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O ASTRO

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APOLINÁRIA, A BORBOLETA AMANTE

APOLINÁRIA, A BORBOLETA AMANTE

Não, não vou sair daqui...

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domingo, 29 de agosto de 2010

SEKHMET – A DEUSA DO CASTIGO

CAPÍTULO UM – O SONHO DIVINATÓRIO

Nossa ! Que sonho horrível! Cruz! Sonhei que o meu amigo Dom Ratão
estava bem aqui mesmo em nosso querido Portal dos Sonhos e Magia
e a boa anfitriã Fada Arco-íris o recebeu com muita, mais muita alegria
por ter a plena certeza de que tenho por esse rato um amor de irmão.

Depois de tão calorosa, simpática, determinada e festiva receptividade,
Dom Ratão se transforma repentinamente num imenso e terrível gato
que só faz espalhar o terror. Parecia que tudo no sonho era algo nato.
Lembro-me direitinho desse sonho. O gato agia com muita crueldade.

Conheço muito bem Dom Ratão. Ele não é cruel, assassino, sanguinário.
Dom Ratão tem bastante lábia, é malandro, é um grande trambiqueiro,
faz qualquer traquinagem, qualquer tramóia para conseguir o seu dinheiro.

O engraçado é que na vida real está morto e enterrado esse rato ordinário.
Outra coisa absurda é a presa (rato) se transformar no seu cruel predador
e depois sair pelo Portal disseminando tudo que é típico de ato de terror.

CAPÍTULO DOIS – DECIFRANDO O SONHO DIVINATÓRIO

De uma coisa tenho certeza: esse sonho deixou-me a sensação de que algo ruim vai acontecer.
Eu vou conversar com as minhas amigas Fadas e pedir cada uma delas um palpite ou sugestão.
Depois de ouvir as fadas uma por uma, trocar ideias e dar-lhes do mundo toda minha atenção
É que terei a plena consciência daquilo que seja realmente certo e eu deva de fato fazer.

Novamente o Mago se transforma em Grilo Falante e sai pensativamente de sua residência.
De todas as Fadas que ouviu sobre o sonho, a Fada dos Sonhos foi a criatura mais coerente.
Ela disse: Grilo Falante, se o seu amigo se transforma num enorme gato assim de repente,
Não é interpretação do sonho, pois eu não sei fazer isso, apenas ouço a voz da experiência,

Ou o Dom Ratão é um poderosíssimo mago ou então ele é uma importante divindade.
Um gato grande poder ser uma onça, um tigre, um leopardo quiçá até um feroz leão.
Seu raciocínio está correto Fada dos Sonhos; agora já tenho uma plausível interpretação.

Se nós trocarmos então propositalmente do gigantesco felino do sonho a sua sexualidade
Poderemos dizer que seria uma grande gata, uma onça, uma tigresa ou leoa. Isso me arremete
Associando ainda com a onda de pavor a pensar somente nessa poderosa deusa: Sekhmet.

CAPÍTULO TRÊS – CONVOCANDO A UMA ASSEMBLEIA

Fada dos Sonhos, muito obrigado por me ajudar a entender o meu sonho,
é com base nele que eu quero convocar a todos os seres vivos do Portal
porque devamos nos preparar muito bem para um acontecimento infernal
que transformará nossa vida, ainda que acordado, num pesadelo medonho.

Grilo Falante, pela sua expressão facial e o seu tom de voz, estou muito assustada!
Você pode me adiantar alguma coisa ou só falará quando todos estiverem presentes?
Prefiro a segunda opção, uma vez que o que eu quero dizer será para todos residentes
onde todos terão que pensar numa solução que numa assembleia será referendada.

Em poucas horas o centro da floresta estava coberta por uma grande multidão
ávida para entender o porquê daquela assembleia e o que será ali decidido.
Quando o Grilo ia iniciar a assembléia, ao olhar para frente, fica estarrecido.

Não é possível! Aquele rato grande e gordo que estou vendo é o Dom Ratão?
Como pode? Ele já morreu cozido numa panela de pressão, todos sabem disso!
Antes de começar a assembleia vou chamá-lo num canto e buscar esclarecer isso.

CAPÍTULO QUATRO – DOM RATÃO

Sabia que ao me ver, você, meu amigo Grilo Falante ficaria bem assustado,
mesmo assim eu lhe peço: pare de me olhar com esses olhinhos tortos,
visto que você conhece Osíris, o deus egípcio supremo da Morada dos Mortos,
e foi por graças ou intermédio dele, sei lá, que eu, Dom Ratão, fui ressuscitado.

Grilo Falante, não estou aqui a passeio. Tenho algo bastante sério para lhe falar,
a pedido dos deuses egípcios, mas lhe direi assim que terminar a assembleia,
Porque alguma coisa me diz aqui dentro que você tem exatamente a ideia
daquilo que os deuses me mandou lhe dizer; disso eu sou capaz de apostar.

Antes do seu pronunciamento, Grilo Falante, dê-me aqui um forte abraço,
pois a saudade de você é muito grande. Vamos !Venha cá, meu amigo!
Depois quero saber tintim por tintim de tudo que aconteceu consigo.

Uma vez que a saudade foi matada, o assunto posto em dia, minhas malas eu faço
e retorno de onde eu vim antes de morrer, das estorinhas da Dona Carochinha...
Nossa! Terei um monte de coisas pra contara todos de lá, inclusive à Dona Baratinha.

CAPÍTULO CINCO – “A PODEROSA”

Seres mágicos do Portal dos Sonhos e Magia! Ouvem-me com atenção!
Eu venho tendo uns sonhos que na realidade são ruins presságios
só através de nossa união e inteligência que amenizaremos esse sufrágio
isso se falarmos, pasmem, que evitaremos o nosso querido Portal de uma extinção.


Todos estavam atentos a fala do Grilo Falante e cada vez mais incrivelmente assustados.
Está vindo para cá uma impiedosa deusa egípcia fugitiva cujo nome é SEKHMET.
Sekhmet é uma deusa muito poderosa e brava, com ela ninguém se intromete,
Nem mesmo os deuses egípcios conseguem lhe causar qualquer tipo de danos.

Ela é a deusa do castigo e quando é pra punir alguém, faz isso sem nenhum dó.
Sekhmet , além da medicina, é responsável pelo poder e divindade da figura do faraó.
Para vocês terem uma verdadeira noção da grande força que essa deusa tem,

Ela fora criada pelo deus supremo dos deuses, Rá, para punir a insolente humanidade.
O homem do antigo Egito estava ignorando, uns até desrespeitando, qualquer divindade;
magoando os deuses .Eles criaram Sekhmet . Deram-lhe carta branca para agir como convém.

CAPÍTULO SEIS - SEKHMET

Reafirmando, a deusa Sekhmet foi criada para punir os maus adeptos e os céticos.
Ela desceria incontinenti ao planeta Terra, ou seja, ao mundo de nós, mortais,
Com esse objetivo; só que a poderosa deusa Sekhmet acabou avançado os sinais
Castigando os céticos e os ardorosos fiéis, levando a medo e sofrimentos frenéticos.

Quando a Sekhmet pune alguém, ela, ás vezes, faz isso com requintes de crueldade.
Coitadinho do pobre mortal que tem a deusa do castigo pela frente como seu algoz!
A dor e o sofrimento impostos a ele será tanta que a vítima não terá nem mesmo a voz
Pois esta fugirá completamente, escondendo-se talvez para sempre na eternidade.

Cansados de tanta perversidade, os homens pedem ajuda ao deus supremo egípcio Rá
Para que a deusa do castigo voltasse ao panteão dos deuses e fosse da Terra retirada,
Porém o deus Rá disse que nem ele e também outros deuses podiam fazer nada.

Numa reunião dos deuses, eles descobriram um jeito infalível de tirá-la de lá. Em nome da fé,
haveria uma festa à Sekhmet na Terra, uma taça de sangue vermelho humano ela iria bebê-la
ao lhe ser oferecida, só que o drinque era um vinho com sonífero (um “boa noite Cinderela”).

CAPITULO SETE – A DEUSA LEOA

O plano foi executado com total sucesso. A raça humana agora se sentiu aliviada.
Voltando à Sekhmet, ela é uma deusa que tem a cabeça de leoa num corpo de gente.
No último dia de cada ano a deusa do castigo é invocada por um mago, religiosamente,
para que o faraó tenha sempre o poder divino e a figura dele por todos seja endeusada.

Nesse ritual,l o mago recita palavras dirigidas a ela sobre um tecido de linho fino.
Oferece-lhe pão, cerveja, além de um cheiroso e um ótimo incenso queimar.
Logo em seguida pega esse linho fino, dá-lhe doze nós, cada um difícil de desatar;
depois o mago dá esse linho cheio de nós a alguém, livrando este do castigo divino.

Sekhmet está vindo para cá, não sei qual é o motivo, sem ser invocada por mim,
portanto não tem jeito de preparar e entregar para todo mundo o sagrado linho.
Se não quisermos ser castigado, não sei como, teremos que seguir outro caminho.

No momento para fugir da punição da deusa Sekhmet teremos que agir assim:
toda vez que nos dirigirmos a Sekmet, a mesma deve ser por nós referenciada
devemos orar aos deuses egípcio . Assim sendo conosco não acontecerá nada.

CAPÍTULO OITO – EI-LA

Belíssima explicação, nem eu faria melhor Grilo Falante, ou devo dizer Mago Teófilo?!
Vendo o Grilo Falante abandonando a sua forma de inseto e assumindo a forma humana,
os seres do Portal ficam todos surpresos. Mago Teófilo, você a mim e mais ninguém engana
e vou mais além: Teófilo é um grande e poderoso mago, justíssimo, tranquilo e bibliófilo,

Poliglota, escritor, apaziguador, inteligentíssimo e pelos deuses Apolo e Thot protegido.
Sagaz, competente, educado, generoso, humilde, compreensivo, sistemático e esotérico,
traz consigo a serenidade no seu rosto jovial. Nunca vi na vida o Mago Teófilo colérico.
Todos que estão na sua presença são dignos de sua proteção sendo ou não por ele querido.

Já que o Mago Teófilo falou tudo sobre mim, pergunto: há alguma coisa para eu explicar?
Fada Atrevida iria fazer sua costumeira implicância quando a esperta Bruxa Maroka,
Com uma forte presença de espírito, veio e lhe tampou rapidamente a pequenina boca,

Cochichando no ouvido da fada: você está doida? Quer ser extinta ou um castigo ganhar?
Não prestou atenção no que dissera o nosso amigo Grilo falante ou o Mago Teófilo, sei lá!
Essa maldita deusa egípcia é tudo de ruim que hoje em nosso mundo encantado há.

CAPÍTULO NOVE – O PRIMEIRO CASTIGO

A presença daquela poderosa deusa tirana faz a Fada menina copiosamente chorar.
Por que você está chorando, minha flor? Até o presente momento motivo você não tinha,
mas vou lhe dar um. Estalando os dedos, a boneca que a Fada Menina segurava se esfarinha...
se você continuar chorando à-toa, será assim que as suas outras bonecas irão ficar.

Criaturas deste mundo encantado, entendam somente uma coisa: Sekhmet agora é a lei.
Não pensem jamais em faltar com respeito para comigo ou então vir me enganar,
meu nome em egípcio significa PODEROSA, isto quer dizer que quem me confrontar
vai se arrepender de ter nascido, porque nenhum pouco de dó desse infeliz terei.

Mago Teófilo, o seu castelo será a partir de agora uma das minhas muitas moradas.
Nem mesmo você poderá entrar nele sem o meu total consentimento, compreendeu?
Você irá morar no seu laboratório a espera de me servir quando for solicitado, entendeu?

Agradeça a minha benevolência por não destruir os seus livros e outras bagulhadas.
Obrigado pela sua bondade, ó deusa poderosa! Saiba que estarei sempre a sua disposição.
Permita-me levar a fada menina embora porque ela esta muito assustada com essa situação

CAPÍTULO DEZ – OS PLANOS DA DEUSA SEKHMET

Concedo-lhe mais essa benevolência. Aconselho-o a ensinar à fadinha educação e respeito
porque se ela fizer qualquer coisa que me contrarie, a fadinha me dará todo direito
de corrigi-la consoante a minha ira e você sabe que é bem curto o meu estopim.
Agradeço-lhe pelo conselho e lhe garanto que vou segui-lo ao pé da letra sim.

Pode ficar tranquila, ó deusa Sekhmet! A fada menina não lhe causará nenhum problema,
para o bem dela, o meu, de sua divindade, e de todos que habitam o nosso ecossistema.
Digo a senhora ,deusa toda poderosa, de forma resoluta: pode confiar em mim.
A Fada Menina ficará comigo no meu laboratório quietinha como um anjinho enfim.

Será vexatório para você, um grande mago, não dar conta de cuidar de uma piralha.
Sobre a fada menina considero assunto encerrado. Minha intenção aqui não é batalha,
porém se vocês me contrariarem ou quiser me enfrentarem não hesitarei , declararei guerra.

A minha estadia aqui é temporária, não sei quanto tempo, mas no momento exato
deixo o Portal dos Sonhos e Magia, vou cumprir aquilo que pretendo fazer a anos de fato:
Vingar-me daqueles idiotas mortais que habitam ignorantemente o planeta Terra.

