deixe assim ansiosa!
Fada jady, vou para o planeta terra, para um país de nome Brasil.
Dizem que este lugar tem cada floresta maravilhosa!

Certo! Não diga não para mim, mas eu vou com você, viu!
Fada jady, sei o quanto a nossa amizade é valiosa,
mas não foi o seu coração que o Grilo Falante partiu;
não sei se você suportará ter ao seu lado uma fada tão rancorosa.


O que você disse só reforça o que foi por mim decidido,
uma verdadeira amiga não deixa a outra num lugar desconhecido
como se nada em sua vida de anormal tivesse acontecendo;

iremos juntas. Respeitarei o seu silêncio e/ou momento de solidão,
sempre que você sentir necessidade pode abrir comigo o seu coração
e eu a ouvirei atentamente tudo que você estiver me dizendo.

CAPÍTULO QUATRO – UM POUCO DE MITOLOGIA BRASILEIRA

As fadas chegaram ao Brasil. Nossa que mata mais bonita!
No princípio os indígenas acharam estranhas as criaturinhas aladas.
Como a Fada Luz do Sol era reluzente, consideraram-na filha de Coaraci,
Já que os índios não sabem o que são esses seres mágicos chamados de fadas.

De acordo com a nossa mitologia indígena tupi-guarani
O deus Coaraci é o deus sol que ilumina estas matas e estradas.
A Fada Jady Luapompom, para os índios, seria filha da deusa lua jaci
E desta forma a presença das duas fadas pelas crenças indígenas foram explicadas.

Ainda consoante os indígenas, as duas fadas eram uma da outra irmã.
Tudo estava na santa paz até que apareceu o deus Tupã
Deixando todos, eu disse todos, assustados e com o coração na mão.

Na mitologia tupi-guarani, Tupã é o deus maior
e os índios, além de respeito, sente por ele um grande temor,
pois esta divindade da mitologia brasileira é o deus do trovão.

CAPÍTULO CINCO – CONVERSANDO COM O TUPÃ

Criaturas mágicas oriundas do mundo do homem branco,
se vocês são seres de paz, podem ficar o tempo que quiser na minha terra.
Não sou de medir palavras, sou um deus bastante franco,
se vocês vieram fazer mal ao meu povo, desde já lhes declaro guerra.

Tamanho foi o susto que as fadas ficaram num tom branco
concomitantemente com o medo a voz delas emperra,
outra sensação delas é como se tivessem sido atingido no rosto por um pesado tamanco
por um excelente arremessador que jamais erra.

Dominando o seu medo a Fada da Luz se dirige ao deus maioral.
Deus Tupã, do mundo mágico que viemos só sabemos fazer o bem
nunca, jamais, nos foi ensinado praticar na vida qualquer mal.

Como criaturas mágicas, somos chamadas de fadas, somo de paz,
adeptas do amor, da harmonia, da fantasia e da felicidade;
ver o outro realizado consigo mesmo e em sintonia com o cosmo é que nos satisfaz.

CAPÍTULO SEIS – GARANTIAS DO DEUS TUPÃ

Deus Tupã, deixa-nos apresentar. Meu nome é Fada da Luz
e da minha querida amiga aqui é Fada Jady Luapompom...
A sua terra é lindíssima como eu sempre supus;
como diz os jovens de onde eu vim, ela é tudo de bom!

Pelas suas aparências físicas, ameaça a nós não se traduz.
Ouvi e guardei tudo aquilo que você disse em alto e bom tom,
dou permissão para ficarem aqui por tempo que acharem jus
e podem me chamar utilizando qualquer tipo de som.

Quaisquer seres vivos que estão nos meus domínios são protegidos meus,
não é à-toa que desse mundo aqui sou o supremo deus,
portanto podem ficar tranquilos aqui no Pindorama.