CAPÍTULO ONZE – A BELINHA ADORMECIDA

Através da magia, o laboratório do mago foi afastado do castelo a cem metros de distância.
Isso aconteceu porque a deusa do castigo queria manter sua sagrada privacidade;
consequentemente o Mago Teófilo acabou tendo a sua também para a sua felicidade,
apesar da vontade dele para deusa Sekhmet não ter mínima importância.

Apavorada com tudo que estava acontecendo, Fada Menina parecia um zumbi em miniatura.
Fada dos Sonhos fez à infante dormir e o Mago criou um Anjo Azul para zelar pela Fadinha.
Vamos manter a Fada menina dormindo até acabar esse maldito inferno todo, coitadinha...
quando tudo passar, ela achará que foi um pesadelo e voltará com toda sua desenvoltura.

Grilo Falante ou mago Teófilo, como devo lhe chamar a partir de agora, meu amigo?
Fada dos Sonhos, essa minha nova identidade... tenho uma explicação razoável para ela,
só que para explicá-la vai demandar muito tempo, no momento temos que nos livrar daquela

deusa que está expondo o Portal dos Sonhos e magia à tirania e a constante perigo.
Chama-me do que você quiser querida Fada! Mago Teófilo ou se preferir Grilo Falante,
Sendo minha querida amiga assim como outras fadas esse detalhe é o menos importante.

CAPÍTULO DOZE - A PREOCUPAÇÃO DA DEUSA DAS FADAS

Mago Teófilo! Mago Teófilo! Por favor, me desculpe por invadir assim o seu espaço,
mas é que eu estou precisando de mais de conversar sério e urgentíssimo consigo.
Estive com os deuses egípcios, disseram-me que você é capaz de nos tirar desse perigo.
Eu sei, Fada Rhiannon,estou pensando muito no caso, mas ainda não sei o que faço ...

Não há como tirar a deusa leoa daqui na marra. Primeiro, a deusa Sekhmet é indestrutível;
segundo é que se isso acontecer, ela vai fazer surgir no Portal terríveis pragas e/ou pestes
que disseminarão muitas mortes, muitas dores. Como vamos viver com sofrimentos destes?!
Por enquanto a única alternativa é obedecer à deusa Sekhmet em tudo que for possível.

Aqui estão os sagrados papiros que contém as orações dos deuses do mundo mitológico.
Peça as fadas, mesmo não querendo adorar os deuses egípcios, que elas rezem para eles
porque, por enquanto, somente as orações ofertadas aos deuses salvarão as nossas peles.

Não provoquem a deusa Sekhmet e nem batem de frente com ela, este gesto é ilógico,
no mínimo quem o fizer estará praticando em sã consciência uma tentativa de suicídio,
pois o ataque da deusa Sekhmet é mais letal do que o mais perigoso e peçonhento ofídio.

CAPÍTULO TREZE – UM PRESENTE À DEUSA SEKHMET

Pelos deuses! Anjo Azul, acredito que acabo de ter uma idéia ma-ra vi-lho-sa!
Na cidade de Lídia, da Grécia antiga, há uma moça, uma fantástica tecelã
cujo nome é Aracne. Quem vê o trabalho dela na mesma hora vira maior fã
acreditando que a técnica da moça foi aprendida de alguma deusa, de tão esplendorosa.

Peço-lhe o seguinte favor: vai até a cidade de Lídia, traga essa grande tecelã para cá.
Sendo a deusa Sekhmet muito vaidosa, vou mandar fazer pra ela um vestido encantador.
À deusa do castigo se sentirá tão fascinada com o presente e o meu gesto de amor
que para esta vestimenta em momento algum dizer um não a deusa Sekhmet ousará.

Enquanto você, Anjo Azul, vai para Lídia, eu conversarei generosamente com a deusa leoa.
Tenho certeza de que a deusa Sekhmet ficará tão feliz que aceitará o presente numa boa
O tal agradozinho que eu intencionalmente quero e vou mandar imediatamente fazer.

Saiamos da teoria e partamos para a ação rapidamente, meu solidário anjo
O resto pode deixar comigo que um jeitinho para que tudo saia bem eu arranjo
E depois só nos resta cruzarmos os dedos com muita fé no coração e torcer.

CAPÍTULO CATORZE – FELIZ DA VIDA SEKHMET DIZ SIM

Mago Teófilo, espero que você tenha um grande motivo para vir me importunar!
Ó poderosa deusa Sekhmet! Faz uma semana que a senhora está aqui com a gente
e para demonstrar à grande divindade a alegria de tê-la na minha vida presente,
resolvi mui respeitosamente um agrado lhe fazer: um lindo vestido que a senhora vai amar.

Com medo de que a minha idéia não lhe agrade, eu decidi então não lhe fazer surpresa.
Mandei o meu ajudante, Anjo Azul, buscar Aracne, uma excepcional tecelã e costureira
que lhe fará um vestido seguido de uma coroa de rosas, extraída da mais bela roseira.
Caso a poderosa deusa não aceite, assim que a moça chegar a dispensarei, com tristeza.

Aí lhe pedirei mil perdões e que não me castigue por esta minha ousadia sem fim;
uma vez que eu tive a mais pura intenção é lhe mostrar que a venero, deusa leoa,
e ficarei com uma tremenda raiva de mim por minha tentativa fracassar assim à-toa.

Visto que é uma demonstração de carinho para comigo, só posso, mago, lhe dizer sim.
Obrigadíssimo, magnânima deusa! Uma felicidade indescritível agora em mim ressoa.
Como não quero decepcioná-la, pedirei à Fada das Flores para lhe fazer a majestosa coroa.

CAPÍTULO QUINZE – O VESTIDO

Deusa egípcia, chamo-me Aracne,sinto-me honrada em fazer para senhora um vestido!
Aqui estão os panos para que possa escolher aquele que está adequado a seu gosto.
Os tecidos que trouxe são os que existem de mais sublime hoje em dia. Eu aposto!
Daqui a três dias o presente que o fiel Mago Teófilo encomendou estará concluído.

Lindos tecidos! Não foi à-toa que sua fama é enorme! A deusa já escolheu o tecido dela?
Escolheu sim, Mago. Vou já começar o meu trabalho para entregá-lo no prazo combinado.
Você é que é a costureira, mas gostaria que o vestido fosse por este pano preto forrado.
Não tem problema. O pano combina com o tecido que a deusa escolheu para o vestido dela.

Aracne, só coloque o pano preto como forro quando o vestido tiver terminado, entendeu?
O vestido da deusa egípcia que o senhor encomendou será feito consoante a sua vontade,
Porque para mim o que interessa é que a vestimenta saia com excelente nível de qualidade.

Na hora certa você e a deusa Sekhmet entenderão o motivo desse curioso pedido meu.
Para encerrar de vez este assunto, antes de deixá-la, quero lhe confiar uma verdade:
O tecido preto não é um pano comum e sim especial e como quero agradar a divindade...

CAPÍTULO DEZESSEIS – A COROA DE FLORES

Ó poderosa deusa Sekhmet! Muito obrigado por ter aceitado o meu humilde convite,
como não conheço o gosto da senhora, fiquei com medo da deusa não gostar da coroa;
talvez não gostasse das rosas selecionadas por mim e como quero ficar consigo numa boa,
Assim como todas as fadas do Portal, peço-lhe que escolha as rosas e no que falei, acredite.

Sekhmet escolheu rosa de tudo que é cor. Quero que você ao fazer a coroa intercale as cores.
A senhora leu o meu pensamento, deusa Sekhmet! Essa era mesma a minha real intenção!
Quando Aracne me disse do tecido escolhido pela senhora, esta, de fato, era a melhor opção.
Exatamente! Estou querendo retornar ao castelo. Vamos embora então, Fada das Flores?!

Vamos sim! As rosas foram muito bem escolhidas pela senhora. Trabalho encerrado aqui!
Fada das Flores, responda-me: cadê aquela fada que é ainda uma pequena menina?
Ora vou ser honesta com a senhora. Ela foi levada dormindo pelo Mago que eu vi.

Aconselhamos a fadinha a ficar longe da deusa, uma vez que ela é muito traquina,
quando ela sair da mão do Mago, será uma lady, a grosseria dela morrerá ali,
Com isso a Fada Menina, acredito eu, terá agora pela frente uma cor- de- rosa sina.

CAPÍTULO DEZESSETE – A ENTREGA DO PRESENTE

É chegada a hora. Sekhmet estava ansiosa para ver como ficaram os seus presentes,
Também estava aflita para ver como eles ficariam no seu corpo. Imaginava-os perfeitos.
Quando os recebeu do Mago Teófilo, abriu os presentes e saiu à cata de possíveis defeitos.
Vocês duas, Fada das Flores e Aracne, estão de parabéns! Vocês duas são muito competentes.

Mago Teófilo, lindos os dois presentes. Eles são dignos de mim. Vou usá-los imediatamente.
Minutos depois de usar a nova vestimenta, começa funcionar o plano que o Mago arquitetou.
O que está acontecendo comigo? Não estou me sentindo bem! Muito fraca parece que estou.
Mago Teófilo, não fique aí parado, sua lesma! Aja rápido!Tira-me desta situação deprimente!

Eu não posso, deusa Sekhmet, daqui a pouco será sua hora de retornar à sua antiga morada.
Thot me deu um manto negro da Morada dos Mortos, disse-me pra eu usá-lo com sabedoria
Usa manto lá, em almas que querem sair à força da Morados dos Mortos. Ele Suga a energia

De quem com ele entra em contato. Sem energia, o espírito paralisa, não consegue fazer nada.
A senhora ficará assim estática por um determinado período, não sei precisar o tempo certo.
De uma coisa eu sei: quando esta paralisia cessar, não quero nem em sonho estar perto!

CAPÍTULO DEZOITO – ENCOMENDA AOS DEUSES

Você me paga, Mago Teófilo! Acertarei as minhas contas com você até no fim do mundo!
O Mago gela-se todo. Recupera-se depois e diz: futuro é algo que pode acontecer ou não.
Sekhmet mostra todo o seu ódio através do olhar, já que ela está em estágio de vegetação.
Uma hora após, nem força para olhar mais tem. A deusa egípcia entra num coma profundo.

Anjo Azul, vá ao laboratório porque a pequena Fada Menina deve acordar daqui a pouco.
Fada das Flores, ajuda-me aqui! Tire o jarro desta mesa. É nela que a deusa Sekhmet ficará.
Ela não corre risco de morte. A deusa é indestrutível. Irei para o quarto de oração que aqui há.
Pedirei aos deuses para virem buscar Sekhmet e aí sim, poderei afirmar que saímos do sufoco.

Obrigado, Fada das Flores, pela linda coroa. Caiu como uma luva. Digno de uma deusa felina.
Aracne, não sei como lhe agradecer. Atrevo-me a dizer que você é a semideusa da costura.
Se o vestido não fosse mesmo divino, a deusa Sekhmet não cairia no meu plano por ventura.


Fadas das Flores, ainda vai chegar a hora em que lhes contarei a minha vida e minha sina.
Agora não é o momento; mas numa hora oportuna darei toda explicação que me compete.
Agora com licença! Os deuses Rá e Osíris já estão aqui para levar embora a deusa Sekhmet.

O FILHO DA POETISA

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

SONETO GENETLÍACO À FADA DAS FLORES


A natureza hoje está mais colorida.
As plantas estão repletas de cores.
Sabe quem completa anos de vida?
É a nossa querida Fada das Flores.

É verdade mesmo, minha gente!
Já estava passando despercebido.
Quem aniversaria merece presente,
ainda mais sendo um ser tão querido.

Feliz aniversário, amiga Fada das Flores,
desejo-lhe do fundo do meu coração
que você tenha só coisas melhores

na sua vida como paz, saúde, alegria,
fé em Deus e dinheiro de montão,
além de um viver repleto de poesia.

O FILHO DA POETISA

P.S.: Esse poema foi um presente meu à Fada das Flores pelo aniversário da mesma.

A ESTÓRIA QUE SEI DA DEUSA DAS FADAS RHIANNON


O que vocês chamam de Rainha das Fadas, Rhiannon,
conheço-a pelos outros nomes que você não faz idéia...
no mundo que sei da mitologia greco-romana, bom!
Ela é chamada de Perséfone, Prosérpina ou Coreia..

Perséfone e nessa mitologia a jovem deusa da fertilidade,
filha da deusa Deméter ou Ceres, deusa da agricultura,
com o deus Júpiter ou Zeus, o deus supremo da divindade;
Prosérpina passou na sua vida uma triste ventura.

Num belo dia quando Coreia estava colhendo lindas flores
ela fora raptada pelo deus do inferno, Hades ou Plutão;
o que fez a sua mãe Deméter ou Ceres sofrer horrores.

Ceres pediu a Zeus que tirasse Perséfone lá do inferno,
como a moça comeu seis grãos de romã ferindo a condição
dada por Zeus à libertá-la foi condena ser esposa de Hades por todo eterno.

O FILHO DA POETISA

domingo, 15 de agosto de 2010

O DUENDE AMBICIOSO

CAPÍTULO UM – PERDENDO A VIAGEM

Esperem um pouco, Fadas! Para onde vocês estão indo?
Boa tarde, senhor duende! Eu e a Fada Arco-Íris iremos visitar o Mago.
Fada de Luz! Fada Arco-Íris! Acho melhor dessa ideia irem desistindo
porque o Mago não se faz presente, porém um convite lhes trago.

Convido vocês irem à minha casa, tomar um chazinho agora,
até bom que vocês descansam um pouco, me fazem uma visita.
Depois que tiverem revigoradas, aí sim, vocês irão embora.
O que acham do meu convite? Não veio numa hora bendita?

Olha, já perderam a viagem mesmo! Será que as duas me farão esta desfeita?
As fadas olham uma para outra e respondem uníssonas: tá bom, a gente aceita.
Os três então seguem felizes a tomar o chá da tarde tendo o duende como patrono.

O chá quentinho veio acompanhado de deliciosas torradas
Além de nela estar embutida um forte sonífero que fez com que as fadas
Caíssem imediatamente num pesadíssimo sono.

CAPITULO DOIS - A GALINHA DOS OVOS DE OURO

Ao acordar do fortíssimo sono, Fada Arco-Íris se surpreende.
Ela estava colocada numa caixa pequena de vidro transparente.
Apavorada com a situação, Fada Arco-Íris grita: duende! Duende!
Tira-me já daqui! Por que você está fazendo isso com a gente?

O duende solta uma gargalhada gostosa. Você será minha galinha de ovos de ouro.
Espere um pouco! Não estou entendendo nada, seu duende! Como assim?!
Como você é ingênua, Fada Arco-Íris! Graças a você terei enfim o meu tesouro;
afinal a gente não encontra um pote de ouro quando um arco-íris chega ao fim?

“Pode tirar seu cavalinho da chuva”! Não alimentarei de jeito algum a sua ganância.
Fada Arco-Íris, menos, menos!Acho melhor deixar de lado a sua petulância!
Se você não fizer o que estou lhe mandando a sua amiga, Fada de Luz, morre.

Observe! Sua amiguinha está noutra caixa de vidro com um manto negro perto.
Fada Arco-Íris, a cor preta representa no mundo ocidental ausência total de luz, certo?
Cobrindo com ele a caixa, o manto mágico sugará a luz de sua amiga, fazendo-a perecer.

CAPÍTULO TRÊS – EM DESVANTAGEM

Se a fada de Luz morrer há outras que poderão ter a mesma sina.
Cito-lhe a Fada Dourada, a Fada Sol, a Fada Mão de Luz.
Esse mantinho mágico absorverá toda luz que a tais Fadas ilumina
e o fim de cada uma delas será em sua vida uma pesada cruz.

Pelos deuses! Onde você encontrou este buraco negro em forma de pano?
Roubei do castelo do Mago. Ele tem cada apetrecho mágico fabuloso...
Chega de blá-blá-blá! O que escolheu? A vida da Fada de Luz vai pelo cano
ou você me torna um duende do mundo mágico mais rico e poderoso?!

Infelizmente não tenho outra escolha. Tenho que ceder a sua chantagem,
mas isso terá um fim e quando conseguir reverter a sua vantagem
nós vamos ter uma séria conversa franca de igual para igual.

“Ai que me meda!” A fadinha está me ameaçando?! Que coisa feia!
Fada é para realizar desejo, pregar o amor, e não aquilo que a gente odeia,
portanto o que você falou é apenas uma bravata de cunho emocional.

CAPÍTULO QUATRO – ACORDOU A OUTRA FADA ADORMECIDA

Mesmo ainda sonolenta, ao acordar, a Fada de Luz, percebe algo estranho no ar.
Fada Arco – Íris, tem como me deixar informada de tudo que está acontecendo?
Claro que sim, mas senta primeiro porque sei que você vai se assustar!
Á medida que a Fada Arco-Íris ia falando, a Fada de luz ia cada mais se benzendo.

Amiga, estou passada! O duende parecia ser uma ótima criatura...
Pois é, Fada de Luz! Não passava de um lobo na pele de uma ovelha.
O que vamos fazer, Fada Arco-Íris, para resolver essa desventura?
Ainda não sei o que fazer. O que você me aconselha?

Para fazer um arco-íris você precisará da varinha de condão. Estou errada?
Não, você está certa! Então este será o nosso único e ideal momento.
De posse da varinha você terá que agir rápida e nos livrar dessa enrascada.

Vamos fechar assim: amanhã, na hora que esse asqueroso duende aparecer
e pedir um arco-íris, assim que ele me der a varinha mágica, agirei afinal
com a intenção de libertamos dessa situação chata de doer.

CAPÍTULO CINCO – O PLANO DEU ERRADO

Mal o dia amanhece, o ganancioso duende levanta da cama.
Caminha apressadamente ao quarto onde estão as fadas prisioneiras.
Chegando lá, pega o manto negro, joga na caixa onde fada de Luz está e proclama.
Tome a varinha de condão, Fada Arco-Íris, faça o que lhe ordeno, sem asneiras.

Fada Arco –Íris pega a varinha, aponta-a em direção à Fada de Luz e libera a magia.
O duende misturando raiva com gargalhada tira outro pano preto do bolso.
Fada Arco-Íris ficou muito assustada, pois o pano preto engolira toda a mágica energia.
Não sendo possível livrar a Fada de Luz daquele terrível e escuro calabouço.

O duende joga o paninho negro sobre a Fada Arco-Íris e a enfraquece.
Toma-lhe a varinha mágica da mão e grita bastante irritado.
Fada trambiqueira! Que pretensão mais ridícula essa de me fazer de tolo!

Já que você não quer acatar a minha ordem, dar-lhe-ei o castigo que merece.
Ficará sob pano preto. Sugará a energia, acinzentando o arco-íris deixando-o desbotado.
Vendo o seu grande sofrimento este será o meu grande real consolo.

CAPÍTULO SEIS – TUDO DE NOVO

Já que vocês duas não vão me ajudar mesmo, o jeito é deixá-las aí morrendo lentamente
sob o efeito do pano negro. Quanto às varinhas mágicas, vou quebrá-las ao meio.
Depois olhou as duas fadinhas enfraquecidas com um olhar de fúria, infelizmente.
Logo em seguida, por estar contrariado, saiu do quarto soltando um monte de nome feio.

Idiotas, dentro de um prazo de vinte e quatro horas vocês estarão mortas!
Como pode! Preferem suicidamente a morte a me tornar rico cada vez mais!
Desgraçadas! Deram-me mais trabalho, coisa que duende da minha estirpe não suporta.
Para minha sorte, existem outras fadas com mesmos poderes. Espero que não sejam iguais...

O jeito é sair e ficar esperando outras criaturinhas mágicas semelhantes a elas,
Atraí-las para cá, bancar o bonzinho, logo em seguida surpreendê-las;
Inclusive usando aquelas duas fadas imbecis que mantenho como reféns.

Depois é só pedir e ter todo o tesouro que quiser num só segundo,
Tornando-me o duende mais rico e concomitantemente mais poderoso do mundo.
Nesse momento, eu mesmo, sem modéstia nenhuma, me darei os parabéns.

CAPÍTULO SETE – NOVA AMEAÇA

Por deuses! Sinto vir do Portal dos Sonhos e Magia energias negativas e vibrações alvoroçadas.
Infelizmente isso não é bom sinal. Só há uma coisa que eu deva agora fazer:
ir in locu, ver o que de ruim está acontecendo com as minhas queridas fadas
para depois tomar a decisão mais sábia que para ocasião possa parecer.

Não posso ir como mago. Muitas fadinhas ou seres do Portal não me conheceriam assim.
Por isso o Mago se zoomorfizou no querido amigo delas, o pequenino Grilo Falante.
Como estava saindo do castelo muito, mas muitíssimo preocupado sim,
o caminho para chegar às fadas parecia ainda mais longo e distante.

Olha só quem encontro por aqui! Você é o bendito e amado pelas fadas, o Grilo Falante...
Sou eu mesmo! Como o senhor duende me conhece? Pode, por favor, me explicar?
Em que, para o senhor, eu possa parecer alguém muito importante?

É simples seu estúpido inseto! Tenho um passarinho que adora um grilo crocante,
Portanto , caso você seja incrivelmente tolo e não fizer o que eu lhe ordenar
o meu amiguinho penado terá como refeição da tarde um suculento grilo falante.

CAPÍTULO OITO – MAQUIAVÉLICO

Ah, não! De novo não!Nesse Portal só deve ter criaturas que adota a ignorância como estilo.
Grilo, seu burro! Vou ser bem claro: se não me obedecer, você vai virar comida de passarinho.
Entendeu agora seu, seu sonso! Você não tem magia, não tem tamanho, é apenas um grilo,
nem acompanhado de suas amigas mágicas está, tornando uma presa fácil estando sozinho.

Já que você vai manter a resposta negativa, sua cabeça dura, não me dá alternativa.
Pegou o gorro de sua cabeça e o jogou sobre o Grilo, tornando-o mais novo prisioneiro.
Você é que escolheu o seu triste fim de virar para o meu passarinho comida
mas antes que isso aconteça, quero aumentar ainda mais sua tristeza primeiro.

O duende leva o Grilo Falante onde estão sendo vitimadas suas amigas.
O Grilo chama pelo nome as duas fadas, mas sua atitude foi em vão.
Fadas de Luz e Arco-Íris pareciam estar sobre efeito de imensas fadigas.

Não vou perder meu tempo lhe explicando o que está acontecendo com elas.
Correto! Poupe seu tempo, duende malvado. Sei muito bem qual é explicação.
O manto negro que colocou nas fadas, está sugando toda energia delas.

CAPÍTULO NOVE – PEGO DE SURPRESA

Minha mãe! Esse grilo não é só falante não, é inteligente também!
Seu inseto sabichão! Saiba que agora na minha cabeça você fez estrago.
Como você sabe sobre o Pano preto, se não falei nada dele para ninguém?
Ora, a questão é muito simples. É que na verdade não sou um grilo e sim um mago.

Quando o duende olha em direção do grilo, fica apavorado visivelmente.
Um frio do nada surge na sua barriga. A sua fisionomia de alguém assustado
é porque no lugar do pequeno inseto, o duende ver um ser em forma de gente.
Ainda tenho suas fadas comigo, Mago, portanto fazer mal a mim, não tente.

Suas mágicas amigas estão ainda sobre o efeito dos maléficos panos...
Que panos duende? Estes que estou segurando? O mago os panos no rosto, na mão...
Por tudo que é sagrado! Esse Mago poderoso vai acabar arruinando a mim e meus planos...

Se ele destruir os meus planos não tem importância, mais tarde faço outros, sem problema.
Se ele acabar comigo... não! Não posso deixar acontecer isso comigo não!
Para salvar a sua pele, o duende pensa rápido e monta outro esquema.

CAPÍTULO DEZ – PERSUASÃO

Chorando lágrimas de crocodilo, o duende ganancioso se faz de coitado.
Por favor, seu Mago! Pelo amor que você tem aos seus amados! Não judia de mim!
Sou apenas um pobre duende que passa a vida toda sendo pelos outros humilhado,
Por isso, sem querer, sou obrigado a agir, insisto, mesmo sem querer, assim.

Ajoelho-me perante sua magnitude. Não permita que nenhum mal caia sobre mim.
Reconheço que agi mal ultimamente, mas lhe peço bem humilde: dê-me nova oportunidade!
Tenho a plena certeza de que o senhor Mago poderoso não é da minha laia.
Acredito que você me dará outra chance. Você é Mago, é nobre, quase uma divindade.

Duende, vou lhe fazer uma pergunta e quero que você seja realmente bem franco:
O que farei com estes panos negros? Cobrir-me com ele para eu saborear do meu veneno.
Errou! Se agisse assim não seria um nobre como você disse. Cada pano negro ficou branco.

Branco representa a paz, a união de todas as cores, portanto captação de luz.
As fadas serão cobertas com ele, recuperando-se da saúde de modo pleno,
voltando a viverem felizes, com amor e magia; o que lhe é jus.

CAPÍTULO ONZE

Duende, vamos cuidar do seu caso, uma vez que o das fadas já resolvi.
Mais assustado ainda, o duende se atira aos pés do Mago e lhe implora.
Por favor, seu Mago, eu sei que corretamente com as fadas não agi...
pela primeira vez em sua vida as lágrimas sinceras de arrependimento chora.

Fique de pé, duende! Não lhe farei maldade a não ser que você queira.
Muito obrigado, seu Mago! O senhor tem um bom coração. Não vai se arrepender.
Fiquei a viver errado assim, por ser um sujeito que vive sem eira e nem beira.
Não vou mais seguir o caminho do mal; mas para ter minhas riquezas o que vou fazer?

Está bom seu duende, não aquento mais ouvi-lo falar em acumular riqueza.
Não fique irritado, seu Mago! Para nós, duendes, isso é pra lá de normal;
Pensar em acumular coisas valiosas faz parte de nossa natureza,

de acordo com as nossas fortunas é que temos mais ou menos prestígio social.
Entendi, duende! Pode pedir! O que você deseja para ter e aumentar o seu tesouro?
Para você deve ser simples, Mago. Eu quero ter o dom de tudo que tocar virar ouro.

CAPÍTULO DOZE – O EFEITO REI MIDAS

Não faça isso duende! Há muito tempo atrás um rei fez isso e deu tudo errado!
Lá vem você com estorinha só pra não atender meu pedido. Era bom demais pra ser verdade!
Não é isso duende! Mas você não quer me ouvir! Só me resta satisfazer sua vontade...
faça isso, seu Mago! Garanto-lhe que deixarei o senhor e as suas amigas fadas de lado.