Deus Tupã se despede das duas fadas e desaparece,
os indígenas se ajoelham e dirigem a ele uma prece,
enquanto que as fadas sentem que ficaram livres de um grande drama.

CAPÍTULO SETE – ENQUANTO ISSO NO PORTAL...

Grilo falante! Grilo Falante! Ouça-me com muita atenção, por favor!
O que foi, Fada Azul? O que você tem de tão urgente para me dizer?
As fadas Da Luz e Jady Luapompom foram embora. A primeira disse que você é o causador
Uma vez que nenhum texto sequer para ela você quis escrever.

Dindinha Fada Azul, não acredito! Que coisa terrível! Que horror!
Você sabe que todos são iguais para mim. Não tenho essa de ninguém proteger
inclusive para a Fada Luz fiz um singelo soneto com muito amor.
Não fiz qualquer texto, fiz um soneto, poema que é o mais belo de todos para se fazer.

Não me esqueci dela não. A Fada da luz está mesmo é equivocada.
Ela até me apresentou uma amiga sua bem recatada
e em nós uma sólida amizade começou naturalmente a nascer.

Por tudo que falei, não posso ficar nesta estória como culpado,
sou inocente, Fada Azul! Juro por tudo que é mais sagrado!
Se a Fada da Luz está chateada comigo, é um sério problema que tenho a resolver.

CAPÍTULO OITO – FADA AZUL CONVERSA COM O DEUS TUPÃ

Fada Azul, aonde que as queridas fadas desertoras foram parar?
Pelo que a Fada da Luz me disse, elas foram para o planeta Terra e o país é o Brasil.
Nossa, que lonjura! Fazer o quê! Vou ter que ir lá! Você pode me acompanhar?
Claro que sim! Muito obrigada por me fazer o convite de forma tão gentil.

Nas matas brasileiras, os dois ficam encantados com a beleza do lugar.
Relâmpagos, estrondos fortíssimos, mas como se o céu está limpinho e na cor azul anil?
outra coisa que a Fada Azul e o Grilo Falante não saberão ainda como explicar
é de como de repente do nada um guerreiro indígena na frente deles veio aparecer.

Senhor índio, somos de paz. Eu me chamo Fada Azul e o meu amigo é o Grilo Falante.
Ah, não! De novo não! Mais uma entidade mágica dos caraíbas lá da terra distante...
O que está acontecendo com o mundo de vocês que estão vindo todos para o meu?

Quem não está entendendo nada somos nós! Como assim? O quê que há?
Que estória é esta de todos os habitantes do meu mundo virem para cá?
Tem quatro seres do meu mundo aqui, ou será que de alguém minha mente esqueceu?

CAPÍTULO NOVE – HORA DE LAVAR A ROUPA SUJA

Fada Jady Luapompom e Fada Azul, por gentileza, deixa-me com a fada da Luz a sós
Nada disso! Não tenho nada que falar com este Grilo Falante e vice-versa!
Fada da Luz, está havendo um grande mal entendido entre nós!
E ele só passará se nós tivermos uma ótima conversa.

Não temos o que conversar, Grilo! Umas das atitudes que conheço mais perversa
É o de desprezar alguém, não dando a ele sequer a vez e nem a voz
De participar do mundo no qual você está inserido, mal sabe que após
O tratamento recebido, machuca o outro, e a tristeza deste fica na mente submersa.

Você, Grilo Falante, escreveu belas estórias às fadas e até seres que nem é fada
E na hora que fui lê-las, cadê minha pessoinha? Nem fui sequer mencionada.
Com isto meu carinho por você está diminuindo assim gradativamente.

Pergunto para mim todos os dias: por que pelo Grilo Falante não sou amada,
Se tenho a plena certeza que para ele e para ninguém de mal não fiz nada?
Portanto não quero ficar mais tocando nesse assunto. É muito deprimente!