Quando viu que tudo em que tocava virava ouro, o duende era só gargalhada.
Que maravilha! Virei uma fonte inesgotável de riqueza. Mago, muito obrigado!
Feliz , o duende se distrai, bate no vão da porta. Leva a mão à cabeça e vira estátua dourada.
O duende não ouve o não sonoro do Mago. Acaba que pelo próprio veneno é envenenado.

Fada Arco-Íris e Fada de Luz já estavam como antes, totalmente recuperadas.
Encontram-se com o Mago e mostram-lhe as varinhas mágicas quebradas.
Dê-me as varinhas de condão, pois esse problema irei agora resolvê-lo.

Ao tocar nas varinhas, as mesmas ficam inteiriças e voltam funcionar perfeitamente.
Apontando à estátua dourada do duende o Mago diz: olha o que a ganância faz com a gente!
Tudo resolvido. Fadas, voltem em paz às suas casas, enquanto eu voltarei para o meu castelo.

O FILHO DA POETISA

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

PEQUENA NINA


Ela é uma criança travessa
e também muito pequenina
seu nome verdadeiro é Andressa,
mas apelidaram-na de NINA.

Inteligência ela tem de monte
e uma tia de alcunha Cotó,
aprendeu com o tio de Belo Horizonte*
a fazer com as rosquinhas os "olhinhos da vovó".*

Nina é elétrica como um raio
e repete igual a um papagaio
tudo aquilo que a gente faz ou diz.

Nina é uma menina sapeca,
Nina é uma menina boneca,
Nina é uma menina feliz.

O FILHO DA POETISA



(*) o tio de Belo Horizonte é o autor deste poema.
(*) "olhinho da vovó" é colocar uma rosquinha de biscoito em cada olho para eles
ficarem grandes como os olhos da avó.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

“LUZ! CÂMERA! AÇÃO!”


CAPÍTULO UM – A INVASÃO

“ De repente, nada mais que de repente”
o nosso Portal dos Sonhos e da magia
é povoado bem rápido por um monte de gente
pessoas que na televisão aparecem todo santos dia.

Apareceram também aquelas que ficam nos bastidores,
porém a essas ninguém presta nenhum tipo de atenção,
na verdade quem causa mesmo suspiro são os aqueles atores
que fazem papéis de um corajoso herói ou um malvado vilão.

Jamais na história o Portal fora invadido por tanta gente estrangeira!
Ninguém entendia o porquê daquela colonização de forma tão ligeira
sem comunicar ou pedir alguém se quer uma simples autorização.

Chegaram simplesmente, quebraram a rotina do encantado local,
ocuparam todos os espaços que julgaram aptos para tal...
como é sem limites essa gente de cinema e/ou televisão.

CAPÍTULO DOIS – A MANDANTE DO PORTAL

Perfeito! Esse lugar é exatamente o que pede o roteiro!
Vou fazer aqui mais um campeão de bilheterias do cinema.
Vamos filmar aqui todas as cenas externas neste local primeiro,
só depois retornaremos aos nossos estúdios. Acredito sem problema.

Mal acabou de falar, viu que cometera um ledo engano,
Pois pessoas viraram estátuas e tudo ao redor estava paralisado.
Na mesma hora uma voz feminina gritava: Vamos humano
Saia imediatamente com o seu pessoal desse Mundo Encantado!

Quem está aí! Sou de paz! Sou o diretor do filme! Podemos conversar?
Eu sou a Fada Arco-Íris, a responsável por este mágico lugar.
Como mandatária daqui eu ordeno: todos vocês, cascam fora!

Espere um pouco, Fada Arco-Íris! As coisas não podem se resolver assim!
Vamos conversar sobre o filme e se você, por acaso, achar o roteiro ruim
Eu aviso o meu pessoal que não haverá mais filme algum e vamos embora.

CAPITULO TRÊS – O FILME

Está bem! Nesse ponto você está certo. Aproveite a chance!
Não quero ouvir nenhuma mentira, somente a verdade!
Obrigado! Espere só eu recuperar os nervos. Estará a seu alcance
toda a explicação a respeito do filme, sem nenhuma falsidade.

Eu me chamo Luís Câmara Paixão. Sou um diretor renomado
Nacional e internacionalmente. O público alvo do filme é a criança.
A minha intenção é que o ele seja em grande parte aqui rodado.
O tema principal é sobre bruxa, princesa, animal falante, fada...
ou seja, seres encantados que habitam naturalmente este Portal.
Outro detalhe que você, assim como eu, achará bastante legal:
trinta por cento arrecadados pelo filme é para ajudar criança carente.

Acertamos com a UNESCO e uma conta será aberta para isso.
Como pode ver, além da arte cinematográfica temos o compromisso
De tentar melhorar a vida de vários pinguinhos de gente.

CAPÍTULO QUATRO – FADINHAS NO FILME

Bem, tudo que tinha para dizer, foi dito. O que você decide então?
Já que você vai falar de seres mágicos e ajudar as crianças... tem meu apoio!
Viu! Não sou cabeça dura! Achei ótima a sua explicação!
Apenas gostaria em nome da sensatez separar o trigo do joio.

Fada Arco-Íris, gostaria que seus amigos encantados participassem da filmagem.
Como é que é? As fadinhas virarem artistas do filmes, ou melhor, atrizes?
Correto! No filme gostaria que o ser humano interpretasse personagem
Humano, seres mágicos interpretassem seres mágicos. Eis as diretrizes.

Pela Fada Rhiannon! O Portal dos Sonhos e Magia virará um escarcéu!
Quem escolherá as fadas para o filme? Você? Eu? Uma comissão?
Ih! Esta ideia de escolher fadas para serem atrizes vai dar confusão!

Não conheço as fadas, Fada Arco-Íris, portanto, não quero cometer tal injustiça; penso
Que o mais legal é vocês escolherem entre si e chegarem para isso a um consenso,
assim acredito que estamos tomando de forma mais sóbria essa decisão.

CAPÍTULO V – FADINHAS EM MUVUCA

Fadinhas! Convoquei-as porque temos uma decisão séria a tomar!
É a respeito, Fada Arco-Íris, dos humanos artistas que aqui estão?
Isso mesmo, Fada Sol, o pessoal do cinema querem em nosso Portal filmar,
portanto o que falarei agora todas vocês têm que prestar muita atenção.

O diretor do filme quer cinco de nós trabalhando em tal fita
e somos nós que escolheremos agora entre nós quem.
Observem! O diretor deixou aqui nesta folha de papel escrita
tudo a respeito do que devemos fazer e saber sobre a filmagem.

As fadinhas ficaram num alvoroço que no Portal jamais havia visto
e as coisas saíram tanto do controle, ficando absurdamente insustentável
que as fadas passaram a se agredirem; o que não estava de modo algum previsto.

As fadas esqueceram a amizade entre si, cada uma querendo a vaga desejável,
O pensamento delas de perder a cobiçada vaga para outra não era bem quisto,
assim a Fada Arco-Íris também entrou em pânico neste contexto insuportável.

CAPÍTULO SEIS – REFORÇO À FADA ARCO-ÍRIS

Fada Arco-Íris, não vai dar para você resolver esta situação sozinha.
Espere um pouco! Quem é você? Como sabe o meu Nome? Sou Teófilo, o Mago...
Parece que você não me ouviu, Fada Arco-Íris. Quer uma mãozinha?
Guarde as suas desconfianças, Fada. Sou do bem, só amor eu propago.

Usando fortes poderes, Mago Teófilo cria paredes invisíveis entre as fadas.
A parede invisível resiste qualquer coisa mesmo, até magia.
Fada Arco- Íris ficou boquiaberta. Suas amigas estavam isoladas.
Todos que estavam naquele local não acreditavam naquilo que via.

Fada Arco-Íris, assuma o comando agora, as fadas irão agora lhe ouvir.
Deixo bem claro que assim que terminar essa tumultuada reunião
Onde tudo ficar realmente definido, cada parede irá sumir
Restando apenas cumprir o que resolveram desde então.

Obrigada, Mago Teófilo! Desculpe-me por parecer assim tão ignorante.
Não o conheço... Conhece sim, amiga! O Mago se transforma no Grilo Falante.

CAPÍTULO SETE – QUEM É O MAGO TEÓFILO

Depois o Grilo Falante volta a ser o Mago Teófilo novamente.
Meu amigo Grilante, quem fez isso com você? Não faça isto! Para onde você vai?
Fada Arco-Íris, mais tarde conversaremos. Agora prossiga com a reunião,
Vocês têm que escolher quem participará do filme. Agora sai...

Sou agora um Mago dos Deuses. Moro num castelo a sudoeste da floresta.
Retornarei caso precise de mim. Saberei qual será o momento certo.
Esses seus amigos deuses não lhe deixam em paz! Aposto que eles tiram esta
Absurda ideia depois que você deixou de ser lagarta. Cheguei perto?!

Exatamente! Naquela época era para ser feita uma eleição, só que ela não aconteceu.
Lembro sim! Só que eu não consenti naquele momento, meu querido amigo Grilante.
Era para ser escolhido se eu seria um mago, um sacerdote ou continuaria a ser eu.

Como a eleição não ocorrera, terei que vivenciar cada cargo postulante...
A escolha é minha, mas ela tem que ser tomada sábia e consciente.
Deixa-me seguir o meu destino... lembre-se: você tem um assunto pendente.

CAPÍTULO OITO – A ESCOLHA DAS FADAS

Percebendo a inutilidade de suas magias e o fato de estarem isoladas,
as fadinhas “murcharam seus fachos” e agora o contexto está propício
para que a reunião continuasse e as decisões fossem tomadas.
Agora para chegar a um consenso entre as fadas vai ser para lá de difícil.

Fadinhas! Precisamos ter para o filme cinco fadinhas selecionadas.
Já que não dá para escolher, faremos um concurso relâmpago.
Cada uma de nós interpretará um mini-texto. As cinco primeiras colocadas
irão concretizar o desejo de ser atriz que está lá no fundo do âmago.

Faremos um corpo de jurados formados pela Dona Carochinha;
a segunda jurada será a nossa querida e poética formiguinha
e por última a nossa também amiga a Guardiã da Magia.

Fada Arco-Íris, você esqueceu de chamar para fazer parte do jurado o Grilo Falante.
Não, não esqueci, Fada Primavera. Sobre o nosso querido amigo Grilante,
disse a Fada Arco-Íris com a voz embarcada, conversaremos outro dia.

CAPÍTULO NOVE – AS ESCOLHIDAS FORAM...

Todos os presentes concordaram numa boa com a sugestão
E assim sumiram do nada as fortes paredes invisíveis.
Cada fada pegou seu mini-texto para fazer sua interpretação,
Já imaginando estar ocupando uma das cinco do filme possíveis.

Cada mini-texto durava cinco minutos e as fadas se dedicaram de corpo e alma
Nas suas curtas encenações. Muitas fadas pareciam ser excelentes profissionais...
Enquanto elas se dedicavam, o corpo de jurado julgava com responsabilidade e calma
Pensando apenas em escolher as melhores fadas-atrizes e nada mais.

Eis os nomes das vencedoras depois de uma disputa tão acirrada:
Fada Rosa San, Fada das Águas, Fada azul, Fada Primavera e Fada melada;
Para as demais restaram a tristeza por não serem escolhidas.

As vencedoras não cabiam em si de tanto contentamento.
Fada Arco-Íris não conseguia tirar o Mago Teófilo do pensamento.
Tudo pronto. Agora as filmagens poderão iniciar e serem concluídas.

CAPÍTULO DEZ - MAIS UM CAMPEÃO DE BILHETERIA

Com o elenco já formado, o diretor iniciou os trabalhos.
Todos os artistas foram perfeitos no papel para os quais foram escalados.
No fim do dia os nervos já estavam em plenos frangalhos,
mas o diretor ficava muito feliz com os excelentes resultados.

Assim foi o batido da latinha. Ponto final. O filme já foi rodado.
O Portal dos Sonhos e Magia, no filme, ficou explícito que era mero cenário;
Com este disfarce se manteve em segredo o lugar onde fica o Mundo Encantado.
O filme do Luís Câmera Paixão apresentou nas bilheterias um sucesso extraordinário.

Todos que participaram do filme estavam visivelmente felizes.
Até as fadas que estrearam no cinema como sendo atrizes,
Por terem ajudado as crianças carentes do mundo inteiro.

Assim ficamos. As fadas não escolhidas continuam com a dor de cotovelo;
O Mago Teófilo (ex-grilo falante) em paz e zelando pelo Portal em seu castelo
E a Fada Arco-Íris orando pelo seu sincero amigo Grilante aventureiro.

O FILHO DA POETISA

segunda-feira, 26 de julho de 2010

MISSÃO ANGELICAL OU MATERNAL , SEI LÁ !!!


O papai do céu convocou um anjinho
para exercer com carinho a seguinte missão:
conceder à uma simples mortal
a graça divina de ser mamãe
e a dignidade de ser o alvo deste amor maternal.

O papai do céu convocou um anjinho,
Parece-me que ele aceitou a missão.
Como é que eu sei disso?
Os exames de gravidez dessa mulher
não deram positivos? Então!!!

O Filho da Poetisa

sábado, 24 de julho de 2010

AMIZADE NO MUNDO DAS FADAS

Já falei! É gastar energia à-toa! Pare já com isso,
sua feiticeira má! Pegue a sua magia e suma!
Você tem que entender que nenhum feitiço
terminará com uma amizade de forma alguma!

Amizade não é somente amor, vai muito além disso.
Sua magia contra amizade não terá reação nenhuma,
portanto vá embora já sem causar qualquer reboliço...
Ah! E limpa sua boca que está coberta de espuma.

Eu e as fadas somos amigos no sentido real da palavra.
Todo dia com união, sinceridade, carinho, a gente lavra
Os nossos corações para que a nossa amizade seja infinita.

É por isto que todos os moradores vivem felizes no Portal,
porque aqui não há condições para a propagação do mal,
uma vez que é o amor que faz essa terra ser bendita.

O FILHO DA POETISA

FADA SOL E O GRILO FALANTE


Minha querida amiga Fada Sol, que alegria
em parabenizá-la hoje por ser aniversariante.
Você trata com bastante carinho e simpatia
a este seu pequenino amigo, o Grilo Falante.

Não sei mesmo se eu tanto merecia
ter uma amiga assim tão radiante,
Que se embriaga com a minha poesia
fazendo-me sentir um poeta brilhante.

Peço sempre nas minhas orações proteção divina
A você e minha linda amiguinha, Joanna, menina
Que igual a você saboreia cada verso que componho.

Feliz aniversário para você, Fada Sol, minha amiga,
Saiba que carinhosamente o meu coração abriga
Um amor por você que de tão lindo parece sonho.

O FILHO DA POETISA

FADA SOL E O FILHO DA POETISA


Dou-lhe os parabéns minha ilustríssima amiga Fada Sol
e faço isso com muito orgulho e amor no meu coração,
Pois você é como se fosse aquele importantíssimo gol
Que me deu a infinita alegria de receber a faixa de campeão.

Ao aparecer na minha vida, transformou-a num encantador show
Que assisto de alegria chorando por não suportar tal emoção.
Sinto-me eternizado como um vistoso, grande e saudável girassol,
Que no jardim da vida, pela imponência, chama de todos a atenção.

Novamente lhe escrevo um poema que lhe parabeniza
Só que ele é uma homenagem do Filho da Poetisa
Que também quer demonstrar a você um grande carinho.

Está aí! Um singelo soneto como presente de aniversário
Onde os meus versos naturalmente têm como certo destinatário
Você e o seu olhar que para eles parecem um aconchegante ninho.

O FILHO DA POETISA

A LINGUAGEM DOS SONHOS


- Princesa! Princesa! Desculpe-me o atrevimento, por que Sua Alteza está chorando? – indaga uma linda cigana que residia naquele lugar próximo do bosque em que as duas por hora se encontravam.
A princesa parecia que jamais iria parar de chorar, por mais que a jovem cigana a consolasse. No meio de tantas lágrimas a princesa conseguiu forças para explicar o que estava acontecendo.
- Moça, tem noites que não estou conseguindo dormir direito! Tenho sonhos terríveis que me fazem acordar muito apavorada com eles! Porém há dois sonhos que todas as noites vêm e me assombram. Você tem tempo para que eu possa contá-los?
- Tenho sim, Sua Alteza! Será uma honra para mim compartilhar do seu sofrimento e espero que depois de contá-los, Vossa Alteza extirpe de vez com esta agonia do seu coração.
- Como você se chama, minha jovem?
- Eu me chamo Mahila, a cigana. – disse a jovem atentamente.
- Pois é, Mahila! Eu sou a princesa Ychy e resido num castelo que fica a um quilômetro deste bosque.
Controlando o choro e os soluços, a princesa então narra tudo sobre os seus pesadelos...
- Bem, todas as noites sonho que estou casando com um nobre. Só que ele está vestido de branco, até usa maquiagem branca; eu apareço vestida de noiva, porém a cor desse vestido é preta!
- Que horror, Princesa YchY!– falou a cigana levando uma das mãos à boca que já estava em formato de ó.
- Outro pesadelo é que entra um ladrão no meu quarto e arranca do meu peito o meu coração, limpa-o , cobre-o com um pano vermelho e depois coloca o meu coração dentro do peito dele.
- E o nobre? Não aparece nesse sonho? Esses sonhos aparecem nessa sequência que Sua Alteza me contou agora? – indagou Mahila, impressionada com os sonhos.
- Mahila, o nobre não aparece no segundo sonho; quanto à segunda pergunta, esses dois sonhos quando vêm, aparecem sempre nessa ordem. A minha agonia é que se não estiver errada, no dia do meu casamento, eu e o meu amado não chegaremos ao ápice do nosso amor, visto que seremos mortos por um ladrão. Primeiro o meu amado, depois eu...
Não aquentando mais segurar, a princesa Ychy volta ao choro compulsivo e a cigana pega carona e começa a chorar também.
Um bem-te-vi que estava indo procurar comida para seus filhotes, interrompe a sua jornada e pousa no colo da princesa e pergunta o porquê do chororô das duas beldades (a princesa e a ciganinha). Ychy não tinha mais condições de falar, então Mahila interrompe o choro e reconta a estória da princesa ao passarinho, assim como a interpretação dos pesadelos que reserva para Vossa Alteza um destino cruel.
- Posso fazer uma simples pergunta às duas? E já fazendo: por acaso as moças são entendidas em interpretação de sonhos? Se a resposta for não, por que então esse choreiro todo?
Novamente a princesa para de chorar, enquanto a Mahila encara o bem-te-vi que continua falando...
- Mahila, você ensinou-me que quando alguém tem pesadelo, pode ser a presença dos demônios dos sonhos (incubo ou sucubo), não é mesmo? Neste caso o sonho não quer dizer nada e aí vocês estão chorando à-toa!
- É mesmo, bem-te-vi! – apoiando a ideia do passarinho, Mahila se dirige á Ychy:
- Princesa, o nosso amigo penado pode estar certo. Não adianta a gente ficar aqui chorando sem ter certeza de nada. Vamos consultar quem realmente entenda de sonhos. Deixa-me pensar... Fada dos Sonhos... Morfeu, o deus grego dos sonhos...
- Mahila, seu amigo penado aqui tem outra sugestão. Não precisa ir tão longe! Aqui mesmo tem um mago chamado Teófilo, ele é portador de uma grande magia. Ele é amigo dos deuses e sabe interpretar sonhos como ninguém. O mago que lhes falei fica a três quilômetros a sudoeste daqui do bosque.
- Vamos às buscas de nossas respostas, Mahila. Você quer vir com a gente, bem-te-vi? – pergunta a princesa agora com esperança de que tudo termine bem.
- Se for com vocês, quem dará comida aos meus filhotinhos? – pergunta o passarinho em dúvida.
- Venha conosco, bem-te-vi, prometo que lhe recompensarei mais tarde!
- Não quero recompensa não, Alteza! Apenas quero que os meus filhinhos não tenham fome. Tá bom! Vou com vocês! Ao que me parece só eu é que sei o caminho certo para se chegar ao mago mesmo!
As duas moças vibram com a notícia e colocam os pés a caminho ao encontro com o mago.
- Nossa, que castelo lindo! Como faremos para entrar?
Mal a princesa fechou a boca e a enorme porta do castelo se abriu. Assim também aconteceram com as outras portas, até as nossas personagens estarem diante do mago, no local em que este trabalha.
Teófilo aparentava ser bem velho. Devia ter no mínimo uns oitocentos anos, trajava uma roupa parecendo um robe longo feito de seda na cor amarela, toda estampada com pequeninos olhos de Hórus, um Kepá, chapéu parecido com o dos cardeais, também amarelo com o símbolo do infinito grande nele, ou seja, do número oito deitado. O olho de Hórus e o símbolo do infinito eram na cor preta. O mago não tinha um fio de cabelo se quer e nem tão pouco usava óculos. O local onde Teófilo trabalhava lembrava uma imensa biblioteca com as paredes cheias de estantes nelas embutidas e sobre essas estantes, livros raríssimos e amarelecidos, porém sem nenhuma poeira. Uma mesa
enorme com os apetrechos mágicos e há um telescópio gigantesco de alcance eterno. Teófilo tem um olhar doce e uma voz grave de fazer inveja qualquer baixo de um excelente coral. As moças não sentiam medo do mago, muito pelo contrário, estavam encantadas pela tal oportunidade.
- Princesa Ychy, não precisa se preocupar com o seu futuro. Ele será digno de sua bondade, de sua realeza. – disse o mago serenamente.
- Ahn! Não estou entendendo nada! Meu futuro? Estou aqui por causa dos meus sonhos! Quero saber como faço para me livrar dos demônios dos sonhos que estão fazendo com que eu tenha toda noite pesadelo, inclusive dois deles se repetem todas as noites... não aquento mais de tanto dormir mal e acordar com o rosto amarrotado. – afirmou a princesa Ychy.
- Alteza, a senhorita está apegando a uma aparente realidade que melhor lhe apraz, no que aparentemente seja mais fácil de ser resolvida, em sua opinião. – disse o mago com firmeza, olhando a princesa com o seu meigo olhar.
- Continuo não entendendo nada, mago Teófilo! O bem-te-vi contou a estória dos tais demônios, confirmado pela jovem cigana Mahila! Não é Mahila?! – fala a princesa procurando e encontrando a sua amiga balançando a cabeça confirmando a estória.
- Bem-te-vi? Este bem-te-vi? – questiona o mago se transformando na pequenina ave.
- Então é você o bem-te-vi!... - disseram as duas amigas uníssonas e assustadas, temendo que algo de ruim pudesse acontecer a elas, uma vez que foram atraídas para lá.
- As senhoritas não precisam ficar assustadas. Não lhes farei nenhum mal. A princesa tem sonhos que a perturbam e não a deixam dormir direito. Tenho os significados desses pesadelos, se Sua Alteza não quiser a explicação, podem ir embora as duas. Vocês nunca tiveram presas aqui. – explana mago Teófilo, deixando agora Ychy e Mahila aliviadas.
- Desculpe-nos, senhor mago, pelas desconfianças é que...
-Não precisa explicar princesa. Compreendo o comportamento de vocês. Não há do que desculpar...
- Então conta-nos já, mago Teófilo! O que o senhor quis dizer que eu terei um futuro digno da minha bondade e realeza?
- O que a senhorita tem durante a noite não tem nada haver com os demônios dos sonhos, apesar deles existirem. O que Vossa Alteza tem na hora de dormir não são pesadelos e sim sonhos divinatórios.
- Como assim, mago Teófilo? – questiona Mahila querendo entender melhor tudo aquilo.
- Vou explicar às senhoritas!Não precisa repetir os sonhos para mim porque já tenho o conhecimento deles. Futuramente as coisas acontecerão na mesma sequência dos seus dois sonhos. No primeiro sonho, sua Alteza diz que está se casando vestida de preto e o seu noivo de branco. Na cultura ocidental, a cor preta simboliza morte ou ausência de. Ao casar-se de preto, significa que Vossa Alteza não está a fim de casar com este nobre, não há nenhuma química entre a senhorita e o seu noivo. A mesma coisa acontece com o seu noivo. Este nobre virá das bandas do oriente, porque é lá da cultura oriental que o branco representa o luto. Vou reforçar. A maioria dos povos ocidentais, principalmente cristão, a cor preta representa luto ou ausência de; assim como a maioria dos povos orientais escolheram o branco para representar o luto. Resumindo, os dois, Vossa Alteza e o noivo, não irão se casar e isto será de comum acordo.
- E o segundo sonho, senhor mago?! O que significa? – pergunta Ychy com olhos e ouvidos bem arregalados.
- Se no primeiro sonho o amor que lhe fora oferecido não existia e Vossa Alteza e o seu noivo por isso não quiseram se casar, no segundo o amor não virá fortuitamente. O ladrão que aparece no seu sonho na verdade será o seu
amor, a sua pessoa amada, a sua alma gêmea. Ninguém suspeita de uma pessoa de alto poder aquisitivo poder cometer algum furto, embora isso não corresponda à realidade, mas para efeito de estereótipo e simbologia do seu sonho, esta máxima está valendo; ou seja, o seu amado será uma pessoa oriunda da camada popular, um plebeu. Ele aparece no seu sonho como ladrão por puro preconceito seu, da sua família real e da corte em si. O seu amado entra no seu quarto e arranca-lhe o coração, isso significa que a princípio você não aceitará esse amor e resistirá em aceitar amá-lo. A partir daí o seu amado fará de tudo para conquistá-la e conseguirá, tanto é que ele entrará no seu quarto. O quarto representa a nossa individualidade dentro da família, do lar. O ladrão não sai procurando pelo castelo onde fica o seu quarto, ele sabe; se ele sabe é porque ou você mostrou onde fica o seu mundinho ou você já o levou lá. Resumindo: agora ele tem o seu consentimento, mesmo que você queira disfarçar. O rapaz rouba o seu coração, limpa-o e o coloca num pano vermelho. Tirar o seu coração e limpá-lo significa que o preconceito que o seu amor tem por ele chegou ao fim, não existe mais, portanto ele (o coração) já aceita claramente esse amor que já se transformou em paixão, representado aqui pelo pano vermelho (vermelho na cultura ocidental representa o amor, o sexo e a paixão). Nesta noite vocês se amarão plenamente em todos os sentidos. A partir daí Sua Alteza e ele terão um amor recíproco, por isso que ele coloca o coração de Vossa Alteza no peito dele, simbolizando que você agora faz parte dele e vice- versa. – acredito que já terminei com a explicação do seu outro sonho.
- Espera um pouquinho mago! Entendi direito?! Não vou casar com um nobre e sim com um plebeu e depois de vencermos o preconceito, eu e o plebeu nos casaremos! –disse a pensativa princesa.
- Nossa Alteza, que estória linda! – falou a cigana encantada com que ouvira.
- Princesa, esqueci de dizer o velho jargão.
- Qual, grande mago?
- Que vossa alteza, além de casar com esse plebeu, viverá feliz para sempre – disse o mago à Alteza encerrando o assunto.
- Mago Teófilo, será que vou me casar também e viver feliz para sempre?! – indagou a cigana Mahila em tom de brincadeira.
Todos os presentes acabaram caindo na gargalhada.