CAPÍTULO DEZ – COMO NASCE UM TEXTO

Fada da luz, esta confusão toda é por que você está com ciúme? É isso? Entendi direito?
Não me olhe assim, Grilo falante, como se eu fosse tola! Só constatei um fato!
Estou sendo bem sincero: Gosto de vocês e dos outros seres encantados do mesmo jeito!
Pelo que estou vendo terei que fazer a você um pequeno e esclarecedor relato.

Relato de quê, Grilo Falante? Lá vem você passar a lábia; este é o seu grande defeito!
Não fale assim, Fada de Luz!Ouça os meus argumentos e verá que estou sendo sensato.
Você por acaso sabe como um autor escreve o seu texto? Creio que não sabe pelo jeito!
Assim que lhe explicar vai riscar do seu coração a seguinte frase: O Grilo comigo é ingrato.

Escrever é um dom que uma pessoa recebe de um deus chamado de Febo ou Apolo.
Através de uma força iluminadora chamada no senso comum de inspiração,
o autor a recebe e assim pode escrever um texto com terceiros ou solo.

A inspiração, quando ela surge, praticamente nos entrega o texto pronto,
como fizera o arcanjo Gabriel ao ditar para o Maomé o sagrado corão.
O autor só terá o trabalho de materializar o texto no papel sem confronto.

CAPÍTULO ONZE – A PRODUÇÃO DE UM TEXTO

De onde vem a inspiração? Fique tranqüila que eu vou detalhadamente lhe explicar.
Deixa-me lembrar com exatidão desta encantadora e verdadeira estória.
As musas são deusas das artes e seguidoras de Apolo vieram depois se tornar.
Em quantidade de nove, elas são filhas do grande Zeus com a deusa Memória.

Até agora está tranqüilo? Está conseguindo o meu raciocínio acompanhar?
As musas nos concedem a graça de escrever sobre um determinado assunto para nossa glória.
A sensação que temos ao produzir um texto é que ele é um filho que acabamos de ganhar.
Ir contra a inspiração para escrever sobre o tema ou um personagem seria uma luta inglória.

Você não pode me culpar pelo que escrevo. Acho que lhe demonstrei que sou inocente.
Na verdade o autor parece um médium que recebe de um espírito um texto psicografado
sendo usado como um aparelho ou meio de trazer uma mensagem à terra do vivente.

Fada da Luz, você entendeu agora qual é a, na hora de escrever, minha real situação?
Peço-lhe, por favor, que tire do seu peito a minha falsa imagem de sujeito renegado
porque sem dúvida nenhuma não há preconceito ou desigualdade dentro do meu coração.


CAPÍTULO DOZE – RESOLVIDO O TAL ENTREVEIRO

Nossa! Pensei que o ato de escrever fosse complicado apenas para iniciante ou aventureiro!
Pensei que tivesse controle do que escreve, escrevesse o que quisesse, o que bem entendesse.
Jamais pensei que tivesse, na hora de escrever, o autor que se subordinar a um deus primeiro.
Pensei apenas que você não escreveu uma estória para mim por sua pura falta de interesse.

Gostaria, Grilo , que você não mais lembrasse que houve entre nós tal entreveiro
e que você me perdoasse de coração e com todo seu carinho me compreendesse.
A gente que é leiga acha que escrever é um dom e para quem escreve é algo corriqueiro.
Se soubesse dessa realidade sobre o mundo da escrita, jamais faria um julgamento desse.

Esqueça tudo isso que aconteceu, Fada da Luz. Vamos agradecer ao deus Tupã a acolhida
e retornar ao nosso aconchegante e querido Portal de Sonhos e Magia,
pois é lá que reside toda felicidade que há em nossa mágica vida.

Garanto-lhe, Fada da Luz, que você será personagem de uma estória por mim escrita,
Só não tem como lhe dizer quando isto acontecerá e marcar para você um dia;
Só posso lhe garantir que entre outras estórias que escrevi, a sua será também muito bonita.

O FILHO DA POETISA

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