O FILHO DA POETISA

quinta-feira, 22 de julho de 2010

AMIGO GRILO


Duas fadas estão envolvidas
Com o sumiço das suas amigas
A Melada faz vários razantes
Procurando as desaparecidas

Arco-Íris na busca incessante
Não descansa suas lindas asinhas
Sempre com um sorriso confiante
Chama todas fazendo suas rimas

Eis que surge um matuto elegante
Nosso amigo o Grilo Falante
Que no afã de tentar ajudar
As fadinhas a se reencontrar

Vai em busca do elo perdido
Encontrando o mel escondido
No final do arco colorido
E a magia então faz sentido

Iluminou-se o Portal nesse instante
E sorrindo o tal Grilo Falante
Boa vindas veio desejar
Às fadinhas que estão a voltar


Fada Melada & Bernadette Moscareli

domingo, 18 de julho de 2010

OS PERIGOS DO MUNDO ENCANTADO


Fada Azul, estou tristinho consigo,
pois estou no seu mundo encantado
e até agora você não está comigo
para eu me sentir bem resguardado.

Dizem que onde tem fadas há bruxa...
Vá que apareça uma bem malvada
e me transforme numa pequena garrucha
velha e completamente enferrujada;

Ou então um enorme e terrível ogro
force bem a barra para ser o meu sogro,
Porque a minha vida só será poupada
Se eu me casar com a sua horrenda filha.

Vá que apareça um pássaro em pena e osso
Lamba o bico ao me ver, considerando-me seu almoço;
Ou então apareça alguém correndo bem desembestado
E pise em mim, deixando-me pastosamente esmagado

Fada Azul, considero-a minha grande amiga
Apareça já porque estou perdendo a paciência
O medo se apossa de mim trazendo-me uma forte dor de barriga
E aí não quero ser responsabilizado pela fétida consequência.

O FILHO DA POETISA

PROCURA: FADA AZUL E FADA MENINA II


Minha amiga Fada Melada,
O que deixa minha mente encafifada
É que as fadas Azul e Menina sumiram do nada
Parecendo forte feitiço de gente muito malvada.

Quem é que teria feito isso?
Que magia fora usada que provocara tal sumiço?
O que fazer para acabar com esse terrível feitiço?
Era já para o Portal estar num tremendo reboliço!

Se as fadas Azul e Menina aparecessem agora as colocaria de castigo
Diria às duas que isso não é coisa que se faça a um verdadeiro amigo
E caso elas tivessem em apuro, ajuda-la-ias sair de qualquer perigo.

Mas elas sumiram sem deixar para nós um recadinho se quer,
Deixando um monte de porquês sem que ninguém possa responder,
Concomitante a tristeza que insiste em nosso coração aparecer.

O FILHO DA POETISA

domingo, 11 de julho de 2010

ENCANTAMENTO

Tenho agora uma amiga que é uma fada
igualzinho ao do menino- herói Peter Pan
Trago-a no meu coração bem guardada
Como o pôster de um ídolo de um fã.

Esta minha nova amiga muito encantada
Está no meu hoje e eternamente amanhã,
Tornou a minha vida bem mais iluminada
E a meus desencantos em uma coisa vã.

Fada Azul, não sou e nunca fui de circunlóquio:
- A que devo a honra de sua mágica amizade,
Se não sou Gepeto e nem tão pouco Pinóquio?

Pois é! assim como o citado boneco de madeira
Você traz consigo um sonho que não virou realidade
E eu estou aqui para realizá-lo, caso queira.

O FILHO DA POETISA

PARENTES DO SOL


Fada Sol, eu sou protegido pelo deus Febo:
deus da música, poesia, sol e arte divinatória;
é deste deus grego que humildemente recebo
o dom de escrever em versos a minha história.

Ele me manda as suas musas e eu as recebo,
elas me trazem a inspiração que é satisfatória
e quando dou por mim eu realmente percebo
Que os versos vão pulando da minha memória.

Como você pode ver conheço o mundo da mitologia,
Mas eu não nada entendo do mundo da fantasia.
Para mim, tudo aqui, é uma grandíssima novidade.

Sendo eu um ser protegido pelo grande deus sol
E você doce a Fada Sol, dou-lhe um belo girassol
Para selar carinhosamente a nossa amizade.

O FILHO DA POETISA

domingo, 4 de julho de 2010

FADA SOL E O GRILO FALANTE


Fada Sol fez-me uma proposta interessante
que eu jamais sentira tal tentação,
Ela quer me trazer de agora em diante
dentro do seu ensolarado coração.

Veja só! Como sou o Grilo Falante
iria lhe causar uma grande confusão,
pois ficaria pulando a todo instante
e por ser esse o meu jeito de locomoção.

Com certeza ela me botaria pra correr
por mais calorosa que fosse a tal Fada
Não me aturaria por se sentir incomodada.

Fada Sol, tenho uma contra proposta a lhe fazer
no que diz respeito ao coração: Um dia pulo no seu,
noutro dia - usarei óculos escuros - pra você brilhar no meu.

O FILHO DA POETISA

CONVERSANDO COM A DONA CAROCHINHA


Ah, senhora Dona Carochinha!
Se eu soubesse não comeria o feijão
no casamento da Dona baratinha
visto que caíra nele o Dom Ratão.

Cheguei à casa igual um fantasminha
e me vendo numa total desfiguração,
imediatamente foi fazer uma mesinha
para tentar resolver minha situação.

Esse meu problema não era um probleminha,
mas sim um terrível hiper mega problemão
que não resolveu com o chá da minha mãezinha.

Por eu ter me tornado um moribundo
Com sério risco de me virar caveirinha
Fui salvo por Thot, deus do antigo mundo.

O FILHO DA POETISA

quinta-feira, 1 de julho de 2010

BRUXAS E FADAS

CAPÍTULO UM – NO ATAQUE

Falarei uma vez só! Limpe bem o seu ouvido aí!
Você, bruxa malvada, não é bem-vinda neste Portal
portanto lhe ordeno que suma imediatamente daqui,
se não quiser na sua horripilante vida se dar mal.

Nesse Portal a maldade não ficará de jeito nenhum aqui
para disseminar o seu reino de ruindade, para nós tão letal,
logo, vá embora! Suma! Desinfeta!Casque fora! Não deixe que
a gente tome com você uma atitude que venha ser tão brutal.

Uma bruxa já apareceu aqui causando-nos grande confusão,
não queremos e nem deixaremos que o fato se repita de novo não.
Insisto mais uma vez: volte imediatamente para o lugar de onde veio.

A outra bruxa que esteve aqui pelo menos teve o bom senso.
Apareceu aqui totalmente disfarçada... enquanto a você, penso
que é tão petulante que não se deu convencida desse receio.

CAPÍTULO DOIS – NO CONTRA – ATAQUE

Hello! Queridinha! Você está sendo comigo má- educada!
Porque não dizer também completamente preconceituosa.
Até onde sei, de mim, fadinha, você não sabe realmente nada
e nenhum mal lhe fiz para me tratar de forma tão espinhosa.

Não fez mal a mim e nem fará porque eu não sou retardada
e nem permitirei você agir maldosamente contra ninguém.
Cala-se! Agora é minha vez de falar sua animalesca fada!
Já lhe ouvi! Agora tenha a decência de ouvir a minha prosa.

Você tem em mente um estereótipo que não é realidade.
Eu sou uma bruxa boa, não sei fazer nenhuma maldade.
Garanto-lhe que nem tão pouco estou fazendo charminho.

Tem mais! Com certeza você está fazendo papel de boboca.
Estendo-lhe a mão e lhe digo: muito prazer, meu nome é Maroka!
Acredite em mim! Sou tão boa quanto a Wendy, amiga do Gasparzinho.

CAPÍTULO TRÊS – DOR DA INJUSTIÇA

Não vou lhe estender a mão coisa nenhuma! Não me subestime!
Caso você não saia do Portal, abra seu aguçado olho comigo!
Estarei no seu encalço! Por mais que me condenem, não é crime!
Crime é deixar o mundo das fadas ficar com você, correndo perigo.

Você não tem cara de pau, mas sim de um envernizado vime
e vou mostrar a todos que estou bem certa no que eu digo,
essa sua carinha de santa e de fada, sua bruxa, em nada a redime
diante de mim. Enquanto estiver aqui, ficar em paz eu não consigo.

Por não ser de forma alguma da natureza das fadas a hostilidade
sei que as mesmas recriminam a amiga pela cruel brutalidade
de como se referiu a jovem bruxa sem ter nada que a desabone.

A bruxa Maroka bastante entristecida vai parar num canto
e nesta hora no rosto dela corre um longo e doloroso pranto;
a dona da lágrima anseia que a dor da injustiça lhe abandone.

CAPÍTULO QUATRO – A FADA ATREVIDA

Bruxa Maroka, pedimos desculpas pela grosseria da Fada Atrevida.
Releve tudo que aconteceu, por favor! Aquilo é só uma fachada,
na verdade a fada Atrevida está mesmo sendo bastante precavida.
Se tivesse um coração duro assim, com certeza ela não seria fada.

A Fada Atrevida tem um bom coração e é por nós muito querida.
Ela tem plena consciência de que por nós é muitíssima amada
e quer retribuir o seu grande amor por nós na mesma medida,
embora saibamos que ela não precisa mesmo nos provar nada.

Conviverá com a Fada Atrevida e verá que é tudo de boca pra fora.
Como toda fada ela ficará triste quando alguém chora
e ficará na obrigação de fazer feliz esse sofrido alguém.

Saiba que ela fará isto com toda sua determinação
e não se dará por realizada enquanto não tirar do coração
desse ser o grande mal para colocar nele somente o bem.

CAPÍTULO CINCO – A BRUXA MAROKA

Fada de Luz, estou dizendo a verdade! Juro por tudo que é sagrado!
Eu não posso de fato ser condenada e julgada por algo que não fiz.
A madrasta da Branca de Neve era muito terrível, ser endemoniado,
mas eu não sou assim. O que eu gosto mesmo é de ver todo mundo feliz.

Adoro fazer o bem. Amo as crianças. Para elas trabalho um bocado.
Danço, faço teatro, canto, declamo poemas, sou uma completa atriz,
cada um desse pequenino ser fica com ouvido atento e olho vidrado
sabendo que lá dentro de sua alminha a felicidade fincou, criou raiz.

Chamo-me Bruxa Maroka e vim de uma terra bem distante,
acreditei que aqui só por ter fadas seria um lugar interessante
onde pudesse ficar tranqüila e praticar o bem sem limite e restrição,

mas já que ao pisar aqui neste Portal eu fui gratuitamente ofendida
por uma fada que se sente feliz por ter alguém para ser agredida
esquecendo que a criatura atacada traz dentro si um coração.

CAPÍTULO SEIS – A FADA DE LUZ

Bruxa Maroka, saiba que você não está agindo com a sapiência.
Não é inteligente criar no seu peito esse ou qualquer outro rancor.
Meus mestres espirituais ensinaram-me veemente que a violência
só morrerá no mundo a partir do momento que imperar o amor.

Faço-lhe então um convite: viva isso plenamente como experiência
conta-me se amar terceiros é melhor que ser da violência portador.
Garanto-lhe que no comecinho é necessário ter sim muita paciência,
depois será capaz de resolver qualquer situação de modo superior.

Talvez você esteja certa, Fada de Luz,vou seguir o seu sábio conselho
ainda mais que tenho a bondade como sendo meu verdadeiro espelho,
portanto vou colocar em prática aquilo que também é minha teria.

Acabando de falar, a Bruxa Maroka foi ao encontro da Fada Atrevida
na esperança de que essa pendenga fique de vez por toda resolvida
e volte a reinar a tranquilidade no Portal dos Sonhos e da Magia.

CAPÍTULO SETE - A FADA MORGANA

Nossa! Como é maravilhoso a gente ir fazer algo tão bacana!
De repente Bruxa MaroKa vê uma cena que a deixa estarrecida.
Ela vê a fada mal, dos tempos do rei Arthur, chamada Morgana.
A tal fada estava num tremendo bate-boca com a Fada Atrevida.

Fada insolente! Mal-criada! Estúpida! Grossa! Ignorante! Sacana!
Como você se chama fada infeliz?! Fada Atrevida, minha querida!
Chega de ironia e falsidade sua fadinha irresponsável! Mundana!
Eu vou lhe dar uma lição que irá levá-la para o resto de sua vida!

Já que você tem uma língua que não cabe na boca e tão ferina,
eu vou lhe dar aquilo que sua nojenta boca desenfreada se destina
e que a sorte sua neste momento maquiavelicamente lhe malogra.

A Fada Morgana joga sobre a Fada Atrevida umpoderoso e raio potente
só que a Bruxa Maroka sai correndo , gritando não; se atira na frente
do raio . A bruxinha acaba virando num objeto chamado língua de sogra.

CAPÍTULO OITO - INTUIÇÃO DO GRILO FALANTE

Tendo pressentimento de que o clima no Portal não estava nada bom,
o nosso querido Grilo Falante resolve seguir a sua forte intuição,
invoca insistentemente a deusa das fadas cujo nome é Rhiannon
e esta aparece e cobra do inseto uma convincente explicação.

Deusa das Fadas, os deuses mitológicos me deram esse novo dom
de pressentir se algo de ruim está prestes pra acontecer ou não.
Chamei a senhora até aqui porque sinto que algo ruim está acontecendo
com dois seres mágicos com os quais eu não tenho muita relação.

Apolo e Thot são deuses também das ciências místicas e divinatórias.
Orientaram-me a seguir minha intuição e já vivenciei várias estórias
em que eu por segui-la no final sempre acabo me dando muito bem.

Confiando seriamente na intuição fortíssima do amigo Grilo Falante
a Fada/Deusa Rhiannon se transporta magicamente naquele instante
para o local em que o contexto negativo que o Grilo sentira se mantém.

CAPÍTULO NOVE – BOTANDO A CASA EM ORDEM

Fadas barraqueiras! Terminem imediatamente com os bate-bocas!
Não quero jamais presenciar nesse Portal essa cena de horror!
Fada Atrevida, guarde consigo essa máxima: “com vinagre não se pega moscas”
Morgana, abandone a maldade, junte as sílabas do seu nome e terá gana de amor.

Não quero ver vocês procedendo como se fossem loucas!
Não quero ver ninguém pregando a maldade aqui ou terror!
Da próxima vez em que isso acontecer eu direi boas e poucas
e as protagonistas sentirão por mim um aterrorizante pavor!

Anda! Fazem o que ordeno! Deem as mãos e fazem as pazes,
mostram a todos que mesmo as fadas quando brigam são capazes
de expulsar de suas vidas todo tipo de ódio e/ou ressentimento.

Estou mandando! Atrevida e Morgana, vamos acabar com essa picuinha!
Quem está falando com vocês é a sua própria e majestosa rainha.
Anda! Vamos por fim definitivamente nesse insensato aborrecimento.

CAPÍTULO DEZ – TUDO ESTÁ EM SEU LUGAR

Fada/deusa Rhiannon, faça-nos enfim para nós uma grande gentileza,
na verdade esta língua de sogra que estou segurando é a bruxa Maroka...
Ora, Fada de Luz, isto é fácil! Você mesma pode fazer o objeto voltar à natureza.
É só dar na língua de sogra um sincero, gostoso e terna beijoca.

Fada de Luz faz o que a mestra das fadas disse, com presteza.
A bruxinha boazinha volta ao normal e o seu visual ela retoca,
deixando ainda mais em evidência a sua fantástica beleza.
Bruxa Maroka, desculpa-me! Você tinha razão! Agi como boboca

Não é à-toa que me chamo Fada Atrevida. Não consigo controlar o meu impulso.
Quando assusto, o que eu penso já saiu rapidamente e de um modo convulso.
Prometo-lhe mudar, a Fada/deusa Rhiannon deu-me a pista para esta mudança.

Você não tem que prometer a mim, mas a si mesma. Por mim, está perdoada.
Grilo Falante tem outra intuição que a coisa ruim foi definitivamente eliminada,
enquanto Maroka e Fada Atrevida se abraçam e vão brincar depois como criança.

O FILHO DA POETISA

domingo, 20 de junho de 2010

SONETO À FADA DE LUZ


Quando no Portal dos Sonhos e magia
Estou perdido, sabe quem é que me conduz
Com muito carinho, presteza e sabedoria?
É uma fada muito querida de nome Fada de Luz.

Portanto não tenho medo, sigo com alegria,
E fica tão levinha de carregar a minha cruz;
A querida fadinha, minha gente, quem diria
Tem um grande poder que eu jamais supus!

Ela está sempre povoando o meu imaginário,
Encorajando-me a tomar sábias decisões,
E livrando-me das mais terríveis situações.

Não esqueci, Fada, de que hoje é seu aniversário,
Além de lhe enviar um forte e caloroso abraço
Envio-lhe de presente este soneto que ora faço.

O FILHO DA POETISA

quarta-feira, 9 de junho de 2010

HAICAI PARA A FADA MENINA


Oh, Fada menina!
Viver é a nossa sina...
De forma divina.

O Filho da Poetisa

domingo, 6 de junho de 2010

FADA


Você acredita?
Em quê? Em fada? Sim, claro.
Nossa! Isto é raro!

O Filho da Poetisa


P.S.: Este poema é um haicai...


O ESPANTALHO

CAPÍTULO UM – AVERSÃO AO NOME

Perdoa-me a falta de educação. Deixe-me apresentar. Chamo-me Florentino.
Minha mãe colocou esse horroroso nome em mim porque faz lembrar FLOR.
Não gosto do meu nome, mas ela colocou em mim quando eu era pequenino
quando ouço alguém pronunciando o meu nome... meu pai do céu! Que horror!

Mas o que fazer?! Receber esse maldito nome foi o meu cruel e infeliz destino,
gostaria muitíssimo de mudá-lo, ter um nome com que me sentisse bem melhor,
recebi esse nome quando acabara de nascer e minha mãe viu que eu era um menino,
infelizmente ao nome de Florentino não gosto e nem tenho por ele qualquer tipo de amor.

Para resolver de uma vez por toda a minha triste sorte e sem se quer uma briga,
dei a mim mesmo um apelido, sim um apelido que considero bem sensacional...
Ninguém me conhece por esse monstruoso nome Florentino e sim de Formiga.

Acredito que você possa estar achando o meu apelido exótico e/ou engraçado;
escolhi esse inseto porque para qualquer tipo de planta esse animalzinho faz mal,
consoante é o meu desejo bem lá no fundo de meu ser escondido e guardado.

CAPÍTULO DOIS – AVERSÃO AO REINO VEGETAL

A toda criatura do reino vegetal, sem distinção, tenho uma grande ojeriza:
árvore, flor, grama,verdura, hortaliça, arbusto, erva daninha e ramagem
quando vejo um jardineiro alegremente trabalhando tenho até coriza,
penso comigo mesmo: como alguém pode trabalhar nisso! Prefiro a vadiagem!

Quando criança na hora de comer minha malvada mãezinha de jeito nenhum ameniza
obriga-me a comer todos os legumes e verduras presentes no prato. Que sacanagem!
Caso eu não comesse, uma grossa correia vinha violentamente no meu lombo e desliza
deixando em mim, seu filho, um trauma horrível por uma atitude assim tão selvagem.

Quando jogava bola no terreiro e a mesma caía nos canteiros das verduras ou das flores
surgiam chineladas de tudo quanto era lado causando no meu corpo fortes dores
e transformando a minha dolorosa vida num triste amargor.

Lamentavelmente fora assim o meu terrível tempo de criança,
lá mesmo de tanto apanhar por causa delas perdi toda a minha esperança
e na infância mesmo surgiu em mim uma forte e incontrolável sede de vingança.

CAPÍTULO TRÊS – SOB O TRAUMA DA INFÂNCIA

Felizmente, hoje em dia, por ser um adulto, ninguém me obriga a comer nada
e se falar alguma coisa sobre isso vai entrar pelo ouvido e sair pelo franzido.
Na minha alimentação, tudo que vem diretamente do reino vegetal está riscada
alimento-me de carnes de qualquer tipo animal, massas e doces (meu preferido).

Mesmo com tudo isso lhe garanto que em minha boca não há dentição estragada
tenho uma saúde de ferro, melhor que muita gente, e raramente fico adoecido;
quando olho para trás percebo que minha mãe estava um pouco enganada,
e o gesto dela só tornou o meu mundo infantil completamente descolorido.

Hoje, graças a Deus, não moro em casa e sim num maravilhoso apartamento,
caso morasse numa casa, com certeza, o meu terreiro seria de puro cimento
a fim de que nenhuma criaturinha do mundo verde poluísse o meu espaço.

Reafirmo: um ódio gigantesco pelo reino vegetal no meu peito encerra
ele é tão grande que se pudesse varria essas criaturas da face da terra
e assim toda criança na hora de comer teria o seu sofrimento escasso.

CAPÍTULO QUATRO – META DEVASTADORA

Sou um mega e multinacional empresário do ramo da mineração
Tenho muito dinheiro e para gastá-lo,realizando-me feliz pus como meta
de arranjar um meio de acabar com toda equalquer tipo de vegetação
que possa existir no nosso querido e espetacular planeta

Comprei cientistas, empresa de pesquisas e meio comunicação
para realizar o meu grande sonho de uma forma bem concreta,
manipulando dados e qualquer produto de informação
acredito atingir o meu ideal já-já de forma bem discreta

Cientistas, políticos, religiosos, advogados, todos estão no meu bolso.
Dou ordem a eles e somente “sim senhor” magnificamente ouço
e não há o porquê disso ser assim, muito pelo contrário;

Se disserem não para mim corto-lhes toda a dinheirama
e esses pobres infelizes voltarão a viver o antigo drama
de conviver frustradamente comum enorme déficit bancário.

CAPÍTULO CINCO – OS DEPREDADORES DO PORTAL

Nesse mundo tenho gente espalhado em todo e qualquer canto,
que estão cegamente sob o poder do meu abundante dinheiro;
de repente recebo uma notícia que me causou enorme espanto
trazida lá do Portal dos Sonhos e Magia pelo meu mensageiro.

Chefe Formiga, não vai dar para devastar o Portal por enquanto.
Não faça esta cara de quem não gostou, chefinho, ouça-me primeiro
mas lá existe fada que protege o mundo, não é só uma e sim um tanto
que me deixou impressionado, fazendo-me mudar o plano por inteiro.

Fadas das Flores, Primavera e verde garantem a proteção à natureza
e se agente agir primeiro e não anulá-las totalmente, com certeza,
elas farão a gente sentir o amargo e indigesto gosto da derrota;

Por isso temos que construir um plano que seja bem inteligente
para que as nossas ações não virem como fogo amigo contra a gente
tirando de maneira definitiva o Portal da nossa ambiciosa rota.

CAPÍTULO SEIS – A ALIADA

Estou sabendo que no Portal existe uma fadinha bem traquina
que graças a sua inocência dar-nos-á uma enorme mãozinha
o nome da peste é... é...como é mesmo... lembrei! Fada Menina!
Nossa parceirinha na destruição será esta piralha fada diabinha.

Daremos a ela brinquedo que tenha fogo com disfarçada lamparina
ou então que venha produzir fogo através de uma simples luzinha,
será dessa forma que a vegetação do Portal chegará a sua ruína
não ficando vivo neste mundo encantado nenhuma plantinha.

A devastação do Portal causará na deusa da agricultura sofrimento, dores,
que chateada ordenará o recolhimento das fadas Verde, Primavera e Flores
tornado a terra do Portal estéril com o seu luto e sua infinita ausência.

Com a terra estéril pelo fato da deusa Ceres/Démeter estar deprimida,
o reino vegetal pode dar um irreversível adeus a sua repugnante vida,
enquanto a Fada Menina carregará este maldito peso à sua consciência.

CAPÍTULO SETE – MAIS ALIADAS

Fadas Sol, Mão de Luz e Dourada também não escaparão do meu genial plano.
Direi à elas que estou com os meus painéis para utilizar corretamente a energia;
insistirei com elas que usarei suas radiações de modo ecológico e elas por engano
quando liberarem suas radiações, novas labaredas na terra estéril irá se formar.

O deus Febo/Apolo ficará irado com o poder sendo utilizado de jeito tão insano
castigará as fadas que trazem com elas o incrível e poderoso poder solar,
com isso até a Fada Arco-Íris, dona do Portal, entrará sem querer pelo cano,
pois sem sol para refletir seu raios n’água como o arco-íris irá se formar?

Acéfala e estando apavorada tomaremos o Portal dos Sonhos e Magia,
quem não estiver satisfeito com a nossa administração vá à outra freguesia
garanto-lhes que não fará nenhuma falta ou causará qualquer pesar a mim.

Uma vez que, em nossa mão, o Portal será completamente encimentado.
Sem fadas, sem verdes, ficará do jeito que eu gosto esse mundo encantado
e tenham a plena certeza que o universo verde estará muito perto do fim.

Depois mandarei os astronautas colocarem em torno da Terra uma faixa
que terá escrito nela uma nova realidade que agora no mundo encaixa:
O asqueroso reino vegetal, agora e para sempre no planeta Terra jaz.

CAPÍTULO OITO – PLANO EM AÇÃO

Chefinho, que ideia magnífica! Não é à-toa que o senhor é nosso patrão!
começaremos quando chefinho?! O senhor pode gentilmente nos dizer?
Claro que sim! Pra ontem seus energúmenos! Pra ontem! Anda! Vão!
Ai de vocês se por acaso alguma coisa errada com o meu plano acontecer!

Nossa, que calor! Será que estou sendo visitado de novo por algum dragão?
Ah, não! De novo não! Não há outro jeito! Eu tenho que ir lá para ver.
Por Zeus! O portal está em chamas! Quem é o culpado por essa devastação?
A única saída é descobrir o que está acontecendo, arregaçar as mangas e resolver.

A vegetação daqui está morrendo, que droga! Ficaremos sem alimentação!
As águas do Portal também estão aos poucos se evaporando... como conter?
A terra está estéril e assim não teremos meios de fazer a nossa plantação
e as labaredas de fogo a cada segundo só assustadoramente fazem crescer!

Que agonia! As fadas estão sumidas. A quem devo realmente recorrer?
Brinquedos quebrados cheirando gasolina... painéis solares... Como isso veio aparecer?

CAPÍTULO NOVE – A MENTE “GRILANTE”

O fogo é oriundo de alguém que usou da Fada Menina a ingenuidade
dando-lhe brinquedos incendiários e fazendo à ela um bom amigo
Coitada da Fadinha! Deve estar em prantos... Que grande maldade!
Ela deve estar se culpando por deixado o Portal correndo sério perigo.

Infelizmente não dá para ir atrás dela agora. Tenho que escolher prioridade.
Como estou sozinho a prioridade agora não é fazer o papel de amigo
primeiramente tenho que livrar o Portal dessa terrível calamidade
para que todos voltem a ter novamente o seu aconchegante abrigo.

Por ser seu amigo e pelo fato dela me conhecer compreenderá a decisão por mim tomada
se ela tivesse no meu lugar a mesma atitude por ela seria praticada
pois somos seres filantrópicos, humanísticos,solidários e altruístas

A terra só ficou estéril quando a filha de Démeter foi por Hades raptada
e quando ela foi violentamente por deus Netuno/Posiedon importunada
acredito que a minha resposta esteja mesmo numa dessas pistas.

CAPÍTULO DEZ – O PRESUNÇOSO GRILO FALANTE

Grilo Falante vai conversar com o Poseidon/Netuno, o deus do mar,
acreditando que ele tivesse de novo sendo o pivô do apocalipse.
Netuno disse (de fato era) inocente e que pelo menos podia ajudar.
Para saber sobre Ceres o Grilo vai conversando com Netuno usando paralipse.

Ô Grilo Falante, pare de rodeio e de também querer me tapear,
não subestime a minha inteligência; ela não está sob nenhum eclipse.
É verdade! Sobre Démeter não tenho nenhuma idéia de onde ela possa estar.
Vá embora, Grilo, sua presunção se continuar levar-me-á aminha ira ao ápice.

Manda quem pode e quem tem um pingo juízo simplesmente obedece.
Pela conversa e o intuito de ajudar o Grilo, o inseto educadamente agradece
ao deus Netuno e pede ajuda ao seu grande amigo Hermes (o deus mensageiro).

Hermes/Mercúrio fora o deus apropriado para pedir mesmo auxílio,
tanto é que este deus sabia onde Ceres/Démeter fora buscar exílio,
levando - portando - o Grilo Falante até onde a deusa se encontra no local.

CAPÍTULO ONZE – ENCONTRO COM A DEUSA CERES/DÉMETER

Hermes, eu pedi-lhe para não contar e não trazer ninguém aqui.
Desculpe-me, Démeter, mas o Grilo disse para mim que era crucial
Sendo assim fiquei sem jeito de lhe negar o pedido e não resisti
trazendo, portanto, o Grilo Falante até aqui, tirando- o do Portal.

Hermes, limpe bem os seus ouvidos, pois o que falar não vou repeti.
Que seja a primeira e a última vez que você faz isso comigo, tá legal?
Se não levarei você ao conselho dos deuses lá no Olimpo e aí...
Já sei, Démeter, já sei! Acabarei por sua causa me dando mal.

Entra, Grilo Falante, por sua causa acabei levando um imenso pito.
Deixa isso pra lá! Como você imagina, eu também acredito
que ela saiba o porquê de ficar estéril as terras do seu Portal.

Quanto ao fogo, ele fora apagado pelas águas do deus Netuno.
Mil perdões, deusa Démeter, sei que estou sendo inoportuno
porém é meu dever salvar os meus amigos de um castigo fatal.

CAPÍTULO DOZE – CONVERSANDO COM CERES/DÉMETER

Deusa Démeter, o deus Hermes me disse que o deus Poseidon apagou para mim o fogo
que desenfreadamente tomou conta do nosso maravilhoso mundo encantado.
Seria demais importante para nos que a terra tornasse produtiva, por isto lhe rogo
que o Portal não seja, por não ser de fato nossa culpa, pela senhora castigado .

O fogaréu que a senhora viu não foi proposital. A fada Menina entrou nesse jogo
inocentemente. Ela fora usada “como laranja” por alguém muito mal intencionado.
Sabendo que a infertilidade da terra é um castigo seu e conheço a sua justiça logo
peço-lhe que retire a punição do Portal. Faço isso da forma mais humilde: ajoelhado.

A deusa Hera, esposa de Zeus, vendo a sua dúvida em ajudar o Portal ou a sua amiguinha
e que você corajosamente optou ajudar muitas pessoas e não apenas aquela pessoinha
então ela foi lá para confortar a sua querida amiguinha do Portal, a Fada Menina.

Quanto ao eclipse solar imposto por causa das fadas usarem o poder do sol equivocadamente
o deus do sol Febo já o retirou. Conversamos com ele eu e deus Hermes e Febo ficou ciente
que as fadas erraram não por querer e sim que foram usadas por uma mente assassina.

CAPÍTULO TREZE – A MISSÃO DO GRILO

Magnânima deusa, quantas notícias boas a senhora tem me trazido...
Olha que vim aqui apenas com o intuito de que a senhora tivesse compaixão
de nós, contudo mostra-me que tenho sido ajudado pelos meus amigos deuses
e reforçar aquele velho ditado de que quem tem amigo não morre pagão.

Juro por tudo que é mais sagrado que eu estava sim pra lá de desiludido
e vim aqui porque os deuses sabem que eu não entrego os pontos não,
com essas informações boas que até agora tenho pela senhora recebido
dá-me ainda mais força e ânimo em prosseguir firmemente na minha missão.

Tornar a terra fértil é o pedido mais fácil que alguém possa me fazer,
contudo há um outro problema enorme que vou lhe confiar em resolver:
voltar com agricultura e as plantas para o mundo encantado das fadas.

Convide outras amigas para lhe ajudar como a pequenina Joanninha,
Alessandra elementar, formiga da poesia e até a Dona Carochinha,
porque as nossas queridas fadas ainda se encontram traumatizadas.

CAPÍTULO CATORZE – DE VOLTA AO LAR, AGORA ARRUINADO

Chamei um ser especial para ajudá-los consideravelmente em seus labores.
Ela é um ente mágico vindo de longe, das florestas lá pelas bandas da Alemanha.
O nome dessa entidade florestal germânica minha amiga é Elfa das Flores
e ela tem toda capacidade de lhes dar uma ajuda, uma mãozinha tamanha.

Vá, Grilo falante! Vá salvar o mundo encantado com seus colaboradores
e realizar para o nosso bem e sem fracassar essa justa e incrível façanha.
Depois de tudo em ordem vamos atrás dos verdadeiros causadores
e puni-los severamente por praticarem tão horrenda artimanha.

Demorou muito,amigo Grilo Falante, vamos salvar o Portal - disse a Fada das Águas.
Ao ver sua amiga, dos olhos do Grilo descem lágrimas para aliviar suas sentidas mágoas.
Poseidon/netuno deu-me forças para lhe ajudar, amigo, nesse importante momento.

Vamos então, amiga Fada das Águas,arregaçar as mangas e por a mão em obra
vamos sem demora porque infelizmente no momento nenhum tempo nos sobra
e não vejo a hora de deixar o Portal como antes, para o nosso contentamento.

CAPÍTULO QUINZE - O PORTAL NOVO

Elfa das Flores trouxe consigo várias plantas e inúmeras sementes
que foram espalhadas em todo canto pelos pequeninos insetos.
Fada das Águas foi regando e/ou aguando as plantas que contentes
se espalhavam pela terra cheias de alegria e inexplicável divertimento.

O sol reinava soberano no céu, com seus lindos raios deveras reluzentes
e cada gesto dos trabalhadores rurais era carregados de muito afetos;
além da esperança de que todos do Portal estejam felizes e presentes
para ver o local lindo novamente de plantas e de muito verde repletos.

A turminha foi bem competente. Fez um trabalho encantador, divinal,
ficou mais lindo do que antes o tão deslumbrante e mágico Portal
e o Grilo Falante atribuiu o belo milagre a estrangeira Elfa das Flores.

A entidade alemã não aceitou o ônus. Disse que não trabalhou sozinha
e que nunca trabalhara com tão dedicada, alegre e majestosa turminha
alegando que se sentiu orgulhosa com o lhe custou tantos os suores.

CAPÍTULO DEZESSEIS – LAR, ENCANTADO LAR

Graças à magia da Elfa das Flores foram feitas imagens de como está o novo Portal
e ela aproveitou o ensejo e as enviou rapidamente para toda parte do mundo.
As fadinhas do outro lado para as terríveis traumas deram um sonoro tchau
retornando ao local mágico lindas e felizes sem pensar se quer um segundo.

É unânime a opinião de que a nova casa ficou simplesmente sensacional.
Acharam competente a equipe que recuperou o Portal de um jeito tão profundo
que trouxe a todos presentes um agradabilíssimo e ótimo sentimento de alto-astral,
cuja certeza de que toda essa aconchegante harmonia era do Portal agora oriundo.

A Fada Menina chegou ao Portal dos Sonhos e magia num diferente e grande estilo
que causou uma grata surpresa a todos, também ao seu amicíssimo Falante Grilo.
A pueril Fada veio acompanhada de ninguém nada menos do que o deus Hefesto.

Hefesto/Vulcano é o deus do fogo na conhecida mitologia greco-romana.
Ele ensinou a Fada menina a domesticar o fogo, coisa que ela achou bacana
e perdeu o recalque com tudo que lhe acontecera devido a este fantástico gesto.

CAPÍTULO DEZESSETE – O ALGOZ

Dindu Guilinhu, oia qui legau o tiu Vucanu ensinô pá mim!
Tiu Vucanu mi ensinô pa eu fazê mizadi com kalké tipu de fôgu.
Ele dici qui fôgu é igal gatinhu qui a gente tem qui sabê bincar sim
si não ele chuchuca a genti ou tudu qui está pertu da genti lógu, lógu.

Agóia eu sei de tudu pusKê ele mi ispicô tintim pur tintim.
Tiu Vucanu até mi ensinô um joguim com o fôgu. Dipois ti ensinu o jôgu!
Dindu Guilinhu, ta vênu akeli ômi eleganti ali? Estou vendo sim!
Ele ki mi deu us binkedu ki tem fôgu. Vou lá agora, pois assunto importante não prorrogo!

O Grilo pula no ombro do Florentino e vai logo falando: - sou o Grilo Falante,
será que eu poderia conversar com o senhor um pouco neste instante?
Nunca conversei com um grilo, mas tudo bem. Sobre o quê você quer conversar?

Como entender a irresponsabilidade em dar um brinquedo que contém fogo à Fada Menina?
Florentino dá um forte tapa no Grilo e o arremessa bem longe gritando: não me azucrina!
Vendo alteração na voz do chefe, os capangas foram parar perto para o patrão resguardar.

CAPÍTULO DEZOITO - CAI A MÁSCARA

Fadinhas, aquele humano malvado tentou matar o nosso querido amigo Grilo!
Espere um pouco, seres encantados, não é isto que vocês estão erroneamente pensando.
Eu estava aqui no meu sossegado cantinho curtindo a esta linda festa bem tranqüilo
e esse inseto atrevido pula inesperadamente no meu ombro e vai logo me acusando.

Espere um pouco cara! Saiba que este “atrevido” inseto é na verdade o nosso pupilo,
disse com raiva a Fada Arco-Ìris. Outra coisa: qual é o crime que ele está lhe amputando?
Florentino para de falar e pensa consigo mesmo: ih, falei demais! Nossa que vacilo!
Deixem pra lá fadinhas. Tudo não passa de mal entendido, disse Florentino desconversando.

Foi este sujeito que deu os brinquedos incendiários á ingênua Fada Menina
é disso que estou acusando este rapaz! Foi ele quem levou o Portal à ruína.
Abra mão da falsidade, senhor Formiga! Seja homem pelo menos uma vez na vida!

Querem saber de uma coisa?! Você, Grilo Falante, está certo completamente!
Fui eu que causei esse estrago todo, só que vocês repararam o Portal de modo surpreendente,
impendido-me de alcançar a meta por mim há muito tempo planejada e pretendida.

CAPÍTULO DEZENOVE – O PROTETOR DAS PLANTAÇÕES

Basta! Já ouvi o suficiente! O humano acaba de fazer uma terrível confissão!
O que é pior, ele é um réu confesso! Por isso compete a mim a vocês perguntar:
Quem acha que o ser humano deva ser punido levanta convicto a patinha ou a mão
Todos os presentes disseram sim, levantando a pata ou a mão sem pestanejar.

Espera aí! Quem vier encostar em mim vai estar caçando para si confusão.
Insolente! Por acaso você está tendo a petulância de nos amedrontar?
Sim, Fada Arco-Íris, meus homens estão armados. Sou o dono da situação.
Agora vou dar a todos um conselho: não queiram, portanto, me contrariar!

Fada Arco –Íris, se me permitir darei um jeito nesse arrogante sujeitinho.
Fique à vontade Elfa das Flores! A entidade nórdica transformou os capangas em cercadinhos
Pronto! As plantinhas neném estarão protegidas agora e crescerão em paz.

As armas no chão, os cercadinhos em vez de capanga, Florentino fica com cara de paspalho.
Agora é sua vez senhor Formiga. O vilão foi transformado num horrendo espantalho
livrando as plantações de qualquer aves ou roedores detentores de uma fome voraz.

O FILHO DA POETISA